58 - Luke •parte 2•

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Talvez se matassemos homens dele o suficiente...

Eu não entendia o que Ângelo estava querendo. Nas últimas vezes que me viu ele agiu com uma cordialidade hostil, meses atrás foi até meu padrinho fazer perguntas sobre mim, e de repente perdeu a paciência e começou a mandar funcionários atrás de mim.

No sétimo hotel que nos hospedamos eu encontrei Matheus, agora parecia um homem. O cumprimentei e ele nem de longe parecia aquele garoto que vi pela última vez no baile de máscaras.

- Meu pai foi assassinado. - me contou, virando o quinto copo de whiskey. - Assumi seus negócios.

- Sinto muito. - Respondi.

- Luke, você disse que está fugindo dos capangas do Ângelo... - disse ele mudando de assunto.

- Sim. E matando alguns pelo caminho.

- Isso nunca cai acabar. Ele gosta de brincar. - disse sacudindo a cabeça. - Você precisa entrar em contato com ele... fazer um acordo ou sei lá, matar ele de vez.

O modo de pensar de Matheus ainda era pouco estratégico, mas ele tinha razão. Quando me despedi dele o fiz com um peso no coração, com a vida que tínhamos talvez nunca mais nos víssemos. Matheus era um garoto bom, eu gostaria que ele crescesse longe disso tudo.

Mais alguns meses se passaram, eu dormia e acordava pensando em Sophia. Aparentemente nem a morte e a matança iminentes encobria minha obsessão por ela.

Gustavo também a mencionava com frequência. As vezes eu ficava puto, achando que ele sentia algo a mais por ela. Mas Gustavo é Gustavo, e esse filho da mãe tem crédito comigo até a nossa próxima vida.

- Não devíamos ter matado alguém em área neutra. - Comentou Gustavo enquanto levavamos dois corpos para a lavanderia do hotel durante a madrugada. Os caras puxaram assunto no bar, mas um deles mencionou meu nome sem que eu houvesse dito. Os seguimos até o quarto deles, matamos e esquartejamos. Agora eles estavam dentro de sacos dentro do carrinho de limpeza.

- Tomamos cuidado para não sermos descobertos até estarmos longe. - Respondi. - Agora vamos.

Saímos do hotel, agora decididos a buscar contato direto com Ângelo. Liguei para meu padrinho várias vezes e ele não atendeu.

- Vamos até a casa dele. - falei. Gustavo me olhou nervoso.

- Ele é sobrinho do seu padrinho, né? - perguntou enquanto dirigia. - Acha que ele o machucaria?

- Acho. - Respondi. Esse possibilidade passou por minha cabeça, mas meu padrinho era muito bem guardado por seguranças o tempo todo. De qualquer forma eu gostaria de ver se ele estava seguro, e perguntar como eu poderia encontrar Ângelo.

Algumas horas depois ao anoitecer chegamos em sua mansão. Não havia ninguém guardando a entrada, isso me deixou em alerta. Puxei a arma e engatilhei. Chegamos em frente a casa sem encontrarmos ninguém, saímos do carro armados e eu escancarei a porta da frente.

Um odor putrefato nos atingiu em cheio, puxei a máscara para cima e Gustavo fez o mesmo.

Alguns passos a frente encontramos poças de sangue e pedaços de corpos. Nervoso comecei a vasculhar a casa, que estava coberta pelos corpos dos seguranças do meu padrinho. Moscas e larvas os circulavam.

-Mas que merda... - ouvi a voz de Gustavo atrás de mim. Subi as escadas, seguido por ele, e abri a porta do quarto. Meus padrinhos estavam na cama, divididos em pedaços disformes e podres.

PrisioneiraWhere stories live. Discover now