𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟷𝟹 - 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜

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— Isso serve, princesa? É por minha conta! — Falou e colocou um copinho pequeno na minha frente. Tequila.

Sorri e concordei com a cabeça, virando o copo na minha boca em questão de segundos. Fiz uma careta.

— Toma, chupa isso. — Estendeu-me um pedacinho de limão. Fiz o que ele pediu, chupando um pouco da fruta cítrica. Até que era boa aquela combinação estranha. — Gostou?

— Gostei! — Dei risada e pedi por outra bebida. Ele me serviu um copo grande com catuaba de açaí.

Perdi a conta de quantos copos virei depois daquele. Só sei que quando deram duas horas da madrugada, meu dinheiro tinha acabado.

— M-merda, meu dinheiro acabou! Como vou voltar para casa? — Solucei, arregalando os olhos. — Será que o chão da rua é confortável? — Dei risada da minha bobagem. O barman, que até então eu não fazia ideia do nome, também riu e tirou um cigarro do bolso.

Observei ele acender, dar um trago e me oferecer.

— Verdinho. — Explicou assim que encarei o cigarro entre seus dedos. Dei de ombros e o peguei da sua mão, dando um trago forte. Tossi sem parar assim que inalei aquela fumaça desgraçada, sentindo uma queimação na minha garganta. Que negócio ruim. — Primeira vez? — Assenti. — Toma, dá outro. Vai ficando melhor com o tempo.

Ele entregou o cigarro para mim novamente e tirou outro bolado do bolso para ele. Segunda loucura da noite: Fumar maconha pela primeira vez. Fiquei tão chapada com aquela droga que quando percebi já estava debruçada sobre o balcão do bar com a minha língua dentro da boca do barman. Até que ele beijava super bem.

— Que tal escolhermos nossa musa do baile agora? — Ouvi o MC Leozin falar pelo microfone. As pessoas gritavam empolgadas e faziam a maior algazarra. — Bora fazer assim ó, vou selecionar as quatro minas mais gatas e gostosas da noite. Pode cê? — A galera concordou. — Só as garotas aqui na frente, só as gatinhas! — Pediu e a galinhada foi tudo correndo.

— Brota lá, tu com certeza é uma das quatro. — O barman falou, afastando-se de mim. Sorri. Sempre fui meio competitiva quando o quesito era beleza e estilo. Levantei-me na hora e fui até o pé do palco também. As mulheres tudo gritavam para o MC, pedindo para que ele as chamasse.

— Tu é a primeira! — Ele apontou para o meio da muvuca. Ouvi um grito estridente e logo uma doida siliconada subiu correndo, abraçando-o tão forte que o cara quase caiu do palco. — Qual seu nome boneca?

A doida praticamente puxou a força o microfone do garoto e disse.

— Rayane, mó satisfaçao Leozin. — Sorriu enquanto mascava um chiclete. Lembrava muito bem daquela mulher me chamando de inflável da primeira vez. — Essa é pra tu amorzinho. — Apontou para o camarote e deitou no chão, começando a fazer quadradinho de oito com a bunda virada para a lua.

Naquele momento eu só conseguia sentir vergonha alheia e pela cara que o MC Leozin fazia, ele sentia o mesmo pela coitada.

— Mina de fé essa ai, hein patrão. — Ele riu e apontou outra vez para o meio. — Sobe aqui morena.

Para a minha surpresa, quem apareceu foi à garota que havia passado boa parte do baile comigo da outra vez. Não conseguia me recordar do nome dela, mas com certeza minha torcida era sua.

— Sou a Anahí, prazer! — Respondeu assim que o MC perguntou o nome dela. Ouvimos a Rayane murmurar bem alto um "vaca" e a atenção da Anahí se voltou para ela. — A propósito, sou toda natural, não preciso de todo aquele reboco na cara que nem a franga ali. — Apontou para Rayane. Realmente no quesito maquiagem, ela era péssima. Exagerou demais no blush, assim como na sombra.

Dono do Morro [M]Where stories live. Discover now