Capítulo 93: Magia das Trevas.

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Cedric

As coisas aconteceram rápido demais depois que Lyra caiu sobre mim e nós dois fomos parar do outro lado da praça, com o ar se movimentando de força agressiva ao nosso redor. Ergui a cabeça, vendo as pessoas correndo ao nosso redor, tentando fugir das chamas e da destruição que tomava conta de tudo.

—Lyra, você está bem? —Perguntei, vendo que ela estava de olhos arregalados e com os lábios trêmulos. A mesma assentiu, parecendo fora do ar. O que Kayla estava fazendo era simplesmente inacreditável.

Eu não achava que ela estava bem quando disse que iria casar. Era óbvio que ela estava mais do que quebrada, como o Lusion disse. Mas então ela simplesmente conjurou as safiras no meio do casamento, matando o príncipe e todos que estavam ao redor. Por um segundo eu pensei que ela deixaria o rei vivo. Mas tudo mudou quando ela saiu nas ruas, matando todo mundo que estava na frente dela, e quebrando o pescoço do rei.

—Precisamos pará-la! —Lyra afirmou, agarrando minhas mãos para ficar de pé. A fumaça das chamas nos impossibilitavam de ver ao nosso redor. Mas ainda sim, pude ver o momento que Kayla matou a rainha e as duas princesas.

—É tarde demais. —Falei, percebendo que Kayla não era mais a mesma pessoa que eu conheci nas ruas. Kayla caminhou pelas ruas, se afastando de onde estávamos. —Precisamos sair daqui. —Falei, vendo ela controlar as safiras na mão. Kayla olhava para a cidade com indiferença e fúria. Ela iria destruir tudo. —Precisamos sair daqui agora!

Puxei Lyra, fazendo ela começar a correr ao meu lado. O chão tremeu embaixo de nós, enquanto corríamos por todas aquelas ruas em direção a biblioteca. O fogo se espalhou com mais rapidez. As árvores nas ruas começaram a se curvar e destruir todas as casas no caminho, deixando um rastro de destruição pelo caminho.

—O que tá rolando? —Passamos pela porta da biblioteca, caindo no chão quando uma árvore atingiu a rua onde passávamos. Ergui a cabeça, vendo Diana correr para ajudar Lyra, enquanto Trevis e o capitão vinham até mim.

—O que aconteceu, Cedric? —Trevis indagou, quando agarrei a mão dele e o puxei em direção ao corredor da biblioteca, sendo seguido pelos outros.

—Kayla conjurou as safiras. —Parei de andar, respirando com dificuldade e me curvando com as mãos nos joelhos. —Ela matou o rei e toda família real.

—Ela vai destruir a cidade. —Lyra afirmou, nos fazendo voltar a andar, quando as chamas invadiram a biblioteca. —Temos que sair daqui agora!

Começamos a correr, com as paredes da biblioteca rachando ao nosso redor. Agarrei a mão de Trevis, puxando ele para mais perto de mim. Lyra parou de correr quando encontrou a entrada para o esgoto, em uma abertura coberta por uma grade na parede. A mesma puxou a grade e apontou para que pulássemos.

—Pulem, eu volto já! —Diana segurou o braço dela, antes que ela corresse.

—Ficou louca? Aonde você vai? Temos que ir embora!

—Eu já alcanço vocês. Preciso encontrar uma pessoa. —Lyra saiu correndo e eu obriguei Diana a pular para o esgoto, junto com Trevis e os outros piratas.

—Vão pro bosque. O mais longe da cidade que conseguirem. —Falei, empurrando Trevis e Diana para Henry. —Vou esperar Lyra e encontramos vocês lá.

—Nada disso! —Henry balançou a cabeça negativamente. —Vamos ficar todos aqui. Entramos juntos e vamos sair juntos.

Olhei pra ele, vendo ele acenar com a cabeça em um sinal de encorajamento. Diana abraçou Trevis, enquanto a fumaça invadia todo o túnel do esgoto em que estávamos. Olhei para a entrada vendo uma mulher de olhos violetas passar por ali, caindo dentro do túnel e sendo seguida por Lyra.

—Vamos! —Lyra exclamou, agarrando a mão dela e nós não pensamos duas vezes antes de correr. O túnel tremeu ao nosso redor, com poeira e fumaça invadindo nossa visão. Olhei para trás, vendo o túnel começar a ceder, caindo em nossa direção.

—Mais rápido! —Mandei, quando tudo aquilo veio pra cima de nós. —CORRAM!

[...]

Paramos no início do bosque. A Cidade dos Ossos havia virado um amontoado de madeiras carbonizadas e destruídas. Não havia uma única casa sequer de pé. A maioria das pessoas estava morta e a parte que ainda estava de pé, estava nas ruas, sem saber ao certo o que fazer. Não restava mais nada pra eles.

Não sei o quanto eu imagino que o poder da Rainha das Rainhas é ruim. Controlar magia das trevas não parece nada parecido com o que Kayla havia acabado de fazer. Ela destruiu uma cidade toda por pura raiva e não pareceu em nenhum momento decepcionada.

A fumaça negra subia para o céu agora claro, deixando o dia acinzentado e vazio. Eu estava segurando a mão de Trevis e de Lyra, enquanto ela segurava a de Diana. Os piratas estavam atrás de nós, olhando para a cidade fantasma na nossa frente, junto com Tina, a fada que Lyra havia tirado da biblioteca. A qual estava chorando com os olhos vermelhos e o rosto pálido.

—O que vamos fazer agora? —Lyra questionou, quase sem voz, com as bochechas molhadas.

—O que é pior, a Rainha das Rainhas ou Kayla com as safiras? —Diana indagou, se virando para nós parar. —Temos que tirar as safiras dela.

—Não tem como. —Afirmei, balançando a cabeça negativamente. —Ela pode conjura-las de novo. Em qualquer lugar e quando quiser.

Ficamos em silêncio, encarando uns aos outros como se o que tínhamos ali, fosse a única coisa que tinha restado. Sem o rei, o Reino Solar estava exposto e a população das outra duas cidades, a mercê de qualquer um.

—Ei? —Olhamos para o capitão, vendo ele acenar com a cabeça em direção ao bosque atrás de nós. Nos viramos, vendo três pessoas paradas entre as árvores. Alex, Miriam e Vlad, os três guardiões.



Continua...

Uma Conjuração de Magia / Vol. 1Where stories live. Discover now