Prisioneira

28 - Luke

°°Contém hot e linguagem imprópria°°

Senti meu sangue gelar ao ver para onde Sophia estava olhando. Joguei algumas notas na mesa e me levantei bruscamente, puxando Sophia pelo braço.

- Vamos!

- Espera, Luke - disse ela tentando se desvencilhar das minhas mãos, ainda encarando a televisão. Agora um rapaz parecido com Sophia falava com uma repórter.

- É o meu irmão. - disse ela com a voz falhando de emoção.

- Vamos, Sophia! - a puxei com força, arrastando ela para o carro. Que caralho, o que deu em mim? Por que fico trazendo ela pra esse lugar, expondo seu rosto? Ela está desaparecida, é claro que a família ainda está procurando por ela. E se está passando na TV, todos nesse lugar irão saber que ela está comigo.

Sophia agora chorava copiosamente. Liguei o carro, ignorando suas lágrimas. Não poderíamos mais voltar aqui. Matei aquele segundo idiota atoa.

Sophia já está comigo a seis meses, ela nunca me questionou o porquê de eu não libertá-la, no começo por medo, e depois... por que?

Mas se ela começar a questionar agora... eu não tenho uma resposta que não soe completamente louca e possessiva.

Ao chegarmos em casa Sophia entrou em silêncio, sendo recebida por um gatinho feliz em vê-la. Ela o pegou e foi para seu quarto. Suspirei e a segui.

- Sophia? - bati na porta e não obtive resposta, então abri e entrei.

- Não quero conversar agora. - Disse ela ao me ver entrar. Estava deitada, com o gato pulando ao seus redor.

- Não podemos voltar lá....

- Ou vão me reconhecer, né? - Interrompeu ela. - não sou idiota.

- Bom...

- O que eu sou pra você, Luke? - disse de repente se sentando.

Diante de seu olhar intenso eu perdi as palavras que já não tinha. O que Sophia é pra mim? Atualmente tudo, não posso perdê-la. No entanto...

- Não sei. - Respondi. Ela desviou os olhos verdes, novamente marejados.

Sinto muito, não consigo dizer...

- Eu sinto falta da minha família... de ter uma vida normal.

Respirei fundo e me sentei ao seu lado. Eu tenho total noção de tudo que estou roubando dela.

- Você não sabe o que sente por mim... - continuou ela. - você nunca respondeu as vezes em que eu disse que te amo... por que me mantém presa, então? É pelo sexo?

- Não tenho uma resposta pra te dar. - falei, tirando o gatinho saltitante de cima da cama. - eu nunca fui um sequestrador, aliás. Mas você eu quis... no momento em que coloquei os olhos em você. Me convencendo de que estava apenas te salvando daqueles cretinos que iriam te estuprar e matar.

- E não pode me soltar? Eu te amo, não precisamos deixar de nos ver.

- E o que você vai dizer para a polícia, Sophia? - perguntei começando a ficar irritado. - Que estava perdida? Que não havia ninguém te mantendo presa? Eu sou um assassino, não posso simplesmente ficar indo te fazer visitinhas.

Sophia se levantou, também exalando raiva.

- Então eu vou viver pra sempre aqui? Por capricho seu?

- Sim. - me levantei também. - Você é minha e vai viver aonde eu quiser.

- Pensei que não era um sequestrador...