Capítulo 13

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Anitta narrando

Seus olhos claros haviam se tornado um verde intenso, como se variassem de acordo com seu humor. E novamente eu me via perdida na imensidão deles, desci meu olhar para seus lábios.
Eu precisava parar com isso, ficar perto dele me causava sensações inimagináveis, ele me atraia de uma forma inexplicável e isso me deixava cada vez mais intrigada.

Voltei a abrir meus olhos que haviam sido fechados logo quando olhei para sua boca, e respirei fundo me levantando.

Fui até a cozinha e depositei a caneca em cima da pia e firmei minhas mãos na borda da mesma. Eu precisava de ar, o ar que TH me tirava em questão de segundos.

Senti seu cheiro de longe, aquele maldito perfume do qual eu jamais me esqueceria. Olhei seu reflexo pelo vidro fumê do armário na minha frente.

O loirinho se encontrava encostado no batente da porta com as mãos no bolso enquanto me observava minunciosamente.
Me virei devagar e o olhei, esse movimento me lembrava o nosso primeiro beijo na minha cozinha.
Se eu tivesse impedido, nada disso estava acontecendo, eu não estaria tão confusa e tão ferrada e nem ele.
Talvez fosse a melhor opção.

- Eu não me arrependo de nada Anitta -se pronunciou como se tivesse lido minha mente- Eu não me arrependo do beijo na cozinha da sua casa, nem na sua loja, nem em lugar nenhum. Não me arrependo de pela primeira vez levar alguém pra cama do meu quarto contando que esse alguém tenha sido você -disse chegando perto de mim e me olhando no fundo dos olhos- Eu não me arrependo porque dentre tanta coisa ruim, você é a melhor coisa que me aconteceu á tempos -colocou as mãos no meu rosto- Eu não tenho medo da sua família, tenho medo do que eu possa fazer com você, porque eu sei Ane, eu não sou a melhor pessoa desse mundo e nem chego perto disso.

Eu não sabia como reagir, só conseguia encara-lo imóvel.

Suas mãos abandonaram devagar o meu rosto e ele suspirou fundo se afastando um pouco.

- Eu não tenho medo do que possa fazer comigo -eu consegui dizer por fim e ele retornou a me olhar- Ouviu tudo que acabou de dizer? Você não chega nem perto de ser a pior pessoa desse mundo, isso sim. Você é incrível, e a sua bondade está em pequenos gestos como esse, me evita por temer suas ações diante de mim, está me protegendo, mas nesse caso eu não quero ser protegida. Você me faz perder o chão e o ar em questão de segundos e você não precisa de mais nada que um olhar firme pra isso. É em você que minha mente se encontra sempre que eu perco o foco e sua presença está virando quase uma necessidade pra mim. Sempre que não te vejo, mesmo de longe, bate aquela faltazinha de alguém que faz a diferença. Você pode estar com a maior carranca do mundo que eu ainda tento não perder meu foco com tua beleza nata, teu charme. É incrível e intrigante como me abala, me tira do eixo, você sim me coloca a ferro e fogo TH, mas eu não reclamo porque gosto disso. É a coisa mais louca e sem explicação que ja vivi.

- Preciso te perguntar -disse vindo em minha direção novamente-

As mãos de Th tomaram conta da minha cintura e o mesmo me colocou sentada em cima da bancada se encaixando entre minhas pernas.

- Você está... -o interrompi repetindo seu gesto de colocar o polegar nos meus lábios e acariciar-
- Apaixonada por você -disse tranquilamente mas com um certo receio por dentro da reação dele-
- Ane... Você tem que ter certeza disso, por favor -pediu colocando uma das suas mãos na minha nuca-
- Eu estou apaixonada por você Th

Ele sorriu rapidamente e me beijou.
Era calmo dessa vez, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Suas mãos acariciavam meu rosto e cintura. Nossos beijos sempre eram muito mais cheios de luxúria, mas agora, só queriamos aproveitar a companhia um do outro tranquilamente.

De repente ouço um som estridente e Th se afasta de leve.

- Desculpa, é meu celular -disse resgatando o mesmo do bolso- Merda!
- Que foi?
- Está tarde, preciso te levar pra casa -disse me olhando-
- Eu não quero ir -gesticulei fazendo bico e ele riu-
- Eu não quero te levar -colou nossos lábios rapidamente- Mas preciso, vem -me colocou no chão novamente- Fica linda com minha camisa -sorriu de lado me olhando e se virou- Te encontro vestida decentemente daqui a pouco -disse e saiu andando-

Que corpo é esse? Senhor, preciso manter meu foco.
Subi as escadas assim que me recuperei e vesti mimha roupa. A camisa de Th estava na cama a minha frente. Queria levá-la comigo, mas não o faria. Sai do quarto devagar e fui até a porta do loirinho afim de devolver a camisa.

- Já sei, preciso falar com você depois -Th dizia no telefone- Eu já entendi caramba, não tenho cinco anos não Thomas, eu hein.
- Já estou levando ela pra casa -disse como se estivesse cansado de falar isso- Não, sem escolta. Eu cuido dela, sabe que eu jamais deixaria algo acontecer.
- Caramba Thomas, cala a boca e me escuta, se preciso eu dou a vida por ela, está tudo bem, até daqui a pouco.

E o silêncio se fez. Com cuidado voltei para o quarto anterior, eu não devia escutar atrás da porta, e nem era a intenção mas quando vi já tinha escutado.

"Eu dou a vida por ela", era bom ouvir isso, mas ao mesmo tempo ruim sentir que era apenas pelo trabalho dele, essa era sua função. E isso se evidenciava ainda mais quando eu me lembrava do momento na cozinha. Eu disse que estou apaixonada por ele e sua única reação foi sorrir e me dar um beijo. Ele não sente o mesmo, e isso começou a me abalar. Eu não tô forçando nem exigindo nada, só que Th é um homem firme, e se ele não diz nada sobre, então não deve sentir nada.

Caprichos do coraçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora