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Consigo imaginar que o meu pai morreria de desgosto se soubesse que segundos após a nossa conversa sobre o Vasco ser o campeão do cariocão desse ano, eu entrei no Porsche de um dos nossos maiores rivais prestes a ir para um local lotado de flameng...

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Consigo imaginar que o meu pai morreria de desgosto se soubesse que segundos após a nossa conversa sobre o Vasco ser o campeão do cariocão desse ano, eu entrei no Porsche de um dos nossos maiores rivais prestes a ir para um local lotado de flamenguistas.

E ele ressussitaria só pra morrer de novo após saber que eu estava grávida de um deles também.

Barbosa odiou o fato de eu estar vestindo o meu lindo manto e isso só foi mais um motivo pra eu ter ficado feliz com a minha escolha. Eu não ia mesmo deitar pra um bando de flamenguista.

Mas de tudo de ruim, pelo menos o gosto musical deles era bom já que o pagode tocava alto.

Diego Ribas, outro que pintou e bordou com meu time, foi quem nos recebeu. Logo conclui que ele era o anfitrião.

Tive vontade de dar um chute assim como quando esbarrei com o Barbosa naquele dia do restaurante? Sim. Mas dessa vez tinha algo muito mais sério envolvido, o estatuto do idoso. Vamos combinar? O homem já estava cansado.

Ele foi simpático comigo, tirando quando me chamou de "mamãe do gabigolzinho". Nessa hora eu tive vontade de morrer. Mas em compensação, ele elogiou a minha camisa.

Eu não perdi a oportunidade de lançar a minha dose de acidez, o que eu tenho certeza que fez o jogador ao meu lado perder dez anos de vida. O camisa 10, por outro lado, pareceu me achar engraçada já que morreu de rir da minha "piada".

Bom, não foi uma piada. Eu realmente não gosto da camisa deles.

ㅡ Vem, vamos entrar. Já tá todo mundo aí. ㅡ abriu espaço pra nós dois.

O jogador voltou a segurar minha mão.

Ok, a partir do momento em que cruzamos todo o gramado passando para a parte de trás da casa, onde ficava a área de lazer, e aparecemos no campo de visão dos demais jogadores foi que eu levei um susto.

Foi formada uma rodinha em volta do jogador e de lá saiu um coro que eu imaginava ter sido ensaiado por eles.

"Ai ai ai o Gabigol vai ser papai"

Eu fiquei sem reação, enquanto o outro parecia estar se divertindo muito com tudo aquilo.

ㅡ Vai se acostumando, eles são assim sempre. ㅡ uma voz desconhecida por mim falou ao meu lado.

Era uma loira de estatura média com um bebê que parecia ter pelo menos um aninho em seu colo.

ㅡ Eu sou a Marília, prazer.

ㅡ Mariana. O prazer é todo meu. ㅡ abri um sorriso. ㅡ E essa coisinha fofa?

ㅡ Ele é o Antônio. ㅡ contou enquanto olhava sorrindo para o filho. ㅡ Quer segurar?

Me estendeu a criança.

ㅡ Ah não, não. Eu não sou muito boa com crianças. Elas geralmente choram comigo. ㅡ eu contei e só aí me lembrei que estava grávida e precisava fingir que estava tudo bem com isso.

Pregnant | GabigolWhere stories live. Discover now