𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸𝟽 - 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜

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Sexta feira foi entrando com um clima de despedida na escola

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Sexta feira foi entrando com um clima de despedida na escola. Era o último dia de aula e apesar de não ter feito grandes amizades além de Maite e Bruna, sentiria muita falta dali e dos meus colegas de turma, pelo menos da maioria deles.

— O que eu vou fazer depois daqui meninas? Sinceramente, não faço a mínima ideia... — Maite comentou em tom de lamento. Estávamos na penúltima aula e, como todas as outras do dia, era vaga porque o professor estava em reunião da coordenação. — Não me vejo fazendo nada da vida, gente.

— Vira vagabunda, você já leva jeito mesmo. — Bruninha provocou, Maite gargalhou e fingiu pensar na ideia.

— Está ai, gostei. Vou aderir! — Maite respondeu.

— Minha mãe acha que eu vou fazer direito fora do país. — Falei.

— Se ferrou, Dul! — Maite gargalhou junto com a vaca da Bruna, as duas pareciam gostar de me ver sofrer. — Ainda bem que os meus pais não interferem na minha vida, pelo menos não tanto quanto o de vocês.

— Meu pai não liga nem pra mim, quem dirá para faculdade que eu vou cursar... — Bruna respondeu dando de ombros.

Olhei para os meus colegas de turma que brincavam de verdade e consequência sentados no meio do pátio, e sorri quando Andressa teve que dar um beijo em Lucas, um loirinho bonito com olhos de águia. Eles até que formavam um belo casal juntos.

— Parece até que voltamos para o fundamental. — Bruninha criticou, torcendo o nariz. — Esse povo não evolui nunca!

— Cala a boca que estou louca para ir lá jogar! — Maite falou dando risada. — Quem sabe assim eu não consiga beijar aquela boquinha maravilhosa do Marcelo.

— Você não estava saindo com o JC? — Perguntei. Maite revirou os olhos e encarou suas unhas pintadas de vermelho.

— Até parece. — Fez um barulho de descaso com a boca. — Peguei ele beijando uma garota lá do morro e o idiota cuspiu na minha cara que não era exclusividade de ninguém. — Disse. — E como eu não sou trouxa, também tenho os mesmos direitos que ele.

— Só vocês para sairem daqui e se envolverem com traficantes, meu Deus! — Bruninha zombou da nossa cara. — Isso que dá, uma é feita de corna e a outra é espancada!

— Falou a que fica igual uma desesperada atrás do Felipe, o pior é que ele nem dá bola. — Maite revidou a provocação.

— O quê? Como assim não me dá bola? — Bruna perguntou indignada e se levantou. — O Felipe morre por mim!

— Claro... Tanto que estava trocando saliva com a Paulinha ontem na frente da escola. — Maite retrucou, cruzando os braços.

Bruna ficou toda vermelha na hora.

— Canalha! — Gritou, atraindo os olhares de todos. — O que foi hein? Voltem para o joguinho idiota de vocês! — Os nossos colegas de sala xingaram ela um pouco antes de voltarem a atenção para o jogo novamente. — Cara, não acredito que ele está me trocando por aquela depenada!

Dono do Morro [M]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora