100 Camadas De Desejo

13

LETICIA

Todos ao meu redor estavam se movimentando, cada pessoa em quem eu olhava encontrava um par. Mas que merda tá acontecendo?!

Os pares se posicionaram e eu continuei ainda mais confusa

O homem que a pouco tempo estava no topo dá escada já não se encontrava alí. Percorri meus olhos pela multidão.

— Droga, preciso ir — Bruno se afastou sem nem ao menos dar alguma explicação.

Olhei para Lucas e vi suas sobrancelhas franzidas. Ele engoliu em seco.

— Você quer dançar? — Todo meu corpo entrou em choque quando vi sua mão estendida em minha direção.

— O que?

— Você é burra? Estou te chamando para dançar, sabe fazer isso não é? — Meu corpo se preencheu de raiva instantâneamente.

— É sempre com essa doçura que convida uma moça para dançar?

— E desde quando você é uma moça? — Foi impossível não demonstrar meu ódio. Ele fecho os olhos e respirou fundo — Perdão, você tem a razão... Gostaria de dançar comigo?

Olhei aquela mão estendida para mim.

Por segundos cogitei ignora-lo e sair andando, mas tinha informações para arrancar desse babaca.

Me aproximei dele e peguei sua mão. Que coisa mais humilhante.

A música rapidamente começou a tocar e todos se mexeram conforme o ritmo, inclusive eu.

— Quem era aquele pedaço de sol? — Lembrei do seu terno ridículo.

— Ele é o dono da festa, a pessoa com quem precisamos resolver alguns assuntos — Uma resposta concreta, mas que apenas despertava minha curiosidade.

Lucas me puxou para perto e sua mão ficou mais pesada em minha cintura, não consegui quebrar a porra do contato visual.

— Você... Me decepcionou hoje Leticia — Seus movimentos foram suaves ao me girar.

— Não me diga que está falando do vestido.

— Sabe muito bem que é — Tentávamos manter nosso tom de voz baixo.

— Me conhece a apenas algumas semanas e já esperava o melhor de mim? Como consegue gerenciar uma empresa senhor D'angelo? — Um estranho brilho se instalou no seus olhos.

Tinha algo esquisito no ar, além de todos aqueles perfumes misturados, era algo profundo... Algo que eu sabia ter haver com o homem a minha frente.

— Não gosto de jogos — Meu tio disse enquanto percorria seus olhos nos meus.

— Isso é uma pena, pois eu adoro — Podia ver seus lábios querendo se curvar.

— O que pretende com isso? — Parecia que seu corpo me puxava para perto como um ímã.

— Do que especificamente está falando? — Meu coração quase saiu pela garganta.

Lucas aproximou sua boca do meu ouvido e apoiou suas duas mãos em minha cintura.

— Que jogo estamos jogando agora? — Um sorriso preencheu meus lábios.

— A única coisa que precisa saber, — Sussurrei assim como ele — é que eu faço as regras, você apenas precisa segui-las.

O moreno se afastou o suficiente para ver meu rosto e por um milagre tinha um sorriso em sua boca.