Capítulo 7

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TH narrando

Anitta testava a minha paciência e eu não estava sendo um dos melhores em auto-controle. Perdi a linha em sua sala mas precisava manter a minha posição. Eu pretendia não deixar a aproximação dela me afetar, mas quanto mais eu me via perto dela, mais eu percebia que é fácil demais falar e difícil demais colocar em prática.
Saí de sua sala feito um furacão. Suas palavras não saíam da minha cabeça e as curvas de seu corpo não ajudavam em nada.
Provocadora do caralho! Eu ficava duro só em pensar nela.
Dei um tempo da escolta para me aliviar e distrair da tensão formada, quando voltei Anitta estava em seu restaurante preferido almoçando. Até ai tudo bem, mas ai chegou aquele mesmo cara que esteve na loja á alguns dias, ele sentou na mesa com ela e ficou no maior papo e empolgação, tava bom demais pra ser verdade. Anitta nem olhou mais para fora, assim que o tal cara saiu ela se concentrou em almoçar.

Depois do seu almoço retornamos para a loja completamente calados. Deixei minha moto no clube e me arrependi amargamente por isso. Se ela estivesse aqui, pelo menos eu me manteria o mais longe que pudesse de Anitta, mas nem pra isso eu prestei.

Quando chegamos a morena desceu do carro carregando consigo a sua determinação e provocação e eu me limitei a encarar aquele rebolado.
Eu não ficaria próximo dela mas isso não quer dizer que eu não enlouqueceria vendo ela.

Bufei e apertei as mãos na tentativa de controlar os impulsos do meu corpo. Desci do carro sério.

- Que carranca é essa TH? -Luck perguntou zombeteiro e eu lhe lancei um olhar impaciente- Ta bom, foi mal -disse rindo-
- Tô de graça ne Luck? -perguntei sério- Me passa a lista de clientes aí
- Anitta já pegou
- Inferno -proferi apenas para mim mesmo e comecei a dar passos na direção da sala de Ane-

Dei três toques conformes na porta e ouvi ela dizer "entra", me limitei a abrir a porta e quando ela me olhou pedi.

- Preciso da lista de clientes
- John já olhou -disse voltando sua atenção para umas papeladas na mesa-
- Porque John olhou? -tentei assimilar-
- Porque você -voltou a me olhar- não estava aqui exercendo o trabalho que você tanto valoriza -disse séria e eu ri debochado-
- Eu tenho mais o que fazer do que ficar dando moral pra birrinha sem cabimento, da licença Anitta -disse e puxei a porta a fechando-

Quando nos conhecemos ela vivia reclamando que eu era grosso e não falava com ela mas falava com o resto do mundo. Eu voltaria a ser assim, custasse o que custasse.

- Foi mal, o recepcionista disse que ela estava me esperando -um cara disse assim que me virei-
- Tudo bem, ela está la dentro -disse e saí sem dar muita atenção para sua presença-

Voltei ao Luck que atendia uma mulher, e me vi impaciente novamente, mas dessa vez por ter que esperar a falação daquela mulher com provavelmente a voz mais irritante que eu já ouvi. Luck me olhou rapidamente e segurou o riso, acho que era visível a minha falta de interesse no que o ser ao meu lado falava, eu só queria saber cadê o John.

- Anitta está oculpada agora, nós funcionamos por horário, quando você ligar, marcar e comparecer entraremos em um acordo, caso contrário eu não posso fazer nada por você, a não ser que outra pessoa possa resolver seu problema, é o caso?
- Não é o caso, se eu falei Anitta, é porque é com ela que eu preciso falar -a mulher de estatura baixa disse arrogante-
- Então eu sinto muito, mas você deve seguir o protocolo. Com licença- Luck disse e se virou para mim passando a ignorar a existência da mulher ali-
- Preciso saber cadê o John -disse e ele me apontou o dedo para fora-
- Saiu assim que Anitta foi almoçar e não voltou mais -disse enquanto organizava as canetas dentro da caixinha no balcão-

Como assim saiu assim que Anitta foi almoçar e não vol...
- Droga! -proferi irritado-

Como eu deixei isso acontecer? Corri para a sala de Anitta e sem bater nem pedir licença eu puxei a maçaneta.
Péssima notícia, ela não abriu. Tomei uma distância da porta e dei uma pesada na mesma, foi necessária duas para que a merda da maçaneta fosse quebrada e eu pudesse abrir a porta.

O maldito cara do qual eu não dei atenção agora tinha Anitta nos braços com uma faca em seu pescoço e uma arma na cintura.

- Fica exatamente onde você está ou eu mato ela -ameaçou me olhando e puxando Anitta para o fundo da sala- Até você perceber o que acontecia eu podia ter me divertido com ela -sorriu cafajeste e eu me aproximei querendo arrancar aquela cabeça dele- FICA AÍ -gritou-
- O que raios você quer? É dinheiro? -ele riu debochado-
- Porque acha que eu iria querer dinheiro, isso eu já estou recebendo só por estar aqui.
- Então o que é?
- É você- olhei para ele tentando entender que diabos significava isso- Você tem informações que pessoas poderosas acham importantíssimas.
- Se é comigo, solte Anitta -olhei para ela que mantinha os olhos vidrados em mim, a mesma engoliu em seco sentindo a lâmina provavelmente gelada na garganta assim que o cara apertou mais sua mão contra ela-
- Acha que eu sou bobo? Se eu te entregar ela, vocês vão fugir.
- E deixar esse tanto de gente aqui? Não sou desses. Vamos, confie em mim, me dê ela, assim que ela sair da sala eu vou com você -disse enquanto levantava as mãos me rendendo-
- Se eu o fizer e você fugir, eu a pego de novo e dessa vez mato. Não vai ter história pra contar pros netinhos.

Olhei Anitta e a mesma ficou tensa.
O cara soltou ela lentamente, em um ato rápido a mesma virou e puxou a arma da cintura dele apontado para ele mesmo. Peguei a minha e fiz o mesmo.

- Jogue a faca no chão -eu disse enquanto puxava Anitta para mais perto de mim e afastava dele-
- A mais traiçoeira -ele disse quase rosnando enquanto olhava pra morena e soltava a faca-

Senti as mãos dela grudarem na lateral da minha camisa e guiei ela para a porta onde Luck a puxou e saiu dali com a mesma.
Em menos de um minuto outros caras que faziam a escolta apareceram la dentro mas eu já tinha o colocado no chão.
Agora eu queria saber que raios de informações eram essas que tanto queriam.

Caprichos do coraçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora