Prisioneira

17 - Luke

Sophia estava com os olho vermelhos de chorar, e as bochechas coradas por causa do que acabamos de fazer... vestimos nossas roupas por cima dos corpos molhados e entramos em casa. Busquei uma caixa em baixo da minha antiga cama e lhe entreguei na mesa da cozinha. Havia fotos minhas quando era criança, na adolescência sem cicatrizes, com meus pais, passando as férias nessa casa, com amigos antigos, com Marcela...
Sophia viu todas as fotos com atenção.

- Você era tão jovem! - Comentou.

- Ainda sou jovem. - Respondi com um rosnado.

- Bom, não tanto quanto eu. - Respondeu ela dando de ombros. Por um segundo meu coração errou a batida.

- Sophia, quantos anos você tem? - perguntei fingindo nervosismo.

- Dezoito. - Respondeu erguendo as sobrancelhas para mim.

- Ufa, pensei que estivesse fodendo com uma garota menor de idade. - Falei com um sorriso.

Ela corou, e revirou os olhos.

- Tudo bem matar algumas pessoas, mas ficar com uma menina menor de idade não. - Debochou ela.

- Ei, eu tenho princípios. - Falei com sarcasmo me sentando à sua frente.

Ela fechou a caixa e me encarou.

- Por que me mostrou isso?

- Sophia, eu gostaria que você tivesse se apaixonado por essa versão minha. É uma pena, pois agora ela só existe nessa caixa guardada pelos meus padrinhos e você está presa comigo.

Sophia apenas continuou me olhando.

- Sou uma versão adoecida e sádica de mim mesmo e não vou mudar. Entendeu?

- Luke...

- Pode aceitar isso, Sophia? Aceitar que não pôde conhecer minha antiga versão e que nunca vai conhecer minha versão atual completamente?

- No que isso implicaria? - Perguntou séria.

- Se puder aceitar isso, eu vou ser tão seu quanto você é minha.

Sophia suspirou e olhou para as próprias mãos. Esperei por sua resposta com paciência.

- Eu acabei de dizer que te amo, Luke. Mas não posso te responder isso agora.

Sorri. Essa garota me viu matar sete pessoas no dia anterior e descobriu que manipulei uma mulher para matar seus pais em troca de dinheiro. Ainda assim diz me amar. Talvez ela seja tão louca quanto eu, ou talvez eu a tenha deixado louca.

Nos dias que se passaram levei Sophia para a parte funda do lago e a ensinei a nadar, não voltamos a transar e eu não insisti, se ela precisava de tempo eu o daria.

Peguei o carro de Bianca e o empurrei para um barranco o mais distante possível da casa, ao cair arbustos e árvores o cobriram, ficaria alí até a natureza consumi-lo.
Recebi uma ligação do meu padrinho depois de quatro dias dizendo que não poderia mais usar o nome de Mike, pois encontraram meu carro com o dinheiro do meu último trabalho dentro. Okay, mais uma vez estou sem documentos... ainda bem que meu dinheiro está guardado em uma conta laranja.

Passar os dias que se seguiram olhando para as paredes daquela casa quase me fizeram entender o tédio de Sophia. Ela parecia estar feliz em pelo menos poder circular ao redor da casa e nadar no lago, várias vezes a peguei deitada e sorrindo entre as folhas que caíam das árvores, mas eu a ouvia chorar a noite.

Deixei que ela ficasse com meu quarto e peguei o de hóspedes para mim. Eu não poderia garantir que não faria nada com ela se ficássemos no mesmo quarto. Já era um puta sacrifício não tentar comê-la cada vez que a via andando para cima e para baixo usando minhas camisetas. Era impressão minha ou ela estava ficando cada vez mais gostosa?

O caseiro voltou a aparecer mais duas vezes naquele mês, trazendo comida para reabastecer a despensa e produtos de limpeza e higiene. Pedi que trouxesse roupas para Sophia na próxima vez que voltasse.

Sophia nunca foi de falar muito, assim como eu, mas as vezes tentava puxar assunto e eu a frustrava com respostas curtas. Percebi que precisava arrumar algo para essa garota fazer ou uma hora ela poderia tentar fugir de mim. Isso eu não permitiria nem fodendo.

Tive uma idéia bem arriscada novamente, mas como eu já disse... não sou o cara mais cauteloso do mundo!

Nota da autora: curtinho, mas tenho mais um capítulo pra lançar hoje. Vocês querem?🥰

Não esquece de deixar a estrelinha ❤️