Assim que bati a porta de casa e acendi a luz da sala, tomei um susto ao ver a figura viril de Relíquia sentada no sofá, me encarando com uma feição assustadora.
— Que susto! — Falei com a mão no peito e a respiração ofegante. Caminhei meio hesitante até onde ele estava e coloquei minha bolsa no outro sofá. — Estava fazendo o que aí?
— Eu que te pergunto, estava onde posso saber? — Ele perguntou com frieza.
— Fui na praia com as meninas. — Respondi, tirando minhas havaianas sujas de areia e coloquei em um canto separado.
— Que meninas? — Ele insistiu. Arqueei a sobrancelha, achando estranho todo aquele interrogatório.
— Maite e Bruna. — Voltei a responder, prendendo meu cabelo em coque e caminhando até a cozinha para pegar um copo d'água. Ouvi ele me seguindo com passadas fortes. — O que foi, Relíquia? Vai achar ruim eu sair com minhas amigas agora?
Senti seus braços me encurralarem na bancada da pia e me virei para ele, tendo que levantar bem a cabeça para encará-lo nos olhos.
— Tu não pode sair antes de me avisar, achei que tivesse entendido, porra!
— Eu só queria ver minhas amigas. — Expliquei-lhe.
— Suas amigas não prestam! — Ele gritou.
Cerrei os punhos e senti a bile subir.
— O quê? — Sussurrei, ainda sem acreditar no que ele estava me dizendo.
— Isso mesmo que ouviu, tu não precisa de amigos! — Continuou a dizer, segurando minhas mãos, parecendo tentar me convencer daquilo. — Aquela Maite é uma piranha, não quero te ver andando com ela.
— Para de falar isso. Para! — Ameacei a chorar, negando com a cabeça e tampando meus ouvidos. Por que ele tinha que começar a implicar agora logo com minhas amigas?
— Aposto que ficaram enchendo seus ouvidos com uma pá de merda, não foi? — Ele indagou. Ignorei-o e continuei fingindo que não ouvia absolutamente nada. — Tô ligado nessas minas aí, não quero ver mais tu brotar com elas, sacô?
— Para de falar essas coisas, por favor… — Murmurei e o empurrei de leve pelo peito, me afastando em direção ao quarto.
— Dá seu celular! — Mandou, estendendo a mão.
— Pra que você quer? — Perguntei temerosa, limpando os resquícios de lágrimas no meu rosto.
— Me dá logo a porra do celular! — Aumentou o tom de voz, me fazendo tomar um pequeno susto.
Funguei e tirei meu celular do bolso, colocando em sua mão estendida.
— Destrava! — Estendeu novamente e eu coloquei o PIN, desbloqueando a tela.
— O que você vai fazer, Relíquia?
— Apagar essa merda aqui. — Falou e logo em seguida abriu meu aplicativo do Instagram.
Relíquia selecionou a minha última postagem com a foto de biquíni e clicou para apagar.
— Tá tirando foto assim pra quê? Tu adora parecer uma vagabunda e provocar os machos, não é? — Ele grunhiu e deletou a foto.
— Por que você tem que fazer essas coisas? Era uma foto normal, todo mundo posta de biquíni na praia! — Eu falei, pegando meu celular de volta.
— São tudo um bando de puta!
Dito isso saiu e me deixou sozinha, batendo a porta da sala com força.
Bufei e taquei com raiva meu travesseiro na parede. Pelo menos ele não bloqueou os contatos das minhas amigas, poderia ter sido bem pior do que isso.
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Dono do Morro [M]
Fanfiction+18| Será possível o amor nascer entre as duas pessoas mais improváveis do mundo? Dulce jamais imaginou se envolvendo com um morador de favela, ainda mais sendo ele o dono do morro. Ela não sabia explicar o porquê de se sentir atraída por uma pessoa...