Caprichos do coração

Capítulo 25

Anitta narrando

Assim que terminei de arrumar minhas coisas Johnny as colocou no carro para mim, dei mais uma revistada pela casa para ter certeza de que não havia esquecido nada e saí trancando a porta.
Eu iria voltar com Johnny, portanto em seu carro, mas a escolta iria nos acompanhar obviamente, fazendo seu trabalho.
Ficar alguns dias fora de casa ajudou, não completamente, mas já fez uma boa diferença. Encontrar Johnny também foi algo bem considerável, ele é um cara muito divertido e de um caráter quase invejável.
Depois de horas chegamos na minha casa, abri a porta e dei passagem para o moreno que me acompanhara.

- Mãe? -chamei ao ver o silêncio na casa-

Larguei minhas coisas perto da porta e chamei Johnny para me acompanhar. Cozinha, é claro que estariam lá.

- Oi meus amores -disse adentrando a cozinha e encontrando minhas sobrinhas, minha mãe e minhas cunhadas.
- Anitta minha filha, que bom que chegou, sentimos tanto a sua falta -disse me abraçando-
- Eu também senti a falta de vocês -sorri a abraçando- Mãe, eu trouxe alguém comigo -disse e a vi sorrir, ela obviamente já sabia de quem se tratava-
- Johnny -proferiu com um sorriso no rosto e foi abraça-lo-
- Olá Dona Jô -sorriu e eu o observei por pequenos segundos antes de cumprimentar minhas pequeninas e minhas cunhadas-
- E cadê os homens desta família? -questionei-
- Todos no escritório -Lorena disse fazendo uma cara que me fez rir- Não vai nos apresentar seu amigo? -falou o final puxando um pouco mais a voz como se insinuasse que não éramos somente amigos-
- Sim, meu amigo -dei um pequeno ênfase- Se chama Johnny, e cresceu junto comigo e com os garotos da família. Johnny, essas são minhas cunhadas Lorena e Cherry e estas pequenas aqui -apontei para as meninas- São minha sobrinhas, Sophia e Olivia.
- Muito prazer -disse cumprimentando uma por uma-
- E quem é o cara que está tocando em minha mulher? -o bastardo do Ian apareceu-
- Meu amor -fui abraça-lo-
- Oi minha menina -me abraçou e beijou o topo da minha testa- Como você está? -perguntou agora com as mãos segurando meu rosto e olhando no fundo dos meus olhos-
- Estou bem -sorri fazendo esforço para que acreditasse perfeitamente naquilo e o soltei logo em seguida-
- Então a outra mulher de minha vida está de volta? -ouvi Thomas se pronunciar e sorri-
- Eu sei que sentiu minha falta -disse lhe dando um abraço-

Vi meus irmãos cumprimentarem Johnny como se já fosse da casa e bem, tecnicamente ele era.

- Não encostou um sequer dedo em minha irmã ne? -Ian perguntou para Johnny com ar sério e eu o relreendi-

Todo mundo da cozinha riu vendo a cena e o meu pai surgiu na porta.

- Querida -falou com doçura- Você nos fez falta -me puxou para seus braços me aconchegando-

Depois disso meu pai cumprimentou Johnny e eu me retirei rapidamente para guardar minhas coisas. Subi as escadas devagar e acabei por me lembrar das inúmeras vezes que eu encontrava os olhos de Th diretamente em mim no fim da escada. Balancei a cabeça como se expulssasse tais lembranças e segui para o meu quarto.

Havia prometido para John que ia aproveitar a vida, isso significa que ele me arrastaria para uma noitada hoje. Eu tentei pestanejar e convencê-lo de que poderíamos ficar em casa, assistir alguma coisa ou somente sair para comer qualquer besteira, mas ele não se deixou levar e garantiu que a noite sairiamos.

Entrei no banheiro a fim de tomar um banho rápido e curtir mais minha família. Assim que saí de lá vesti um short e uma blusinha solta e desci.

- Anitta meu amor, estávamos te esperando para lanchar -minha mãe disse-
- Bom, então vamos. Tenho saudade do seu bolo -ela sorriu-

A tarde foi agitada com todo mundo por lá e a conversa rolando solta. Vez ou outra meus olhos topavam com os de Johnny e um pequeno sorriso dançava em seus lábios.

Eu sabia que talvez me aproximar tanto dele não fosse uma opção tão boa. Ele era um cara incrível, mesmo. Daqueles que a gente olha e se pergunta como foi que conseguiu encontrar alguém assim. Mas não era quem eu queria, pelo menos não nesse momento. É considerável que eu pudesse me apaixonar por ele em um outro período, só não nesse já que me apaixonei pelo idiota do Th. E eu não sei se ficar próxima assim de John ajudaria-o a compreender exatamente que eu não estou lhe garantindo uma promessa de que vamos ter algo no futuro. Eu não quero ficar presa a isso porque eu nem sei que rumo tomar da minha vida nesse momento. E ele me olha com doçura nos olhos e sorri tão lindamente como se esperasse de mim uma reação afetiva que ultrapasse a amizade.

Mesmo que eu tenha me aberto com ele e que ele saiba o que acontece comigo eu vejo que tem uma pontada de esperança em seu olhar e alimentar isso de alguma forma, mesmo que não intencionalmente me doía porque talvez eu não pudesse superar suas expectativas.

- Anitta, terra chamando Anitta -ouvi alguém brincar e voltei para a realidade-
- O quê? -olhei para Cherry-
- Se não parar de mexer mais nesse café vão achar que está ficando louca -ela disse baixo e riu- O que houve?
- Não é nada -sorri-
- Anitta, não tente me enganar, é o bonitão ali não é? -se referiu a Johnny que sentava do outro lado da mesa-

Eu olhei rapidamente para ele e concordei levemente com a cabeça.

- Depois conversamos sobre isso -disse e levei meu café até a boca-
- Tudo bem

Comemos em meio a muita conversa e bribcadeira.
Não demorou muito para que cada um de meus irmãos fossem pra casa com suas mulheres e as pequeninas.
Meu pai como de costume foi resolver algumas papeladas no escritório e eu fui apresentar um dos quartos de hóspede para Johnny, ele disse que não era necessário pois iria para sua casa e a noite passava aqui para me raptar, apenas me limitei em concordar e ele não demorou muito a ir embora.

Agora só restava eu e minha mãe sentadas na sala assistindo a qualquer coisa que passava na tv.

- Me conte, como foi? -minha mãe perguntou quabrando o silêncio-
- Tudo muito tranquilo
- Quero riqueza de detalhes Anitta -disse séria e eu ri-
- O que quer saber?
- O que foi fazer lá, como foi com Johnny, como passou os dias, me conte tudo
- Bom, eu fui desenhar modelos novos, precisava de um lugar calmo dessa vez para criar mais uma coleção. Olha, eu passei meus dias muito bem viu? Aliás, a companhia de Johnny ajudou também.
- E então?
- E então que ele é apenas um amigo mãe, não é como você está pensando.
- Está com a cabeça em outra pessoa ne? -acariciou meus cabelos-
- Não quero falar sobre isso, na verdade não tem nem o que falar.
- Claro que tem minha filha. Se você gosta de Th por que não tenta ficar com ele?
- Porque ele tem os problemas dele pra resolver e se por cada problema ele resolver "sumir" então eu não preciso disso pra mim. Eu quero alguém de verdade, que esteja aqui, que seja constante para que eu não tenha medo de acordar e de repente perceber que essa pessoa sumiu.
- Anitta, não coloque um ponto final entre vocês dois. Ele pode não enxergar o que realmente está fazendo agora e talvez seja o momento em que ele mais precisa de você. Talvez ele só precise ouvir da sua boca que você quer ficar com ele e todo o resto não tem importância perto disso.

Minha mãe beijou o topo de mimha cabeça e se levantou me deixando ali imersa em pensamentos.