12 - Sophia / Luke

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Luke passou o resto do dia em casa. Interfonou para a recepção e pediu um técnico para consertar a TV, para que eu tivesse algo para me distrair além de livros.

Quando o rapaz chegou ele ficou de máscara e capuz, sentado no sofá e o encarando enquanto ele fazia o serviço. Lembrei de quando ele fez isso comigo, ele usava isso para amedrontar as pessoas... e funcionava.

Quando a TV voltou a funcionar ele pagou o rapaz, que agradeceu e foi embora o mais rápido possível, então tirou o capuz e a máscara e se voltou para mim com um sorriso.

- Gostou?

- Sim, obrigada. - Respondi. Estava chovendo e passamos o restante do dia assistindo filmes no tapete, sem trocar muitas palavras. Luke não é de conversar o tempo todo. Minha mente martelava me questionando que tipo de relação estávamos desenvolvendo, e por que eu estava me permitindo isso. Ele me mantinha presa, longe da minha família, dos meus amigos... eu sequer sabia onde eu estava. Mas eu não podia evitar querer estar perto dele.

Quando anoiteceu ele me arrastou para o quarto e fizemos amor novamente até estarmos cansados o suficiente para dormir. Quando acordei no dia seguinte ele não estava, mas deixou um bilhete ao lado da cama:

"Não quis te acordar. Volto em no máximo uma semana.
Não tente subir no terraço se não tiver certeza de que consegue descer sozinha.
Não atenda o interfone."

Okay, pensei. Uma semana... pelo menos posso assistir televisão.

Cinco dias se passaram desde que ele saiu, eu estava no sofá lendo um livro enquanto a TV estava ligada, apenas para não me sentir tão sozinha quando a campainha tocou. Paralisei.
Luke nunca tocou a campainha, ele é o único que tem as chaves. Me levantei em silêncio e me aproximei dar porta, encostei o ouvido nela, mas não escutei nada. A campainha tocou de novo e me afastei com um pulo, meu coração batendo acelerado.
Por que eu estava com tanto medo? A impressão que eu tenho é que nada seguro poderia apertar aquela campainha sem a autorização de Luke.

De repente um barulho explosivo e a porta abre com um solavanco.
A última coisa que eu vi foi três homens máscarados antes de um deles avançar para mim levantando o punho.

***

Luke

As árvores densas me escondiam do idiota na cabana, de hora em hora ele saía, olhava ao redor e se escondia de novo naquele casebre de madeira dentro dessa floresta fudida no meio do nada. Mathias havia me dado tudo de mão beijada nesse serviço. O idiota fugiu da polícia, sua amante foi presa, mas ele não retirou o smartwatch. Sério, o imbecil matou a própria esposa no porão de casa, mas na hora de fugir não se lembrou de tirar um relógio que apontava sua localização. Me perguntei como essa informação não foi parar na policia, mas me lembrei de Mathias dizendo que a família queria ele morto, não preso. Eles esconderam essa informação.

Encaixei o silenciador na minha Glock e esperei. Com meu padrinho sendo um general corrupto, eu nunca tive problemas para conseguir armas, nem mesmo quando era só um adolescente. Quando o fodido saiu de novo atirei em sua perna fazendo ele se jogar no chão berrando de dor. Me aproximei calmamente, o sangue já fazia uma poça.

- Quem é você, maldito? - Perguntou ele entre urros de agonia. Inclinei a cabeça para o lado... Esse fodido é só um barrigudo de meia idade.

- Você tem algum tipo de arma aí dentro desse barraco? - perguntei apontando a arma pra cabeça dele.

- Não... fugi...sem nada. - Respondeu tentando conter o sangue que jorrava da perna.

Valia a pena arrastar esse fodido pra dentro e fazê-lo sofrer? Eu já estava fora de casa a cinco dias. Pensei em Sophia e decidi que não, puxei o gatilho mais uma vez fazendo um buraco em seu crânio.

PrisioneiraOnde histórias criam vida. Descubra agora