Acordei me sentindo muito melhor, mas não encontrei Luke ao meu lado. Desci as escadas e tomei um café da manhã reforçado, estava faminta.
A bolsa de compras que Luke largou na mesa ainda estava ali, a puxei para mim e abri.
Haviam remédios, repelente, doces, uma corda fina, camisinhas e um teste de gravidez. Senti meu sangue gelar. Teste de gravidez?
Luke entrou na cozinha nesse momento, parou me vendo com o teste na mão e o olhar vidrado.- Sophia? - chamou. Vendo que eu não respondia, pois não conseguia, se aproximou e pegou o teste da minha mão e leu o rótulo. - Faça amanhã quando acordar, é mais eficaz. - disse me devolvendo a embalagem e saindo da cozinha.
Meu Deus. Por que isso não passou pela minha cabeça em momento nenhum? Eu sou maluca? E por que Luke estava tão calmo com essa suspeita?
Fui atrás dele, que estava na sala remexendo em uma TV antiga, com uma caixa ao lado.
- O que está fazendo? - perguntei.
- Hum? - me olhou por um segundo e voltou sua atenção para a TV. - Ligando meus vídeo games antigos nessa televisão pré-histórica.
- Luke?
- Sophia?
Suspirei e me sentei no tapete ao seu lado, olhei dentro da caixa, havia um Nintendo 64 e um Mega Drive, junto com suas respectivas fitas. Observei Luke ligar a televisão e ela começar a chiar, então conectar o Nintendo e ele ligar. Ele abriu um enorme sorriso. As vezes eu esquecia como Luke parecia jovem.
- Quantos anos você tem? - perguntei, Luke parou de sorrir e me olhou desconfiado, achando que eu estava zoando com ele por causa do vídeo game.
- Vinte três, porque? - perguntou de olhos cerrados, as pernas cruzadas e o controle nas mãos.
- Você é mesmo bem jovem. - Respondi sorrindo. Sua aparência sempre confirmou isso, Luke parecia ter acabado de sair da adolescência com essas feições espertas e o cabelo despenteado e comprido, mas sua personalidade muitas vezes me distrai de sua aparência.
- Eu disse. Agora pega um controle, vou te derrotar no Mario Kart. - Obedeci e passamos o restante da manhã jogando. Percebi como Luke poderia ser capaz de fazer eu me sentir uma garota normal as vezes, e não sua prisioneira. Quando senti fome notei como o tempo havia passado rápido. Lhe entreguei meu controle avisando que iria fazer o almoço. Ele desligou o vídeo game e me seguiu, sentando na mesa para me observar cozinhar.
- Como está o enjoo? - perguntou depois de um tempo, tamborilando os dedos na mesa.
- Estou bem. - Respondi evitando seu olhar.
- Se o teste der negativo saberemos que você não pode mais comer aquelas porcarias. - Comentou se levantando e pegando uma maçã na fruteira. Se apoiou ao meu lado enquanto eu cortava batatas, me olhando. Nervosa, larguei a faca e o encarei.
- Acha que estou grávida?
- É possível. - Respondeu dando de ombros e mordendo a maçã.
Meu Deus, tive vontade de bater nele, e de chorar, e de gritar... senti minha visão girar, sentei na cadeira e tampei o rosto com as mãos tremendo. Eu estava a ponto de ter um colapso nervoso.
- Sophia? - chamou se sentando ao meu lado e encostando em meu braço.
- COMO VOCÊ PODE ESTAR TÃO CALMO, IDIOTA? - Gritei afastando sua mão.
- Não tenho motivo pra ficar nervoso.
- Meu Deus! - meus olhos encheram de água. Passei as mãos pelo cabelo com vontade de chorar histéricamente.
- Você está ficando pálida. Se acalma. - Luke se levantou e começou a cortar as batatas que eu havia abandonado.
- Não posso estar grávida, só tenho dezoito anos, e estou vivendo numa floresta. - Luke fez um muchoco. Me levantei e tirei a faca das suas mãos.
- E se eu estiver grávida? - Perguntei, fazendo ele me encarar.
- Se estiver vamos ter um filho, ué.
- Luke... por que não evitamos essa situação? - Perguntei com a voz embargada, começando a chorar.
- Por que é muito bom comer você sem camisinha. - Respondeu com um sorriso de lado, pondo as mãos em minha cintura. Cretino. O afastei distribuindo tapas por todo seu corpo.
- Ai, Sophia... Sophia. - Exclamou tentando se proteger. - SOPHIA. - falou alto, perdendo a paciência e me segurando forte pelos pulsos. Comecei a chorar e enterrei o rosto em seu peito. Luke suspirou e me abraçou.
- É só uma suspeita, não precisa sofrer por antecipação. - Falou em voz baixa, passando as mãos pelo meu cabelo.
- Não quer ter um filho com alguém que você ame? - perguntei. Luke não me ama, eu sei disso. Sente algo possessivo por mim, mas não amor. Quantas vezes já disse que o amo e ele não respondeu o mesmo?
- O que? - perguntou ele me afastando.
- Falar tão calmamente sobre ter um filho com alguém que você não ama... alguém que você mantém presa.
- É isso que está passando pela sua cabeça?- perguntou levantando as sobrancelhas. Não respondi. Havia mil coisas passando pela minha cabeça.
- Sophia, eu... eu vou sair. - me soltou e foi para seu quarto, alguns minutos depois o vi descer vestindo a jaqueta, o capuz e a máscara. Ouvi o barulho da moto ligando e Luke se foi.
Terminei o almoço entre lágrimas, e Luke não apareceu pelo resto do dia, nem durante a noite. Na manhã do dia seguinte fiz o teste e chorei bastante ao ver o resultado.
Negativo.
Nota da autora: Oii pessoas. Fiquei dois dias sem meu celular e não pude postar. Desculpem. Daqui a pouco posto mais um capítulo para compensar.
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Prisioneira
Romance"Sophia ouviu o som de uma explosão e gritos antes de desmaiar, e ao acordar acabou nas mãos de um assassino" ATENÇÃO: CONTÉM SEXO, ASSASSINATO E CONTEÚDOS QUE PODEM GERAR GATILHO. PLÁGIO É CRIME!!!