Caprichos do coração

Capítulo 55

Th narrando

A semana tinha praticamente corrido.
Nesse momento eu me encontrava na agência da CIA com os Fell assim como costumeiramente fazia quase todos os dias da semana.
Essa busca estava tomando grande parte do nosso tempo, principalmente do meu pois Thomas e Ian ainda saíam porque precisavam trabalhar na empresa da família e cuidar de seus filhos. Cherry e Lorena quebravam a maior parte da barra quando se tratavam das crianças, mesmo assim é importante que os filhos passem algum tempo com seus pais.

Ouvi o barulho de saltos batendo no chão e me virei para ver quem acabara de adentrar a sala

- Não deveria estar aqui -afirmei a olhando- É um projeto confidencial
- Não, você não deveria estar aqui -Meredith disse confusa- Não era você que não ia mais colocar seus pés aqui dentro?
- Mudei de ideia -disse me virando- O que faz aqui?
- Antônio pediu para que eu viesse, disse que precisariam de mim nessa sala
- Não, eu pedi um... -parei me tocando- Mentiu pra mim sobre sua posição na agência -me virei a olhando-
- Não me lembro de ter perguntando qual era minha posição aqui -estreitou os olhos fazendo cara de pensativa- Quer minha ajuda ou não?
- Esses são Ian e Thomas -apontei para os mesmos respectivamente-
- Os Fell, muito prazer -cumprimentou-os - Do que precisam?
- Um contato -Ian disse-
- Nós invadimos o sistema de Vladimir, suspeitamos que é o cara -parei de falar ao lembrar que ela não estava ciente do que se tratava- Isso vai ser cansativo
- Antônio já me passou coordenadas. Estamos atrás de um cara perigoso que está atrás da irmã Fell -Meredith me atualizou-
- Ótimo, então suspeitamos que ele é o nosso cara, só que para chegarmos nele precisamos de um contato e ao que parece você é a mulher dos contatos com gente desse ramo
- Gente de todos os ramos, nunca se sabe quando vamos precisar de informações extras -deu uma piscadela-
- Vem cá, vocês já foram pra cama? -Thomas indagou de uma vez sério-
- Por que? Vocês namoram? -Meredith perguntou sem parar seu serviço no computador e eu sabia que minha morte estava feita na mão dos irmãos Fell a partir de agora

Lógico que o filho da puta do Thomas ia sacar isso, ao invés de focar na porra da missão ficou analisando nós dois desde que Meredith entrou na sala. Era um belo de um bastardo mesmo. Sabia que tínhamos ido pra cama e sabia que isso aconteceu quando deixei Anitta porque foi o único momento que estive na CIA.
Não precisou de nada mais que um olhar de Thomas para Ian e eu já sabia que estavam planejando como me matariam, mas não sem me torturar.

- Foi há algum tempo -Meredith começou e o silêncio se fez- Num bar, não se lembra? -me olhou séria-

Ela estava ocultando nossa última transa, era mais esperta do que eu podia pensar.
Após meu silêncio ela deu de ombros e voltou a mexer no computador.

- Não esperava que se lembrasse, poderia ter todas as mulheres que quisesse na cama
- Espero que esse não seja o caso não é mesmo Alvarez? -Thomas indagou me olhando-

Antes de respondê-lo soltei um sorriso sacana também o olhando

- Só uma visitou a minha cama até hoje, quer que eu cite o nome ou prefere não pensar que... -fui interrompido-
- Cale a porra da boca imbecil -bufou e me fez gargalhar-
- Achei que quisesse tirar sua dúvida -me fiz de inocente-
- Hmmm, então largou de ser um idiota e finalmente foi atrás da garota? -Meredith abriu a boca e eu quis matá-la-
- Falou com ela sobre Anitta? -Ian perguntou estranhando-
- Não precisou -ela afirmou o olhando- Ele descontava toda a raiva por não conseguir tirar ela da cabeça no saco de pancada, com sua presença aqui trocamos o saco três vezes -brincou fazendo os irmãos rirem-
- Calem a boca -disse- Conseguiu? -me virei para a mulher ao meu lado-
- Me diz o que eu não consigo? Eu sou maravilhosa meu amor -se gabou com tom irônico e eu ri de sua atuação mal feita- A localização é essa -apontou para a tela em nossa frente- Três pontos de vigia para o portão sem contar os pontos de vigia para a segurança do local. Se a ideia é invadir vão ter que se preparar. As armas são potentes e os caras tem treinamento pesado, vai ser uma luta cansativa mas não invencível.
- Não podemos invadir assim, se chegarmos atacando os vigias do portão Vladimir vai sair de lá antes que conseguimos chegar nele -Ian disse-
- É pra isso que servem os francos -afirmei-
- E qual de nós vai ser? -Thomas indagou-
- Faço questão -me pus a frente- Meredith preciso que forme uma equipe com os melhores agentes da CIA, armas silenciosas, todos a meu comando -ela confirmou com a cabeça e saiu da sala-
- A equipe Fell vai estar a postos -Ian afirmou guardando de novo o celular-

Me limitei a fazer um sinal positivo com a cabeça e liguei para minha empresa solicitando minha equipe tática.

- É uma missão perigosa, não sei se vocês irem é uma boa ideia -disse os olhando sabendo que eles iam entender meu ponto-
- Sim, mas estamos falando de nossa irmã, eu mato e morro por ela
- Eu posso matar e morrer -afirmei- Vocês tem uma família
- Vai te foder vai Th, vamos sair vivos dessa -Ian disse se direcionando para fora da sala- Nós vemos dentro de uma hora -avisou e eu já sabia o que ia fazer-

Enquanto as equipes se preparavam, eu e os irmãos Fell fomos atrás das meninas de nossos olhos. Eu preferia que eles não participassem dessa, era extremamente arriscado e eu sabia que Cherry e Lorena iam surtar até que tivessem notícias deles. Era justo, eles já tinham filhos, uma família, eu tinha Anne e era como havia dito, por ela mato e morro.

Toquei a campanhia já esperando que a mãe de Anitta atendesse como sempre mas para minha surpresa foi minha morena com um sorriso encantador.

- Não disse que vinha -se jogou em meus braços-
- Você também não disse que ia fugir da escolta pra me ver esses dias -seus olhos se reviraram e voltaram pra mim- Estava de saída?
- Ia para a loja, Luck está em apuros com um cliente novo
- Cliente novo é? Posso saber quem é este?
- Um tal de -pareceu pensativa- Argh! Não consigo me lembrar
- Nome exótico?
- Não é muito comum
- Algo com V? -estreitei os olhos-
- Tudo bem? -indagou me observando-
- Tudo, claro que sim -sorri- Posso ter a honra de te levar?
- Sem nem me dar um beijo antes? -perguntou e me fez sorrir-

Envolvi sua cintura a puxando mais pra perto e a beijei sentindo seu cheiro e suas mãos em meu peitoral