Caprichos do coração

Capítulo 47

Th narrando

Duas semanas haviam passado desde a última conversa que eu e Anitta tivemos que envolvia Marcelo. Ainda estávamos empenhados em acabar com aquela facção, só não era tão fácil quanto parecia ao falar.
Essa noite haveria um evento da empressa do Henry e por conta disso a semana foi corrida para mim e Ane que quase não passamos tempo juntos tentando organizar as coisas por aqui.

- A.. -parei automaticamente analisando o que eu ia fazer-

Tudo bem que eu e Anitta estávamos indo bem, mas chamar ela de "amor" de alguma forma parecia que eu queria atropelar as coisas e eu só queria andar conforme ela se sentisse a vontade.
Os olhos castanhos alcançaram os meus e um sorriso surgiu em seus lábios.

- Ia dizer algo? -me praguejei por ela ter ouvido-
- Eu -olhei pro lado um pouco perdido no que queria falar a princípio- Preciso ir pra CIA, é uma reunião a respeito daquele assunto
- Tudo bem, sabe que horas vai estar em casa? Digo, na minha -riu- Nós vamos vir juntos ne?
- Sim, claro que sim -sorri segurando seu rosto e lhe dando um beijo- Eu chego a tempo de você se arrumar -confirmei e ela balançou a cabeça-

Estávamos preparando os últimos detalhes do evento junto com as cunhadas de Ane e sua família. Era como uma tradição, todo evento eram eles quem organizavam tudo. Acho que o instinto controlador está empregnado no sobrenome Henry Fell.

Saí com Thomas e Ian de lá, já que íamos todos para o mesmo lugar fomos em um só carro.
Me distraí por dois segundos e me lembrei do quase ocorrido com minha morena.
Poderia parecer bobagem, na verdade poderia até ser de fato uma bobagem, mas chamar ela de amor não me soava tranquilizador, não tinha nada a ver com Anitta, eu amava ela sem sombra de dúvidas, tinha a ver com o fato de eu nunca ter permnecido com alguém.
Sim, é isso mesmo, eu já fiquei com várias mulheres ao longo da vida mas nunca mantive relacionamento com nenhuma delas. Eu ainda não estava 100% habituado nesse ramo de relacionamentos e sempre me sentia perdido com coisas desse tipo.

- Ô mané -Ian jogou um bone em mim chamando minha atenção- Está pensando de quantas formas diferentes pode matar o cara?
- Que? -perguntei confuso-
- Marcelo -Ian respondeu me olhando interrogativo- Não ouviu nada do que falamos?
- Nem um "a" -afirmei-
- Porra Th, onde ta com a cabeça?
- Em Anitta eu espero -Thomas falou me olhando pelo retrovisor-
- Ficar tentando regular meus pensamentos não vai mudar o que se passa na minha cabeça Thomas -brinquei para o deixar irritado-
- Cala a merda da boca -Ian e eu rimos- Fica do lado dele mesmo Ian -falou como um menino com birra-
- Não tem lado aqui Thomas, estamos todos no mesmo barco -Ian afirmou-
- Bom, o outro lado deve estar indo pra Cia agora -olhei no relógio e eles riram- O que foi? Eu deveria apoia-lo? -indaguei me referindo a Marcelo-
- Ta com ciúmes Th?
- Vão para a merda
- No que tanto pensava?
- A curiosidade matou o... -tentei me lembrar do ditado popular- Ah, tanto faz, curioso da porra -Thomas riu-
- Ele nunca namorou Ian, da um desconto pro cara
- Aaaah, então é isso
- Tem como pararem de discursar sobre minha vida? -fui totalmente ignorado-
- Será que ele já deu alguma gafe? Não deu tempo de ter um papo de "amigas" com a Anitta -Ian imitou a voz de uma mulher-
- Não sei, já Th? -retornou a me olhar pelo retrovisor e eu o olhei e depois virei o ignorando-
- Com certeza, pela cara com que ele me olhou -Thomas afirmou e o irmão se virou pra mim-
- O que foi? Chamou ela pra morar junto com você?
- O que? Não viaja em mim florzinha
- Ue, eu não duvido, ela anda dormindo mais na sua casa do que na própria, quando descobrirmos já vão estar casados viajando para ter a lua de mel
- Relaxa Ian, quando eu resolver casar você vai ser um dos padrinhos
- Cruz credo, não vou gastar dinheiro com presente pra vocês não
- Murrinha -ri-
- Já chamou ela por apelidinhos de namorados? -Thomas indagou me observando-
- Que? -me fiz de desentendido e Ian riu-
- Então foi isso? Chamou ela de que?
- Não chamei ela de nada -falei sério-

O que de fato era verdade porque só proninciei a primeira letra, não a chamei de amor.

- Então que merda aconteceu?
- Vocês não tem mais o que fazer não?
- A princípio é tentar descobrir o que aconteceu

Bufei saindo do carro assim que Thomas estacionou e eles vieram atrás mas dessa vez sem encher o saco. Encontramos Marcelo logo na entrada, o mesmo deu bom dia para nós e eu passei ignorando sua presença.

- Aconteceu alguma coisa? -ouvi ele perguntar para os irmãos Fell-
- Não, ele só não gosta de você mesmo -Ian afirmou convicto e eu não pude deixar de rir baixo-

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Depois de três horas numa sala discutindo sobre qual seria nosso próximo passo e como daríamos ele, George finalmente nos liberou.

- Podemos conversar? -Marcelo perguntou se aproximando de mim enquanto o resto saía da sala-
- Fala -disse sem dar muita importância enquanto arrumava os relatórios que estava lendo anteriormente-
- Eu queria procurar resolver qualquer conflito que a gente tenha um com o outro, eu não estou aqui pra isso cara -disse sereno e eu parei para o olhar-
- Resolver, certo -falei mais para mim mesmo do que para ele- Por que estava atrás de Anitta esses dias? -o olhei cruzando os braços enquanto esperava uma resposta válida-
- O que?
- Vamos Marcelo, não se faça de desentendido, achei que quisesse resolver
- Eu só queria falar com ela, o que tem demais nisso?
- Falar sobre?
- Isso importa? Era uma conversa, ver como ela está, eu me preocupo com ela
- Se preocupa? É engraçado você dizer isso quando o que mais abala ela é ver você e lembrar de tudo que aconteceu, ela se sente culpada e você só trás esse sentimento a tona
- Mas é exatamente essa barreira que quero quebrar com ela, eu não a culpo por nada, não tinha o que fazer, eu sei
- Fique longe de Anitta -foi a única coisa que falei antes de começar a andar para sair dali-
- Não vai dar não -ele disse assim que alcancei a porta-
- E por que não? -indaguei curioso pela resposta-

Marcelo permaneceu calado e eu já sabia do que se tratava.

- Se encostar um dedo ou dirigir uma palavra se quer a ela eu acabo com você. Não é um aviso, é uma promessa -me virei e saí dali antes que matasse ele-