51 - Luke

3.5K 349 109
                                    

obrigada por acompanharem até aqui.☆

Luke

Tentei não correr tanto para o hospital, pois a cada leve tremor do carro Sophia gemia, mesmo desmaiada. Merda...

Eu estava tentando assustá-la, mas não a ponto dela tentar saltar do carro, porra. Apesar das ameaças... minha intenção nunca foi machucá-la.

Gustavo não parava de me ligar, mas nem se eu quisesse conseguiria atender. Minhas mãos tremiam e estavam sujas do sangue de Sophia... porra, era muito sangue.

Parei no hospital mais próximo sem nem reparar aonde estava estacionando, a peguei nos braços ainda desacordada, ensopando minha roupa de sangue e entrei. Na mesmo hora fui rodeado por funcionários e enfermeiras, que trouxeram uma maca em questão de segundos e levaram Sophia de mim. Mas que porra...?

- Eu vou junto, caralho! - rosnei para um enfermeiro que tentava me conter pacientemente.

- Os médicos vão avaliá-la, senhor. - disse ele. - precisamos de informação sobre o que houve pra poder cuidarmos dela.

- Acidente de carro. - Respondi tirando as mãos dele do meu braço. - Vou junto e digo o que o médico quiser saber.

Tentei avançar pelo corredor que Sophia foi levada porém mais duas mulheres se juntaram à ele para me deter. Eu já estava tremendo antes, mas agora estava ficando realmente irritado. Preciso ver essa garota acordar, porra.

- Sabemos que está nervoso. - Disse uma dela. - Mas não pode entrar na Sala Vermelha.

Eu sabia que estava sendo completamente irracional, mas mesmo assim iria socar cada um que não me deixasse entrar.

Um braço rodeou meu ombros e vi que era Gustavo, ofegante e vermelho.

- Rastreei a porra do meu carro e vi que você veio para o hospital. - disse ele. - que sorte ser logo esse. - fez sinal para os enfermeiros saírem e ficamos a sós.

Aproveitei que confiaram nele pra se afastarem e tentei avançar pelo corredor novamente mas Gustavo me deteve.

- Eu juro por Deus que você está passando por todos os limites. - rosnei para ele. - Estou à um passo de te socar.

- Não sei o que houve - Disse ele ignorando minha ameaça - mas saiba que os médicos podem cuidar dela de um jeito que você NÃO pode, entendeu?

Minha respiração estava ofegante de raiva, fechei os punhos não querendo outra coisa além de quebrar os dentes desse intrometido, mas ao invés disso passei e por ele e saí da recepção do hospital.

Fui até o carro e vi através do vidro o banco ensanguentado, apoiei na porta cruzando os braços e tentando ignorar essa visão, vários minutos depois Gustavo apareceu com as mãos no bolso.

- Sorte você ter trazido ela pro Norte Ava... fiz um "favor" pro diretor do Hospital. - Disse ele se apoiando no carro ao meu lado. - Não vão te fazer muitas perguntas sobre ela...

Fechei os olhos por um instante, me odiando mais a cada segundo. Sophia é maravilhosa, jovem, esperta... eu estou sugando tudo dela apenas para satisfazer minha obsessão. Eu sequer tive coragem de colocar em palavras meu amor por ela... eu sou um fodido.

A iminência de perdê-la ou ela me deixar por vontade própria me deixa louco, minha mente para de funcionar e o pior da minha personalidade dá as caras.

- Obrigado... - falei para Gustavo, esperando que ele entendesse que eu me referia a muitas coisas. Gustavo pôs a mão em meu ombro e observamos uma enfermeira se aproximar... era uma das que havia acompanhado Sophia. Senti meu coração despencar com a cara que ela fazia.

- Ham.. Vim dar algumas informações sobre a paciente. - Disse olhando de Gustavo para mim.

- Anda. - mandei sem paciência.

- A jovem sofreu fraturas na clavícula, no fêmur e patela e várias lesões na pele, mas não corre risco de vida. - Informou ela bem rápido.

Gustavo pareceu aliviado, mas tudo que eu sentia era um peso insuportável no peito.

- Sem sequelas depois? - perguntou Gustavo.

- Sim, mas... - Respondeu ela receosa.

- Mas o que, porra? Fala logo. - falei exaltado.

- Nos informaram que foi acidente de carro, não é? Sinto muito, o bebê não resistiu.

De repente todos os sons pareciam ruídos e minhas pernas pareciam chumbo. Pisquei algumas vezes tentando tomar consciência sobre meu corpo. Ouvi Gustavo me chamar mas sua voz parecia distante, minha cabeça começou a girar e me abaixei tampando os ouvidos. Sem que eu conseguisse controlar meus olhos se encheram de lágrimas, me fazendo enxergar embaçado. Passei as mãos no rosto, senti aspereza nelas e as olhei... cobertas de sangue seco. O sangue da minha mulher e do meu bebê!

PrisioneiraWhere stories live. Discover now