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LUCAS

Olho para a poça de sangue no chão e me pergunto o quanto eu posso bater nesse verme antes dele morrer.

Coloco meu cigarro na boca e pego o isqueiro no fundo do meu bolso. Meu corpo relaxa assim que dou a primeira tragada.

— Vamos lá, vou te dá mais uma chance para me dizer quem te mandou aqui — Falo firmemente para o velho amarrado na cadeira.

— Prefiro ir para o inferno — Esse idiota já esta cheio de machucados pelo corpo e mesmo assim prefere manter segredo?

— Não complique as coisas, eu estou te dando a oportunidade de ter uma morte tranquila.

— Vai a merda D'angelo — Minha boca se repuxa para o lado e controlo o sorriso.

Me afasto do desconhecido e faço um sinal com a mão para os capangas. Os gritos começam a circular por todo o galpão novamente.

Vejo meu irmão com os braços cruzados e um sorriso no rosto, algo como diversão e orgulho percorreram seus olhos. Me aproximo dele.

— Acho que ele vai demorar para admitir algo — Bruno fala enquanto pega o cigarro de minha boca.

— Vou deixar que os guardas tomem conta disso — Pego meu blazer da mesa que estava cheia de objetos para tortura — Você vêm comigo?

— Não, eu preciso resolver algumas coisas — Eu sabia o que isso significava — Você já vai para casa?

— Sim — Eu precisava de um banho, tinha sangue que nem era meu no meu corpo — Me avise se ele desembuchar alguma coisa.

— Pode deixar — Tomo meu cigarro da boca dele e saio daquele galpão rapidamente.


Assim que coloquei o primeiro pé para fora, o vento beijou meu rosto com frieza, fazendo os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Respirei o ar fresco e percebi que tinha passado muitas horas dentro desse inferno tentando arrancar informações daquele desconhecido.

Eu tinha muita coisa para resolver ainda. Se minha teoria estiver certa, aquele homem é um bode expiatório, o problema é descobrir para quem ele trabalha.

As vezes é difícil manter essa rotina de sempre, minha mente ainda vai me matar por não conseguir relaxar.

Olho em volta e tento encontrar algum ponto de espionagem. Acho que não tem nada para se preocupar, mesmo assim é sempre bom manter a guarda firme.

Jogo fora o cigarro e vou até meu carro que estava próximo a mim. Assim que entro, sinto um ar mais quente.

Aproveito o silêncio e o conforto para descansar um pouco. Apoio minha cabeça no apoio do banco e sinto meu corpo relaxar, nem sempre me permito fazer essas coisas.

Meus olhos vão pesando aos poucos e derrepente uma escuridão me preenche.



Observo a luz que vinha daquela sala e sinto meu corpo todo se atrair por aquele pequeno cômodo.

Mamãe disse que eu não poderia sequer descer as escadas e mandou eu ficar no quarto com Bruno, mas os murmurinhos de conversa e as risadas me puxavam para o perigo.

Meu irmão já estava dormindo sossegadamente, talvez não tivesse problema me aventurar um pouco.

Comecei a descer as escadas e minhas meias abafaram o barulho da minha caminhada. Fui cuidadoso a cada passo que dava.

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora