Gustavo e Luke me tiraram do hospital e me enfiaram no carro. Luke sentou no banco de trás ao meu lado e passou o braço por meu ombro enquanto esperamos Gustavo, que voltou para buscar minhas coisas e brigar mais um pouco com a equipe de enfermeiros e seguranças.
Me senti culpada pela crise que tive. Encarei meus joelhos sentindo o olhar de Luke sobre mim.
Quando Gustavo retornou e ligou o carro eu tirei suavemente a mão de Luke dos meus ombros. Ele parecia prestes a protestar mas se conteve.
Eu não falava com ele a semanas e não seria agora que iria voltar a fazê-lo. Ele disse que me ama, sim... e daí? Ele poderia ter dito isso muito antes ao invés de esperar um momento de desespero para tomar coragem.
Ele também disse que pode mudar por mim... mas não estou disposta a esperar.
Quando entramos no quintal de Luke e saímos do carro Mike apareceu na janela, colocando as patinhas no vidro e farejando agitado. Sorri sentindo os músculos da minha face doerem por falta de uso. Luke me estendeu a mão para me ajudar a andar até em casa, mas recusei e segurei nos braços de Gustavo, que riu com deboche para ele.
A primeira coisa que fiz foi pegar Mike e ir para o quarto. Antes de subir as escadas com o auxílio de Gustavo observei Luke se jogar no sofá e cobrir o rosto com as mãos.
- Ele também não tem estado muito bem... você sabe. - comentou Gustavo.
- Bom... - Respondi. - a culpa é dele mesmo, não é?
Gustavo não respondeu, apenas me ajudou a sentar na cama, pôs uma coberta sobre minhas pernas e perguntou se eu precisava de algo.
- Não, obrigada... - Respondi de repente me sentindo mal e culpada por todo o cansaço que lhe causei - Você faz tanto por mim sem nem mesmo me conhecer direito. Espero retribuir um dia.
- Ei... - Respondeu Gustavo cruzando os braços. - Me ofereci como amigo, não é? Estou fazendo o mínimo.
Mike subiu em meu colo me causando uma careta de dor, acariciei suas orelhas e suspirei... o dia mal começou e já parecia tão longo. Gustavo se sentou na beirada da cama me avaliando.
- O que foi? - perguntei.
- O que pretende, Sophia?
- Como assim?
Gustavo bateu os pés levemente no chão, buscando palavras.
- Hum... - Ele pegou em minha mão e a acariciou. - Agora que você está em casa eu vou ter que sair pra resolver algumas coisas... trabalho.
Arregalei os olhos.
- Vai me deixar sozinha com o Luke? - perguntei assustada.
- Ora, Sophia... ele não vai te fazer mal.
- Ah, não? - perguntei com sarcasmo.
- Perguntei o que pretende porque acho que assim que você ficar boa irá embora, não é?
- Lógico.
- Só não atente mais contra a sua vida, okay? - Disse ele. - me retribua desse jeito.
Sorri e concordei. Gustavo sorriu de volta mas ficou sério em seguida.
- Podemos falar sobre o Luke? - perguntou. - Não achei que seria uma boa ideia falar sobre isso, mas aí você pensou em se transformar em purê e eu acho que devemos conversar.
Eu posso negar algo a Gustavo depois do que ele fez e faz por mim?
- Claro. - concordei.
- Talvez eu seja suspeito por pedir isso... somos amigos a muitos anos. Mas por favor, tente não transformar o amor que você sente por ele em ódio.
![](https://img.wattpad.com/cover/353315414-288-k120730.jpg)
YOU ARE READING
Prisioneira
Romance"Sophia ouviu o som de uma explosão e gritos antes de desmaiar, e ao acordar acabou nas mãos de um assassino" ATENÇÃO: CONTÉM SEXO, ASSASSINATO E CONTEÚDOS QUE PODEM GERAR GATILHO. PLÁGIO É CRIME!!!