81 - Sophia

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Depois que os fogos pararam e o brinquedo voltou a girar Luke voltou a parecer entediado, ele claramente não via razão pra se divertir girando em uma engrenagem gigante então se ocupou em me agarrar... isso sempre parecia divertido pra ele.

Quando descemos da roda gigante eu estava meio desorientada e com os lábios formigando de tanto beijar. Não que eu esteja reclamando.

- Não sei você, mas eu fiquei animado com esse brinquedo - Disse Luke. - podiam ter alugado outros.

- Animado, né? - Respondi arrumando minha saia e blusa, que estavam fora do lugar graças a "animação" de Luke.

- Fique aqui. - Disse ele e se afastou para falar algo com o monitor. Gustavo se aproximou de mim nesse momento e se abaixou para falar em meu ouvido.

- Vou pro dark room com essa menina. Encontro vocês depois.

Olhei para ele um pouco curiosa. Será que estava tentando bater algum recorde nos últimos dias?

- Tudo bem. - Respondi. Luke voltou a se aproximar a tempo de ver Gustavo saindo com a garota. Segurou minha mão mas franziu o cenho ao ver minha expressão.

- O que foi?

- Acha que o Gustavo está bem? - perguntei.

- Hum... se refere a todas as garotas que ele pega? - perguntou Luke.

- Sim.

- Eu poderia ficar com ciúmes desse seu interesse nesse assunto, sabia?

- Sério? - perguntei debochando. Luke não tinha o menor ciúme em relação à Gustavo.

- Bom... talvez ele esteja tentando suprimir alguma coisa? - Respondeu Luke, demonstrando pouco interesse no assunto. - Olha, Sophia... Gustavo mudou de vida tanto quanto eu, não é? Não é fácil. É uma pena que ele não tenha uma Sophia para ele também.

- Como assim?

- Você torna as coisas mais fáceis pra mim. - Respondeu Luke. - Gustavo não tem algo ou alguém que ele ame para ajudar a manter a mente sã. Apesar de disfarçar muito bem, ele é doido igual a mim.

Doido... é claro. A pessoa tem que ser louca pra ser um assassino, não é?

- Que bom vocês mudaram. - Comentei

- Hum... não é? - Respondeu Luke com o olhar vago.

°°°°°°

Horas depois nos encontrávamos na beira da piscina, que agora estava bem mais vazia, pois boa parte das pessoas na festa já haviam ido embora. Leonardo, Caíque e Vanessa voltaram a se juntar a nós. Estávamos sentados ao redor de uma mesa de plástico esvaziando as garrafas de bebida que Caíque havia conseguido com o barman, que era seu amigo.

Caíque estava ao meu lado e encostava em mim com frequência. Luke sorria e conversava com todos tranquilamente, mas eu reconhecia sua hostilidade. Eu gostaria que ele não sentisse ciúmes de Caíque do mesmo modo que não sentia de Gustavo, pois éramos amigos desde a pré-adolescência. Caíque era brincalhão e gostava de tocar nas pessoas, mas nunca demonstrou o menor interesse em mim.

- O verão está chegando. - comentou Leo. - podíamos ir a praia.

- Ou.. - interrompeu Vanessa. - Poderíamos pedir a casa de campo do meu pai emprestada. Tem uma cachoeira perto.

- Ou... - Disse Caíque. - Poderíamos ficar em casa estudando, pois me ferrei nas provas.

- Mas aí é um problema seu. - Respondeu Vanessa. Em resposta Caíque amassou um guardanapo e enfiou dentro do copo de bebida dela.

- Ei.. - exclamou indignada, pegou uma das tampas das garrafas e jogou nele, mas acertou em mim.

- Au.. - Exclamei colocando a mão na testa onde a tampinha havia batido. Luke riu e eu chutei sua perna.

- Ei... - Disse ele segurando minha coxa com firmeza. Nesse momento seu celular vibrou. Luke tirou do bolso e bufou ao ver a mensagem.

- O que foi? - perguntei.

- Certo. Vocês vão querer carona? - perguntou ele. Todos concordaram.

- O que foi? - repeti.

- Gustavo está passando mal. - respondeu. - Vou buscar ele.

Luke se levantou e saiu em busca do amigo, voltou minutos depois com Gustavo pendurado em seu ombro.

- Vamos. - Disse zangado. Na mesma hora nós levantamos e o seguimos até o carro.

Luke colocou Gustavo no banco ao lado do motorista e fez Gustavo lhe entregar a chave do próprio carro e a jogou para mim.

- Pode dirigir o carro dele até minha casa? - perguntou. - Vou levar seus amigos e te encontro lá.

Concordei e todos entraram no carro, mas antes que eu fosse procurar o carro de Gustavo meu celular vibrou com uma mensagem de Júlia. Olhei a mensagem e arregalei os olhos. Ao ver minha reação Luke tomou o celular da minha mão e leu.

"Me ajuda. O professor está bêbado e tentando me..."

- Mudança de planos. Leve eles e Gustavo. - Disse tomando a chave da minha mão e me entregando a do próprio carro. - Vou atrás dela.

- Luke... - Exclamei assustada.

- Vou só achar sua amiga e levar ela pra casa. Okay? - Disse ele me dando um beijo na testa. Concordei e entrei no carro.

- O que houve? - perguntou Leonardo na banco de trás.

- Nada...

PrisioneiraWhere stories live. Discover now