33

37.4K 3.1K 422
                                    

LETICIA

Eu estava em um lindo campo, repleto de flores coloridas e totalmente sozinha isolada de tudo e todos. Os meus sentidos estavam aflorados e os cheiros de cada flor se tornavam como o mais delicioso perfume.

Acho que a muito tempo não tinha sonho como esse. Até ele ser interrompido.

Senti a luz incomodar meus olhos e um gemido de reclamação saiu pela minha boca. Tentei me mexer de algum jeito mas duas paredes de músculos impediram meus movimentos.

O desconforto fez com que eu despertasse e fosse obrigada a abrir os olhos.

Demorou até que eu conseguisse ver tudo com detalhes, minha mente demorou para ligar os sistemas e assim que os raciocínios se encaixaram eu tentei me sentar imediatamente.

A pressão sobre mim aumentou e os dois me apertaram fortemente. Como eles conseguiam toda essa força mesmo dormindo?!

Me revirei na cama e sem querer senti outras coisas, coisas que eu não deveria.

— Droga! — Murmurei para mim mesma.

Eles não pareciam se tocar que eu já estava pronta para me desgrudar, nem sequer tinham acordado.

— Meninos, vocês já podem me soltar — Falei em um tom mais alto mas a única resposta que tive foi o som de suas respirações — Porra.

Eu conseguia sentir aquele peso sobre mim, não só o peso do corpo deles, mas também o volume — bem maior do que eu pensava — em minhas regiões íntimas.

Respirei fundo e levantei o cobertor que estava sobre nossos corpos. Fiquei sem saber que reação ter quando vi a cena.

Minha calcinha estava molhada com um liquido branco e com certeza não era algo vindo de mim. Reparei na cueca de Lucas e vi que estava sujo da mesma coisa que eu.

Sério mesmo?! Eles gozou enquanto dormia?!

Não ia me surpreender caso minha bunda também estivesse suja com a porra do Bruno. A camisola deve ter levantado durante a noite e alguns incidentes aconteceram.

Eu não posso culpa-los por ter gozado em mim enquanto estavam inconscientes, mas com certeza posso culpa-los por terem me abraçado a noite inteira e nem terem me dado espaço para respirar.

Meu corpo inteiro suava com essa aproximação e eu realmente me sentia sufocada com Lucas me abraçando pela frente e Bruno por trás.

Respirei fundo e me perguntei se demoraria muito para que eles acordassem. Eu só queria uma noite de paz.

O homem ao meu lado começou a se mexer e notei que Lucas acordava. Glória a Deus.

Ele apertou sua mão na minha cintura e me puxou para perto. Isso não acaba nunca?!

— Bom dia — Escutei sua voz rouca e me aliviei ao ver que ele estava acordado.

— Bom dia, pode me soltar, por favor?

— Não — Senti um beijo em minha testa e seu abraço ficou mais firme.

Como se não bastasse Bruno praticamente em cima de mim, agora tenho que aguentar Lucas fazendo o mesmo.

— Você dormiu bem? — Meu tio perguntou mas ele não pareceu muito consciente.

— Ah... É que vocês dois não me deixaram dormir muito.

Ele se afastou rapidamente e me olhou seriamente. Tinha uma preocupação genuína em suas expressões.

— Fizemos alguma coisa que não gostou? Eu fiz alguma coisa? — Olhei aquele olhinhos de cachorro abandonado.

Foi necessário apenas que eu levantasse o cobertor para que ele percebesse o que tinha acontecido. Seu rosto ficou vermelho e eu guardei o sorriso para mim mesma.

— Ai meu Deus, me desculpa, é que você tava perto e eu provavelmente acabei...

— Lucas eu sei como o corpo humano funciona, não se preocupe — A culpa se instalou ainda mais naquele rosto.

— Eu posso limpar se você quiser.

— Não se preocupe, mas acho melhor você se limpar agora.

— Têm razão, eu vou no banheiro — Seu olhar se cruzou com o meu e lembrei de tudo que tinha acontecido na noite anterior. Ele se levantou.

Foi difícil fingir que ele não estava de cueca na minha frente, e foi ainda mais difícil ignorar em como ele aparentou se entristecer quando viu Bruno ao meu lado, me abraçando com uma certa intimidade.

— Ah... Eu vou tomar banho — Ele se virou para ir até o banheiro e novamente tive o privilégio de admirar seu corpo por trás.

— Lucas, — O chamei novamente — tá tudo bem entre a gente?

Ainda não tinhamos conversado sobre tudo o que a via acontecido e para ser sincera eu preferia ignorar esse leve problema.

— Claro! Tá tudo bem, aliás, você é solteira e faz o que quiser — Sua calma não pareceu sincera.

Eu o deixei ir e senti meu coração apertar quando fiquei no silêncio cruel. Isso vai ser tão difícil...

— Oh, você ficou abalada com isso? — Senti os dedos preguiçosos na minha coxa.

— Vai pro inferno Bruno — Tirei sua mão do meu corpo — Quem disse que você têm o direito de me tocar?

— Eu não tenho? — Me virei para ele e revirei os olhos.

— Você é um babaca.

— Sou, mas pela situação você é ainda pior.

— Nunca disse o contrário.

Me afastei do canalha e  levantei da cama. Ignorei o fato de minha camisola desajeitada ter dado uma boa vista para meu tio.

— Onde você vai?

— Pro inferno  — Respondi enquanto andava até a saída do quarto.

O que vou fazer para concertar tudo isso?

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora