𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟷𝟶 - 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜

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Os meses passaram se arrastando lentamente

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Os meses passaram se arrastando lentamente. Praticamente minha rotina era de casa para escola e da escola para casa. Fora isso, só os eventos da empresa que os meus pais me obrigavam a ir com eles. Maite pouco vi nesse tempo, já que ela estava meio afastada e faltando frequentemente na escola, ia de vezes em quando. Logo agora que nos formaríamos mês que vem no ensino médio. Minha mãe estava me pressionando a fazer uma faculdade de direito fora do país, mas eu não sabia como dizer a ela que não queria seguir a mesma profissão que a sua. Meu maior sonho era dar aulas para o primário, não defender pessoas em um tribunal.

— Acordou empolgada hoje... — Comentei, observando o sorriso radiante de Maite. Ela estava diferente de alguns meses atrás, seus cabelos estavam maiores e de uma cor mais clara.

— Claro! Hoje é dia de maldade, dia de beijar muito na boca. — Respondeu sorrindo e fez uma dancinha de comemoração. Devia estar se referindo ao baile que acontecia toda sexta feira.

Maite tinha virado uma frequentadora assídua do Chapadão para curtir as festas. Eu nem me atrevia a chegar perto daquele morro novamente, não depois do que aconteceu com Enzo e da ameaça daquele traficante em me matar. Semana passada, fiquei sabendo pela boca de Paula que Maite estava levando-a com ela para os bailes. Fiquei muito puta com Maite e briguei com ela. Poxa, ela sabia como eu odiava aquela garota e mesmo assim ficava de mimimi com a menina!

— Você deveria ir, fiquei sabendo que hoje vai um MC famoso cantar lá. — Maite disse, sentando-se ao meu lado novamente. Estávamos as duas no pátio, esperando o sinal da primeira aula começar.

— Deus me livre! Esqueceu que fui ameaçada de morte por um traficante? — Mordi os lábios, me lembrando muito bem daquele grosseirão do tal Relíquia e da sua ameaça.

— Não viaja, Dul. Já passaram cinco meses, certeza que ele não deve nem lembrar mais do seu rosto. — Garantiu. — Ele falou só pra te deixar com medo — Riu.

— Eu é que não vou me arriscar, me amo acima de tudo e amo mais ainda viver. — Respondi e Maite deu de ombros.

Notei de longe uma piriguete loira caminhando na nossa direção. A saia dela estava quase batendo no útero, não sabia nem como ela conseguia entrar com aquelas roupas. Com certeza devia dar a buceta para o guardinha da escola ou para o diretor.

— Ei, Mai. Vai subir para o baile hoje? — Paula chegou toda empolgada. Revirei os olhos, virando o rosto para o outro lado. Agora era assim, as duas parceiras de rolê.

— Claro amiga, até parece que eu ia perder. — Maite respondeu na mesma empolgação.

Peraí... amiga?

O que foi que eu perdi gente?

— Também com um bofe daqueles que você arrumou, eu subia era todos os dias! — Paulinha falou e as duas caíram na risada. Fiquei pescando, sem entender nada.

Dono do Morro [M]Where stories live. Discover now