Capítulo 54: Moeda de Troca.

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Cedric

Porque fez isso? —Questionei, quando páramos dentro de um galpão abandonado. Eu estava praticamente congelando com as roupas um pouco molhadas.

—Isso o que? —A garota de cabelos vermelhos me olhou com a testa franzida e eu a analisei de cima a baixo, vendo seu vestido prateado.

—Você roubou a safira e ainda fugiu com a gente. —Foi Trevis quem respondeu. —Isso não faz o mínimo sentido.

—Porque eu sou princesa? —Ela passou as mãos nos cabelos vermelhos, com uma careta. Troquei um único olhar com Trevis.

—Sim? —Falei, como se fosse óbvio e vi ela revirar os olhos.

—Ah, por favor, vocês esperam muito pouco de uma princesa assim? —Ela riu infeliz. —Não vou deixar meu pai me usar como moeda de troca. Ainda mais pra um macho que acha que minha opinião não importa só porque sou mulher.

—E achou que fugir era a melhor opção? —Lyra questionou e as duas se encararam, por mais tempo do que eu achava ser necessário.

—Pelo que eu entendi, você também fugiu, fadinha. —A princesa abriu um sorriso amarelo. —E essa não era a melhor opção. Era a minha única opção. Eu seria obrigada a casar. Não tinha como evitar isso a não ser fugindo.

—E a safira, porque pegou e nos devolveu? —Indaguei e ela deu de ombros.

—Meu pai quer as safiras para conseguir governar os outros reinos. Bem, isso é o que todos os reis querem, não? —Ela encolheu os ombros. —Sinceramente, não estou afim de ver o que vai acontecer se meu pai colocar a mão em todas elas. Não quero herdar um reino de caos.

—E nós não queremos ser governados dessa forma. —Lyra murmurou, se aproximando de mim e Trevis. —Sendo obrigados a fazer algo porque um rei usa quatro safiras para botar medo nos cidadãos.

Os olhos da princesa pareceram brilhar por um segundo. Ela analisou Lyra e depois eu e Trevis, cruzando os braços na frente do corpo.

—Por isso estão roubando as safiras? —Indagou. —O que pretendem? Escondê-las?

—Protegê-las é a palavra certa. —Lyra respondeu. —E não a roubamos. —Ela me olhou, como se não soubesse se deveria ou não contar a princesa verdade. —De qualquer forma, vamos procurar ajuda.

—Que tipo de ajuda? —A princesa questionou prontamente. Trocamos olhares de novo. —Qual é, gente, eu estou congelando com esse vestido molhado e imagino que vocês três também. Porque não me mandam logo a real e resolvemos o que fazer?

—Ela é direta. —Trevis comentou, balançando a cabeça surpreso e eu suspirei fechando os olhos.

Uma princesa, era só isso que estava faltando mesmo!

[...]

—Vocês acreditam mesmo que eles existam? —A princesa fez uma careta, parecendo pensativa. Estávamos sentados em uma mesa de um hotel que ficava no final da cidade. Havíamos trocado de roupas e agora, estávamos contando parte da história a ela. —Assim, sem querer ser pessimista, mas se eles deveriam estar protegendo as safiras e não estão, então porque talvez já estejam mortos.

—Mas eles são imortais. —Trevis rebateu e ela riu.

—Imortais não significa que não podem ser mortos, criança. —Ela piscou pra ele e Trevis fez uma careta. —Mas se querem ir atrás deles, tudo bem, estou dentro.

—Não lembro de termos convidado você. —Falei, virando a xícara com café quente na minha boca e ouvi Lyra rir.

—Não liga pro Cedric. Ele é desconfiado mesmo. —Murmurou e eu virei o rosto para encara-la. Lyra encolheu os ombros e me lançou um sorriso nervoso.

—Vocês não parecem serem melhores amigos. Mas estão aqui, juntos, mesmo com as diferenças, tentando achar um grupo de seres mágicos. —A princesa sorriu. —Pra tentar salvar o mundo de uma catástrofe.

—É exatamente isso. —Lyra concordou, olhando pra mim e Trevis, e sorrindo. —E nós somos amigos. Eles pensam que não, mas nós somos.

Revirei os olhos e Lyra me deu uma cotovelada. Sorri contra a xícara, para que ela não visse. A princesa olhou para nós três, os cabelos vermelhos mais vivos no que nunca e então ergueu a própria xícara de café.

—Vamos salvar o mundo então. —Zombou e foi inevitável não rir.

—Você está brindando com café? —Indaguei e ela encolheu os ombros. —Essa é nova. Mas vindo de você, nada mais me surpreende.

—Espera. —Trevis se colocou de pé e olhou pra ela. —Se quer que confiamos em você, precisa nos revelar seu nome.

—Ninguém da realeza revela seu nome. —Ela parou de sorrir e se recostou na cadeira. —É proibido revelar o nome.

—Você acabou de fugir com uma fada e dois garotos de rua, não acha que já quebrou regras mais importantes do que revelar um simples nome? —Lyra indagou e elas se encararam por um tempo. A princesa voltou a sorrir.

—Touché, fadinha. —Ela girou a xícara na mão e olhou para cada um de nós três. —Diana. Meu nome é Diana. Princesa herdeira do reino Lunar. —Ela ergueu a xícara de novo, em outro brinde. —É um prazer conhecer vocês três.


Continua...
....
Estamos chegando em um ponto importante da história, próximo capítulo eles finalmente chegaram ao seu destino. E bônus: temos um personagem "conhecido" de vcs vindo aí.

Uma Conjuração de Magia / Vol. 1Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt