67 - Luke

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°°°conteúdo que pode gerar gatilho°°°

"Marcela andava em nossa frente, sempre reclamando dos mosquitos, do mato, da quantidade de sol...
Ângelo, Rodrigo e eu a seguíamos ignorando seu falso mal-humor, afinal foi ela quem nos convenceu a vir.

- Aposto que aquele velho vai fazer churrasco quando voltarmos. - Disse ela.

- Não chame meu pai de velho, Marcela. - reclamou Ângelo. Esse pirralho era um pé no saco, sempre nos seguindo.

- E ele é jovem? - perguntou ela mostrando a língua.

Seu padrasto havia insistido para Marcela e Ângelo passarem as férias escolares com ele na casa de campo. Marcela aceitou apenas se pudesse trazer Rodrigo e eu para acompanhá-la. Seu padrasto aceitou a contragosto.

No dia da viagem nos surpreendemos ao ver que ele havia convidado mais três amigos para ir junto.

- Vou ser a única mulher nessa droga? - perguntou ela cruzando os braços. - Por que mamãe não vai?

- Estamos viajando justamente para deixá-la descansar e se concentrar no trabalho. - Respondeu seu padrasto.

Chegamos ao local que ela nos levava. Era uma pequena cachoeira rodeada de flores amarelas. Rodrigo, nosso amigo de classe, pulou na água sem pensar duas vezes. Logo em seguida Marcela empurrou Ângelo, me fazendo dar uma risada. Ela me olhou satisfeita, beijou minha bochecha e pulou também. Pensei por um segundo se valeria a pena molhar minha roupa, mas a vi acenar para mim e a segui sem pensar. O choque da água fria logo cessou, Marcela rodeou os braços em meu ombro e me beijou. Rodrigo jogou água em nossas cabeças e Ângelo fez som de vômito. Separamos nossos lábios sorrindo e passamos o resto do dia brincando na água.

- Vamos embora. Estou com fome. - disse Ângelo quando a noite começou a cair.

- E é perigoso nadar a noite, de qualquer forma. - Disse Rodrigo.

Marcela jogou uma pedra na água e com as bochechas corando mandou que fossem na frente. Ângelo deu de ombros, mas Rodrigo nos olhou desconfiado.

- Hum... juízo vocês dois. - Disse ele.

- Vai logo, mané. - Respondi.

Observamos eles irem e Marcela pegou em minha mão.

- quero te mostrar algo. - Disse ela. Me levou de volta para dentro d'água e andamos até uma parte rasa mas cheia de pedras. Um pequeno véu de água se formava ali também, mas era mas difícil tomar banho naquela parte devido às pedras escorregadias. Com esforço Marcela escalou algumas rochas e atravessou o véu, a segui e nos encontramos dentro de uma gruta.

- Uow... - falei. Ela se sentou olhando para a água, fiz o mesmo e percebi que era possível ver o reflexo da lua através da queda d'água. - como descobriu esse lugar? - perguntei.

PrisioneiraWhere stories live. Discover now