15 - Luke

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Atirei no cara, que nem teve tempo de pensar em reagir, Bianca se assustou e tentou cortar a garganta de Sophia. Atirei nela acertando a lateral de sua cabeça e cobrindo Sophia de sangue.

- Sophia! - Corri até ela, peguei o canivete e cortei a corda que prendia suas mãos. No mesmo momento ela levou as mãos para o corte no pescoço com os olhos arregalados. Sangue escorria por entre seus dedos. Tentei puxar sua mão para ver a profundidade do ferimento, mas ela segurava com força. - Sophia, preciso ver se é grave. - Insisti puxando suas mãos com força e suspirei aliviado ao ver o corte superficial.

- Eu precisei fazer isso. Se eu atirasse nela primeiro ele atiraria em mim e você não teria chance. - Expliquei com urgência, segurando em seus ombros. Ela voltou a pôr as mãos no corte, ainda com os olhos arregalados e a respiração cada vez mais ofegante. Merda, ela estava entrando em choque.

- Sophia! - Sacudi seus ombros com força, fazendo ela olhar para mim, lágrimas lambendo sua face. - Ela não teria força pra cortar sua garganta com um canivete, entendeu? Agora preciso que você se levante para eu te tirar daqui.

Sophia piscou algumas vezes e então se levantou. Tentou olhar para Bianca e seu capanga, mas segurei seu rosto a fazendo olhar para mim.

- Boa menina. - falei. Arrastei ela para fora do quarto, passamos por um corredor e entramos na sala onde joguei meu carro. Olhei de relance para ele e para os corpos pelo chão, então puxei Sophia para fora com pressa para que ela não tivesse tempo de olhar. Ao chegarmos ao ar livre arranquei um pedaço da minha camisa e amarrei em seu pescoço para cobrir o ferimento.

Essa merda de lugar era isolado mas nem tanto, com alguns minutos de caminhada chegaríamos em área movimentada, mas estávamos cobertos de sangue.

Peguei na mão de Sophia e andei ao redor da casa até acharmos o carro de Bianca. Não daria tempo de procurar a chave dentro da casa, logo aparecia alguém pra conferir a origem dos tiros, então fiz Sophia sentar no banco da frente, dei a volta e fiz uma ligação direta no motor.

Dirigi o mais rápido possível para sairmos dali antes que a polícia chegasse. Sophia chorava copiosamente sem olhar para mim. Minha garotinha medrosa... Talvez agora ela realmente tenha medo de mim.
Para onde eu iria levá-la agora? Minha casa já não era segura, tudo por causa daquele baile fodido que vou apenas para agradar meu padrinho. Meu padrinho....

Tirei o celular do bolso e liguei para ele.

- Oi, meu rapaz. Estava agorinha mesmo falando de você com sua madrinha... - Atendeu ele animado.

- Padrinho, não tenho tempo. Preciso da sua casa no lago. - Interrompi.

- A casa no lago? Quer tirar umas férias com a mocinha?

- Não, não é isso. Vou levá-la, mas é porquê não podemos ir para minha casa.

- O que houve? - Perguntou ele preocupado.

- Me seguiram na noite do baile. Vigiaram minha casa por dias até que eu saísse e sequestraram a Sophia.

- Quem fez isso? Essa pessoa não sabe os riscos que corre quebrando protocolos assim?

- Essa pessoa já foi eliminada. Mas haviam outras pessoas lá que não "gostam" muito de mim. Não posso arriscar mais.

- Claro, rapaz. Vou ligar pro caseiro e mandar ele sair e deixar a chave para você. De certo modo a culpa desse inconveniente é minha.

- Obrigado. - Respondi e desliguei. Olhei de soslaio para Sophia, que continuava chorando e sequer parecia ter ouvido a conversa.

- Você está bem? - perguntei, mesmo sabendo que não estava. Ela não respondeu.

Suspirei e não insisti. Quando finalmente chegamos no lago, já havia anoitecido. As luzes da casa estavam acessas. Estacionei o carro, pensando no que fazer para me livrar dele. Tive que abrir a porta e puxar Sophia pelas mãos até a casa, ela ainda parecia estar em choque.
Peguei a chave da casa em baixo do tapete na porta e entramos. Estava tudo arrumado e iluminado graças ao caseiro, que provavelmente já havia ido embora.

- Vem, Sophia... Vamos tirar esse sangue. - Falei a puxando para subir as escadas. Passei as férias nessa casa muitas vezes durante a infância, conheço cada pedaço tanto do imóvel quanto da área ao redor. Abri a porta do banheiro e entrei com ela. Conferi nos armários se haviam toalhas e roupões. Não faltava nada.

- Prefere a banheira ou a ducha? - Perguntei e Sophia me ignorou novamente. Não sei nem se ela está em condições de tomar banho sozinha. tentei tirar a blusa dela, mas ela me empurrou.

- NÃO TOCA EM MIM.- Gritou. Okay, isso foi como uma pancada no meu estômago.

- Tudo bem. - Falei levantando as mãos. - Consegue tomar banho sozinha?

Ela confirmou com a cabeça. Me virei para deixá-la só, mas ao chegar na porta me virei para ela.

- Você pode estar assustada, Sophia. Sinto muito. Mas ainda assim não vou deixar você fugir de mim, você sabe, não é? Você é minha!

Ela mordeu os lábios e eu fechei a porta atrás de mim. Fui até meu antigo quarto procurar roupas para Sophia e eu. Era incrível que Mathias ainda mantivesse minhas roupas de adolescente. Aquele velho sentimental...
Separei camisetas e calças de moletom para nós dois e fui para o banho. Havia um corte na minha cabeça e alguns ferimentos pelo corpo causados pelo impacto de jogar o meu carro na parede, mas nada grave.
Bianca nunca foi um perigo real, era só um garotinha rica buscando vingança sem saber como conseguir. Mas se até ela achou útil pegar Sophia para me atingir.... eu não devia ter levado Sophia para aquele baile.

Demorei mais tempo do que precisava no banho e ao descer as escadas encontrei Sophia usando um roupão e remexendo a cozinha. Havia um curativo em seu pescoço.

- Há roupas em cima da cama no primeiro quarto do corredor. Vai se vestir e deixa que eu faço algo para comer. - Mandei e ela obedeceu sem sequer olhar para mim de novo. Mas que diabos.

Preparei sanduíches e suco, pois era mais rápido. Quando Sophia voltou pus um prato na sua frente e ela comeu desesperadamente.

- Sophia? - Chamei quando ela terminou. Ela manteve a cabeça baixa. Eu não estava aguentando que ela não me olhasse.

Dei a volta na mesa e encostei a mão em seu ombro.

- Sophia, por favor... - Ela soluçou e se atirou em mim rodeando os braços em minha cintura e enterrou a cabeça em meu peito chorando. A abracei com força, satisfeito. - Podemos conversar quando você estiver pronta, okay? - Ela confirmou com a cabeça. Quando ela parou de chorar a levei para meu quarto e esperei até que ela adormecesse em meus braços.

Nota da autora: Vocês estão gostando? Se estiveram aperta a estrelinha e deixa um comentário pra me animar 🥰

Eu gosto muito dessa história e amo meus personagens. É muito bom apresentá-los a vocês ❤️

PrisioneiraWhere stories live. Discover now