𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟹𝟷 - 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜

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— Se eu não aparecesse tu ia comer aquela vagabunda da Viviane bem naquele beco, porra! — Anahí gritou. Pelo seu tom de voz, estava bastante chateada.

— Para de ser cuzona Anahí, tu sabe muito bem que a Viviane não me interessa caralho! — Ele retrucou na mesma altura.

— Não te interessa agora, não é? Louise me contou que te viu cheio das graças com ela semana passada, tu é muito sínico mano! Tô passada contigo. — Anahí reclamou. Ouvi um barulho no portão, como se alguém tivesse batido ele com força. Pensei em ir lá dar uma acalmada nos ânimos, mas era bem melhor que eles se resolvessem sozinhos da maneira deles.

— Vou te falar viu, Louise também é numa brisa errada que só. Fica botando pilha nas tuas neuras, papo reto... Essa mina tá cheia de má fé para o meu lado, tu não conhece sua irmã! — Ele bufou. Anahí murmurou algumas coisas que não consegui escutar, mas pelo jeito foi algo que pareceu estressar ainda mais Poncho. — Tu é doido que mulher mais paranóica da desgraça, não aguento mais!

— Eu que não te aguento mais, porra! É só vacilo atrás de vacilo, tô cansada! — Anahí respondeu. — Me deixa que tu é muito paia! — Gritou e bateu a porta na cara de Poncho. Ela me olhou por alguns instantes antes de cair no choro. Dei um tapinha ao meu lado no sofá e ela se sentou. Abracei-a forte e tentei falar algumas coisas reconfortantes para ela.

— Você vai borrar a maquiagem... — Falei a primeira coisa que veio na cabeça.

Ela riu e começou a secar os olhos com cuidado.

— Eu sei, me desculpa… — Falou, sacudindo a cabeça. Assenti e dei uns minutos para ela se recompor.

— Ele não merece suas lágrimas, Any. — Anahí fungou, terminando de se ajeitar.

— Eu tô ligada disso, valeu ai. — Agradeceu e se levantou no exato momento que Relíquia descia as escadas, já vestido e terminando de colocar um relógio de ouro no pulso. — Tá na beca hein Relíquia, gostei de ver.

— Tu também tá gostosinha, comia fácil. — Ele respondeu e foi pegar a chave do carro. Anahí revirou os olhos e me arrastou para fora da casa.

Será que os dois já haviam se pegado em algum momento da vida?

A rua estava agitada, com motos e vans circulando o tempo todo em direção a quadra.

— Bora, bora! — Relíquia falou, buzinando assim que tirou o carro. Anahí e eu entramos no banco de trás e fomos em silêncio até a quadra principal do morro.

Quando chegamos, praticamente o baile inteiro parou para ver a entrada de Relíquia na quadra e, consequentemente, me notaram ao lado dele também. Apostava que amanhã estaria mal falada até o pescoço, mas não me importava, já que nem ali eu morava ali. Relíquia mandou a gente subir para o camarote e logo depois sumiu entre a multidão.

— Amiga! — Abracei Maite por trás, que se virou contente. Ela estava maravilhosa com um vestido azul escuro decotado nas costas.

— Dul, Any... — Sorriu e beijou Anahí no rosto.

— Tá aqui a muito tempo nega? — Anahí perguntou, Maite negou com a cabeça e começou a puxar assunto sobre uma confusão que rolou lá na entrada do morro. — Só pode ser x9 querendo se enraizar aqui no morro, tô ligada já.

— Encheram o cara de porrada e carregaram ele para a salinha lá... — Maite continuou, olhando diretamente para Anahí.

— Que salinha? — Perguntei sem entender.

— Na verdade todo mundo chama de forninho, Dul. Não sei onde exatamente fica, mas é onde o Relíquia costuma levar quem vacila com ele, onde rola o tribunal do crime. — Anahí respondeu, e fiquei impressionada. Relíquia era realmente um psicopata. — Tô com a boca seca, vou pegar algo pra gente beber! — Disse e saiu em direção ao bar.

Dono do Morro [M]Where stories live. Discover now