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LUCAS

Meu coração batia tão rápido quanto um carro de corrida, minhas mãos soavam e algo dentro de mim embrulhava meu estômago como um papel de presente. Eu estava mesmo nervoso por causa disso?

Tinha tudo para dá errado, provavelmente algo vai acabar com essa noite e eu não entendo em como topamos isso tudo, deve ser muita burrice mesmo.

Olhei para o relógio pela milésima vez e notei que ela estava atrasada, meus pés não conseguiam ficar parados.

— Têm como você se acalmar? — Meu irmão perguntou ao meu lado.

— Não, não têm como — Passei a mão no rosto e sentei no braço do sofá — Não era para ela ter descido?

— Ela tá se arrumando, Lucas — Ele sorriu de lado — Você parece um adolescente ansioso para o primeiro encontro.

— Cala a boca — Escutei sua risada baixa.

De fato era a primeira vez que saímos, não queria que fosse nessas circunstâncias mas é o melhor que temos.

Sons de passos invadiu o cômodo e eu rapidamente levantei de onde estava. Observei ela descendo as poucas escadas.

Letícia usava roupas simples, mas que a deixava a mulher mais linda do mundo, não sabia como reagir a tudo isso, percebi que meu irmão estava na mesma situação que eu.

— Obrigada por terem trago minhas roupas — Ela disse quando se posicionou a nossa frente.

— Você... — Bruno tentou dizer qualquer coisa.

— Você tá linda — completei a frase.

— Ah, valeu... Para onde vamos? — Eu não fazia idéia.

— Surpresa — Meu irmão falou enquanto arrumava a postura.

Tinha minhas dúvidas se poderia confiar em Bruno, mas mesmo assim deixei que ele decidisse para onde íamos, só espero não me arrepender disso.

— Vamos, a noite vai ser longa — Abri a porta e deixei que os dois saíssem primeiro.

Nada pode dá errado hoje, não enquanto estamos recuperando a confiança dela.

LETICIA

Eles colocaram uma faixa tapando meus olhos durante a curta viagem, preferi não brigar por isso, eu precisava de um pouco de normalidade para a noite de hoje então apenas aguardei o carro parar de se movimentar.

Quando finalmente chegamos no local, pude escutar uma música abafada do lado de fora e logo a curiosidade se despertou dentro de mim.

A porta do passageiro foi aberta e senti uma mão soltando o nó atrás da minha cabeça, demorei para me acostumar com a luz forte e aos poucos fui abrindo os olhos. Observei o grande letreiro vermelho.

— Me trouxeram para um bar? — Perguntei para os dois.

— Sim, é um lugar que vínhamos muito quando éramos mais jovens — Bruno respondeu e me ajudou a descer do veículo.

— Não esperava que fossem me trazer para um lugar tão... Público — Arrumei minhas roupas e olhei os dois — Confiam tanto assim em mim?

— Não — Ambos responderam.

Eu poderia facilmente fugir em qualquer oportunidade, então por que me trazer nesse lugar?

— Vamos entrar.

Lucas segurou minha mão e me puxou para dentro, deixei ser levada e entramos no "bar da Pepita" como dizia a placa com as luzes vermelhas.

Abri a porta de madeira e o barulho do sino foi quase imperceptível, o local estava cheio e foi difícil passar pela multidão. Tinham pessoas jogando sinuca, outras dançando e alguns só bebendo sozinhos mesmo. Ok, isso aqui é muito mais aconchegante do que eu esperava.

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora