Prólogo.

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**ALERTA DE GATILHOS PARA VIOLÊNCIA E ABUSO**
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Devlon

Meus passo eram pesados enquanto eu seguia a bibliotecária pelos corredores de livro da grande biblioteca do rei. Ela parecia absorta em algum pensamento distante, enquanto carregava uma pilha de livros nas mãos.

—Então, você não respondeu. —Chamei sua atenção e ela bufou. —É realmente possível que as safiras tenham sido feitas para alguém determinado?

—Ora, eu não sei. Não sou um Lusion e muito menos uma Bruxa da Lua. —Resmungou, descrente com a minha insistência. —Está me confundindo com outra espécie.

—Mas você vive com a cara enfiada nos livros. Duvido que não tenha descoberto algo. —Eu abaixei a cabeça assim que ela se virou e atirou um livro na minha direção. Ele passou raspando pelos meus cabelos e eu arregalei os olhos. —Miriam!

Ela se virou e me encarou com os olhos violetas curvados em puro desafio. Engoli em seco e me ajeitei, passando a mão sobre a camisa. Os cabelos avermelhados dela pareceram ganhar mais vida a medida que ela se aproximava de mim.

—Pare de me encher de perguntas, Devlon. —Retrucou e ergueu o dedo, apontando para o meu peito. —Não há nada sobre as safiras nos livros. Toda sua história é um grande mistério. Eu sei apenas o mesmo que todos. Elas são capazes de conjurar os quatro elementos principais da natureza.

—Fogo, terra, água e ar. —Falei e ela balançou a cabeça afirmativamente. Ela apontou para o livro que havia atirado em mim e eu o catei do chão, a devolvendo.

—Não há nada nos livros e ninguém vivo que já tenha conseguido ver todas as 4 safiras juntas. —Ela voltou a andar pelos corredores de livros, me deixando na obrigação de segui-la.

—Então não se sabe o que acontece se as 4 forem usadas juntas? —Ela bufou de novo, irritada com a minha insistência. —Eu ouvi um boato de que elas podem ter sido feitas para uma única pessoa usá-las. E apenas essa pessoa seria capaz de encontrar as 4 e usá-las juntas.

—A Cidade dos Ossos é repleta de boatos, Devlon. Nem tudo que se ouve por aí é verdade. —Retrucou impaciente. —Deveria parar de criar teorias na sua cabeça e ir fazer algo que preste. Seu rei não ia gostar de vê-lo aqui, jogando conversa fora.

—Estou apenas matando minha curiosidade. —Afirmei e ela riu em deboche.

—Sua curiosidade um dia ainda vai custar sua vida. —Ela parou e subiu em uma das escadas para alcançar uma prateleira de cima. Observei ela estalar os dedos e uma esfera de luz clarear a área, para assim ela começar a guardar os livros no lugar. —Quer um conselho? Fique longe de qualquer coisa ligada as safiras.

—Porque? —Questionei.

—Porque não é apenas o nosso rei que as desejas. Todos desejam ela. E talvez seja apenas uma questão de tempo até isso eclodir em algo ruim. —Ela desceu as escadas e apagou a esfera de luz. —Não vai querer estar no meio disso, Devlon.

—Como eu disse, estou apenas curioso. —Ela curvou os olhos violetas e me analisou, antes de virar as costas e dar nossa conversa por encerrada.

Suspirei um pouco frustado e ouvi os sinos da cidade começarem a tocar. Era o sinal de que eu deveria voltar ao trabalho.




Continua...

Uma Conjuração de Magia / Vol. 1Where stories live. Discover now