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LETICIA

Eu sabia que eles me acompanhavam enquanto os guiava pelos corredores, sabia exatamente para que parte do meu corpo olhavam e eu sabia que era uma péssima idéia dividir um quarto com eles, fazer coisas com eles.

Eu iria embora? Sim, claro que sim, mas se não tivesse essa experiência, se não acabasse com essa curiosidade jamais conseguiria partir, deixá-los para trás. Então por que derrepente comecei a fraquejar tanto apenas com a ideia de finalmente tê-los para mim?

Olhei a porta branca a minha frente e pensei por alguns segundos se era realmente uma boa decisão fazer o que minha cabeça tanto pedia, o que o meu corpo implorava. Respirei fundo e apenas ignorei todos os sinais vermelhos que o raciocínio me trazia.

Virei a maçaneta e os deixei entrar no cômodo primeiro, logo acompanhei eles e tranquei a passagem. Olhei os dois analisando o quarto inteiro.

Encostei na porta e fui incapaz de mexer um músculo do meu corpo, estava tensa de mais para isso. Os meninos pareceram gostar do que viam, a forma como eles analisavam tudo me fez querer sair daqui o mais rápido possível, mesmo assim não demonstrei nervosismo algum.

Eles trouxeram sua atenção até mim novamente e senti aquele olhar pesado pelo meu corpo, o desejo tão nítido quanto o volume em suas calças.

Lucas colocou as mãos no bolso da calça e parou o olhar nos meus seios, logo depois subiu para meus olhos. Os nós dos meus dedos dentro do salto se forçaram ainda mais.

Engoli em seco e me permiti ir até eles, ambos não tiraram os olhos de mim durante a curta caminhada. Fiquei diante dos dois e tentei pensar em algo, qualquer coisa que os fizessem me foder logo.

Eles não falaram nada, nem sequer se movimentaram, apenas ficaram parados esperando que qualquer partida viesse da minha parte. Não era medo, só era divertimento em me ver desesperada.

— Então... O que você quer fazer? — Bruno perguntou quebrando o silêncio.

Não sabia o que responder, como agir ou o que pensar. Os dois estavam pertos um do outro, apenas isso parecia ser algo íntimo de mais.

Fiquei na ponta do pé e tentei não me entregar ao nervosismo que se amontoava no meu peito ou na minha região íntima.

Olhei para Lucas e vi a calma serena de sempre que habitava aquele rosto, não ousei pensar em nada quando juntei nossos lábios e comecei uma dança lenta com nossas bocas. Ele não me tocou em nenhum segundo.

Tinha algo de errado? Talvez eu não tivesse me preparado muito bem para isso, mas... Por que eles pareciam tão distantes?

— Lucas... — Resmunguei com nossas bocas ainda próximas.

— O que foi? — Mesmo com os olhos fechados eu poderia apostar que ele carregava um sorriso na boca.

— Eu não quero assim — Senti meu rosto esquentar apenas pela forma tão submissa em que eu aparentava estar.

— Como você quer? — Abri os olhos e vi aquele mar azul em volta da suas pupilas.

Ele sabia o que eu queria, os dois sabiam mas mesmo assim se mantinham firmes apenas para vê a forma que meu nervosismo se demonstrava. Bruno não parecia estar incomodado de jeito nenhum, pelo contrário, ele parecia gostar de assistir.

Eu não vou deixar isso ser do jeito deles.

Empurrei o corpo de Lucas para trás e ele não questionou em nenhum momento. Seu corpo se aconchegou assim que entrou em contato com a cama.

Juntei nossas bocas novamente mas dessa vez de uma forma muito mais quente do que antes. Subi em seu colo e o deitei no colchão assim que nossas línguas formaram um único par.

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora