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BRUNO

Em noites como essa, eu costumo estar em algum bar bêbado o suficiente para trepar com alguém em uma cabine de banheiro.

Mas hoje foi... Diferente.


Sair com minha sobrinha para jantar com certeza não estava em meus planos, mas tenho que admitir que não foi tão ruim.

Quer dizer, teve aquele momento com a louca da Virgínia, aguentar ela me zoando a noite inteira, eu tendo que ver homens olhando para as pernas dela... Mas mesmo assim não foi ruim.

Até o momento em que a gente entrou no carro e começamos a discutir tudo de novo.

Abro a porta e respiro profundamente para me controlar ao máximo. Essa fedelha ainda vai acabar com minha paciência.

Ela desce do carro e se afasta de mim com fúria nos olhos.

— Pelo menos me agradeça por ter levado você para jantar! — Aviso ela enquanto tranco o carro.

— Se eu soubesse que você ia tentar nos matar teria ficado em casa!

— Não seja idiota, eu só acelerei um pouquinho.

Tabom, talvez eu tenha acelerado bem mais que um pouquinho nessa volta para casa e talvez eu quase nos matei em um acidente. Mas porra, que exagero.

— Você têm algum problema na cabeça ou sua falta de noção veio com o tempo? — A ruiva dispara as palavras em minha direção e eu sinto meu corpo ferver.

— Olha aqui sua pirralha, você é muito mal educada.

— Eu podia está morta agora!

— Estamos vivos, não é? Então não têm motivo para essa revolta toda.

— Você é um verdadeiro babaca, Bruno — Ela me dá as costas e saí andando.

Pronto, essa garota estragou minha noite em questão de segundos.


Entro na minha casa e tranco a porta apressadamente. Só queria um banho e minha cama.

Passo pelo corredor e vejo a luz da sala ligada. Minha curiosidade se desperta apenas com isso.

Caminho alguns passos até o cômodo e assim que entro vejo meu irmão com uma bebida na mão e um cigarro entre os dedos. Ele não parecia bem.

Sua atenção veio até mim e tentei decifrar seus sentimentos apenas com suas terríveis expressões.

— Sua sobrinha é uma estérica — Foi a primeira coisa que disse para quebrar o clima estranho.

— Não me diga que fez alguma babaquice.

— Não, ela é estérica mesmo.

Fui até o pequeno bar da sala e peguei uma bebida.

— Bom, temos coisas mais importantes para nos preocuparmos.

— O quê foi dessa vez? — Sentei em uma das poltronas.

Meu irmão pegou um pequeno envelope da mesa de centro e entregou para mim. Dúvidas vieram em minha cabeça.

— O que é isso? — Perguntei.

— Veja você mesmo — Ele tragou o cigarro.

Abri a folha com delicadeza e assim que peguei o papel começei a ler. Sentimentos circularam todo meu corpo.

Queridos irmãos D'angelo, convido vocês para o meu baile de máscaras. Espero vocês em minha festa.

podem levar acompanhantes, entrem em contato para confirmar a presença

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora