Após ser inseminada artificialmente por engano, Mariana descobre que o artilheiro do time rival, e que por sinal ela não vai nenhum pouco com a cara, é o dono do esperma que foi inserido nela. No auge da sua carreira de Estilista, tudo o que Mariana...
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Os treinos estavam a cada dia mais pesados.
Com a proximidade dos dois campeonatos mais importantes do ano, o Dorival tem colocado treinos integrais intercalando o campo com as atividades na academia, então eu sempre chegava em casa um pouco mais tarde.
Era sempre o primeiro a chegar e sempre o último a sair.
Quando chego em casa, estranho o silêncio e as luzes de baixo apagadas. Tia Rose provavelmente já havia ido pra casa mas a Mariana sempre estava pela sala vendo televisão, mas...
Ué.
Cadê a onça?
Começo a subir as escadas pra ver se ela tá em casa, mesmo que ela não tenha me avisado que ia sair, e escuto o barulho da máquina de costura dela. Juntando isso com a única luz ligada da casa ser a do quartinho de costura dela, constato que ela tá lá. Suspiro aliviado por isso porque confesso que já estava começando a ficar um pouco preocupado.
ㅡ Que silêncio todo é esse? Não tô ouvindo nenhuma onça rosnando...
Ouço a risada fraquinha dela e ela se vira em seguida.
A primeira coisa que eu noto além da barriga gigante é seu rosto inchado que entregava que ela havia chorado, mas não fico olhando muito pra não deixá-la desconfortável.
ㅡ Olha Ísis, chegou o pintinho amarelinho. ㅡ ela brinca, olhando pra roupa de treino que eu ainda estava usando.
Solto uma risada e ergo meu dedo em sua direção. Desencosto da porta entrando no quarto e me sento em uma das cadeiras que tem ali, puxando a dela pra perto de mim em seguida.
Era sempre assim.
Eu chegava, ela ou eu fazíamos alguma piada um com o outro, eu abraçava a barriga dela porque tinha chegado a hora do meu momento com a Ísis e ela ora observava quietinha ora comentava sobre alguma coisa do meu assunto com a menina. Já tinha virado uma rotina fazer isso e depois de um tempo, ela nem reclamava mais da minha barba fazendo cosquinha em sua barriga quando eu deitava ali.
ㅡ Papai vai comprar mochila de rodinha que pisca combinando com a lancheira, vai comprar sandália que pisca quando pisa no chão, vai comprar laptop da Xuxa... ㅡ eu digo contra a barriga dela e ouço sua risada alta.
ㅡ Nem quero laptop da Xuxa pai, quero iPhone 14 pro max. ㅡ ela responde como se fosse a Ísis e essa é a minha vez de rir.
Apesar das brincadeiras, ainda não tinha esquecido da cara de choro que ela estava quando eu cheguei, e pretendia descobrir o motivo desse choro ainda hoje.
ㅡ Naaaaão. Vai ser aqueles telefones que quando aperta o botão toca: "aiaiai menino butterfly".
Dessa vez ela não aguenta de verdade e até engasga um pouco de tanto rir. Não vou negar que eu também. Mas nem porque achei engraçado o que eu disse e sim porque a risada dela me causava isso.
