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LETICIA

O quarto era repleto de objetos indecentes a cada parede. Chicotes, algemas, cordas e uma cadeira com aberturas bem diferentes presa ao teto, foi impossível conter o choque quando vi tudo pela primeira vez.

Bruno arrumava suas malas com um certo nervosismo em um canto do quarto. O único barulho em todo lugar era a água do chuveiro caindo.

As expressões dos dois quando entraram nesse quarto foi de ódio e desejo ao mesmo tempo, assim que seus olhos encontraram a mim deitada na cama teve uma reação estranha, eu podia sentir a ardência de seus corpo mesmo com uma distância considerável.

Mas não teve uma atitude, não teve sequer uma palavra trocada entre nós, parecia apenas ter repudia e desconforto naquele estranho ambiente. Talvez fosse melhor eu ter pensado um pouco mais sobre vestir uma camisola como essa, não que tivesse muitas opções em minha bolsa.

Observei as costas nuas do meu tio enquanto ele dobrava as roupas e reparei o quanto aquele corpo era esculpido por anjos. Nunca tinha o visto sem blusa, e por Deus... Que visão.

A porta do banheiro foi aberta e notei Lucas adentrar o quarto, meus pelos se arrepiaram ao perceber que não tinha nada além de uma peça íntima em seu corpo. Até Bruno pareceu degustar a cena tão... Construída.

Respirei fundo para conter os sentimentos que subiram em meu corpo.

A iluminação no ambiente não passava de uma linha vermelha pelos letreiros lá de fora, o que me impedia de notar alguns detalhes dos dois.

Quando eu pensei que ficaríamos em um profundo silêncio, ouvi uma voz grave.

— Como vamos dormir? — Evitei olhar Lucas assim que ele falou.

— Um de nós vamos ficar no sofá — Os dois se olharam e trouxeram sua atenção para mim.

Senti uma leve pressão para cima de mim.

— Ah... Eu posso ficar no sofá — Disse as palavras com muito receio.

— Você tá doente.

— E qual é o problema? — Perguntei ao Bruno.

— Deve se manter aquecida, só têm um cobertor e pela suas escolhas de roupa acho que deve ficar exatamente onde está — Um leve constrangimento me atingiu.

Apenas fiquei calada e esperei que os dois tomassem uma decisão. De qualquer jeito vai ser uma noite muito mal dormida.

— Podemos deitar os três na cama, é nítido que nenhum de nós cabemos nesse sofá — Lucas olhou com uma certa repudia ao assento.

Não era dos locais mais limpos do quarto.

Precisou de um tempo para que ambos avaliassem a situação. Tive medo da resposta.

— Vamos longo então, precisamos descansar — Bruno se aproximou da cama e eu prendi a respiração.

Quando pensei que meu tio iria se deitar, tive a grande surpresa de perceber que ele tirava as calças.

— O que ta fazendo? — Meu tio percebeu.

— Quero dormir longe de tudo que me prenda e você não pode me julgar por isso, irmão — Ele o observou de cima a baixo avaliando o volume em que o homem tinha na cueca.

Lucas apenas respirou fundo e veio para o outro lado da cama. Ótimo, olha como vamos dormir.

Fechei os olhos e a única coisa que senti foi o colchão se afundando com o peso dos dois. O calor do seus corpos preencheu a coberta

Tinha apenas dois travesseiros e é claro que eu fiquei entre eles, dividindo  o espaço com ambos. Eu não sabia se isso era sorte ou azar.

Mas não teve nenhum contato entre a gente, aparentemente o pouco espaço não incomodava eles, muito pelo contrário, os dois fizeram questão de dar as costas para mim.

A irritação já me atingia com força o suficiente para querer sair daqui.

Sentei na cama e passei a mão pelos cabelos, desejando qualquer ar para afastar o calor de mim.

— Preciso de ar fresco — Quando tentei sair da cama uma mão me atrapalhou.

— Descansa, temos uma longa viagem amanhã — As palavras de Bruno foram estranhamente sérias.

— Não manda em mim.

— Não vai sair vestindo isso.

— Ah, então é melhor ficar trancada aqui com vocês?

— Creio que temos intimidade o suficiente para te ver nessas condições — Dessa vez foi Lucas a argumentar.

Tirei a mão de Bruno do meu braço e suspirei enquanto voltava a me deitar. Um meteoro podia nos atingir messe exato momento.

Tudo alí me incomodava, a cama, os travesseiros, o calor, a falta de atenção e até mesmo os dois me irritava. Só queria que essa noite acabasse rapidamente.

— Você ta melhor? — A pergunta de Lucas foi baixa atrás de mim.

— Sim — Senti um roçar de dedos nas minhas costas.

Meu coração palpitava tão rápido quanto um carro de corrida, podia o sentir na garganta.

Demorou poucos minutos para que Bruno se virasse até mim e eu pudesse sentir sua respiração um pouco mais acima.

Qualquer movimento meu e eu poderia sentir o corpo dos dois.

Me esquivei um pouco de Bruno e por consequência encontrei o calor de Lucas. As pontas dos meus dedos se apertaram.

Uma mão em minha cintura me puxou para perto e senti cada pedaço de meu tio atrás de mim, o volume era a coisa que mais me intrigava.

Por baixo do cobertor minha mão se encontrou com a de Bruno e o puxei discretamente para perto, ele me obedeceu e veio até mim.

Fiz com que os dois mantivesse o peso de seus toques em minha cintura mas não demorou até eu sentir minha camisola sendo levantada.

Os dois estavam próximos o suficiente para que eu sentisse suas grandezas em minhas regiões mais íntimas e considerando o tamanho da altura dos dois eu poderia facilmente me sentir sufocada por estar entre eles.

Os toques foram descendo para minhas coxas e não consegui segurar o gemido baixo que escapou de mim assim que uma das mãos apertou meu quadril. Eles riram preguiçosamente.

— Durma, Leticia — Bruno sussurrou e depositou um leve beijo em minha testa.

Senti os dois tirarem suas mãos do meu corpo e a frustração me invadir.

Antes que eu pudesse reclamar de alguma coisa, eles me abraçaram amigavelmente. Sem nenhum outro toque malicioso.

Eles vão me deixar mesmo nessas condições?!

100 Camadas De DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora