Pegando atalhos saímos da floresta em cerca de quarenta minutos. Dirigi noite a dentro sem que Sophia parecesse disposta a conversar.
A princípio pensei em ir para um lugar isolado, mas depois resolvi que para chamar menos atenção devemos nos misturar em algum lugar. E eu tinha o lugar perfeito, felizmente ou não. Meu padrinho já o havia mencionado antes.
Pela manhã encontrei um desmanche e me desfiz do carro, comprando outro em melhor estado e com o banco traseiro reclinável para podermos dormir, torcendo para que o outro fosse logo desmontado.
- Desmanche de carros não é algo ilegal? - perguntou Sophia guardando as bolsas no novo carro, olhei para ela, que abaixou a cabeça como se tivesse perguntado algo idiota.
- Alguns não. Mas esse é. - Respondi.
Voltei a dirigir sem trocarmos mais palavras, já era quase meio dia quando ouvi o estômago de Sophia roncar. Ela nunca me pede nada... impressionante.
- Pode vestir meu moletom e colocar o capuz? - perguntei, parando em frente a uma lanchonete de estrada. Estacionei e esperei Sophia fazer o que pedi, ao sairmos do carro passei o braço por sua cintura e entramos, o cheiro de hambúrgueres e batata frita nos rodeou e Sophia suspirou saudosa.
- Não me diga que frequentava lugares assim... - Comentei
- Tenho dezoito anos, Luke. - Ela respondeu revirando os olhos. - É claro que eu frequentava lugares assim.
Esperamos na fila para fazer o pedido e a puxei para mim, dando um selinho em seus lábios. Ela não recuou, mas não pareceu à vontade.
- Não quer que eu te beije?
- Não é isso... - Respondeu evitando olhar em meus olhos.
- O que é, então? - Ela abriu a boca para responder mas foi interrompida pela atendente ao anunciar nossa vez. Sophia olhou para as promoções sazonais apontadas pela jovem e pareceu surpresa com algo, então escolheu um combo enorme com sorvete para sobremesa. Pedi um combo menor e quando recebemos fomos nos sentar para comer.
- O Natal está chegando. - comentou tristemente.
Mastiguei meu hambúrguer sem responder. O Natal... ela vai ficar emotiva em relação à família de novo.
- Temos que arrumar um jeito de disfarçar esse seu cabelo... sabe usar peruca? - perguntei. Sophia me olhou confusa enquanto sugava o refrigerante.
- Veremos pessoas com frequência?
- Sim.
- Então não é mais fácil pintar? - perguntou, agora atacando as batatas. - tinta se encontra em qualquer farmácia, bem mais fácil.
- Óbvio que não. - Respondi mal-humorado, fazendo ela levantar as sobrancelhas para mim. - Você não vai pintar esse cabelo.
- Gosta dele não é? - perguntou sorrindo. Era bom vê-la sorrir para mim finalmente.
- Eu amo o seu cabelo. - Sophia parou de sorrir e começou a guardar a comida de volta no saco de papel.
- Que bom que ama algo em mim. Vamos terminar de comer no carro. - Disse zangada, se levantando e saindo pela porta. A segui meio confuso com sua reação.
Sophia terminou de comer enquanto eu dirigia, sem falar comigo novamente.
Horas depois entramos em uma loja de conveniência, compramos o necessário para trocar o curativo em minha perna, também peguei dois travesseiros, edredom e lençois, e Sophia apareceu animada trazendo uma caixa que ela dizia ser um colchão inflável de carro.
A tarde chegou trazendo chuva, e entrei em um ponto de descanso para viajantes. Após pagar a entrada e o controle de acesso subir deixando o carro entrar, Sophia apontou para um local disponível entre um caminhão e uma árvore.
Fomos até a bomba de encher pneus e voltamos para o carro trazendo um colchão cheio, Sophia estava tão animada com isso quanto uma criança acampando. Sentei no banco dianteiro para descansar minha perna enquanto ela arrumava a cama para deitarmos.
- Pronto. - anunciou se jogando na cama e abrindo a sacola com meus curativos. - vem cá, Luke.
Fechei todo o carro e fui até ela.
- Tire a calça. - mandou. Levantei as sobrancelhas
- Assim tão rápido? - falei brincando. - Hoje de manhã você não queria nem me beijar...
Sophia revirou os olhos me fazendo sorrir, retirei a calça e ela trocou meu curativo com delicadeza. Apesar da dor eu gostava de vê-la cuidando de mim.
- Sophia... - Chamei em voz baixa, ela me olhou desconfiada. Peguei em sua mão e ela não desviou, interpretei como um bom sinal, tentei aproximar meu rosto do dela para beijá-la...
- Vamos dormir. - Falou de repente, me empurrando para deitar, fiz uma careta de dor e ela jogou o cobertor em cima de mim.
- Você não tem dó de mim, não é? - Reclamei.
- Não. - Respondeu se cobrindo e virando as costas. Contrariado agarrei sua cintura e a puxei para mim, a abraçando por trás, ela não protestou. Enfiei minha cara em seu cabelo, sentindo seu cheiro.
- Eu quero você. - falei com a voz abafada, me sentindo uma criança fazendo birra para conseguir o que quer.
- Na última vez que fizemos algo você quase me deixou sem andar. - reclamou ela.
-Ei, foi você quem pediu por aquilo... - respondi indignado. Ela não pode usar esse argumento para não transar mais comigo, é injusto.
Sophia se virou para mim, seu rosto à centímetros do meu, mais uma vez eu senti que poderia contar suas sardas. Pôs a mão em meu rosto, me beijando de repente. Satisfeito apertei sua cintura, senti sua mão deslizar para minha camisa e puxá-la. Afastei nossos lábios para ajudá-la a tirar minha camisa e em seguida tirei a sua. Voltei a beijá-la enquanto minha mão passeou por sua barriga e seios e a levei até sua bunda, apertando e puxando seu quadril contra o meu, ela soltou um pequeno gemido. Tentei abaixar sua calça, mas então ela empurrou minha mão e se virou, com o corpo ainda encostado ao meu.
- Desculpa, Luke... não estou me sentindo bem. - disse com a voz um pouco rouca. Suspirei e sem contestar a abracei e dormimos.
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Prisioneira
Romance"Sophia ouviu o som de uma explosão e gritos antes de desmaiar, e ao acordar acabou nas mãos de um assassino" ATENÇÃO: CONTÉM SEXO, ASSASSINATO E CONTEÚDOS QUE PODEM GERAR GATILHO. PLÁGIO É CRIME!!!