— Amiga, vamos lá pra casa? Um banho de piscina cairia bem agora. — Bruninha perguntou na saída do colégio. Olhei para Maite, que conversava pelo celular um pouco mais afastada de nós. — A Mai tem compromisso agora.
— Tudo bem. — Concordei com um manejo de cabeça. — Só vamos lá dar tchau para ela.
Bruninha e eu nos despedimos de Maite, que ficou de me ligar mais tarde para combinarmos melhor o pagode de amanhã. Iríamos vir no colégio pela parte da manhã e de tarde para o morro.
— Por que você não vai também, Bruninha? Até que é divertido lá... — Falei enquanto entrávamos no carro do seu motorista. A Bruna morava em Copacabana, um pouco mais afastada de nós.
— Eu até iria Dul, mas tenho curso amanhã. E você sabe, já faltei as últimas quatro semanas. — Fez careta, mas logo voltou a sorrir. — Também marquei de encontrar com o Lipe na praia depois, parece que vai ter um luau com os amigos dele.
— Você ainda está saindo com esse garoto? — Indaguei, observando a paisagem da orla pela janela. Bruninha gargalhou e me deu um cutucão no braço.
— Cala a boca, ele beija super bem! — Garantiu.
— Ele dava em cima de mim na quarta série. — Debochei, revirando os olhos. — Sério, era um saco! Ficava no meu pé o dia todo, querendo atenção.
— É, esse é o único defeito dele. Um grude. — Bruninha falou pensativa. — Mas e daí? Ele beija bem! Fora que eu acho que finalmente vamos avançar uma etapa. — Gesticulou maliciosa com as mãos.
— Ele te convidou para dar uma voltinha no apê dele, foi? — Brinquei e ela concordou com a cabeça.
— De amanhã não passa... Vou praticar o pecado com aquele menino! — Me fitou séria e logo caiu na gargalhada. Amava aquele lado extrovertido dela, sempre rindo e brincando em qualquer situação. — Vem, vamos tirar uma fotinha, faz tempo que não atualizo minhas redes.
Ficamos boa parte do caminho tirando fotos aleatórias. Fazer o quê, tivemos a sorte de nascermos fotogênicas, principalmente a vaca da Bruna. Aquela ali ficava linda de qualquer jeito e em todos os ângulos. Ódio!
— Vou postar essa. — Avisei, mostrando a foto para ela. Bruninha concordou e ficou mexendo no celular, enquanto eu editava a foto e publicava no Instagram.
Guardei o celular na mochila assim que o carro parou em frente a uma mansão branca, localizada no bairro de Copacabana. O pai de Bruna, Armando Carvalho, era herdeiro de uma das grandes fortunas do país. Ele já tinha sido governador do Estado há alguns anos atrás e atualmente era empresário e dono das redes de supermercados A&C.
— Vou trocar de roupa, calma! — Bruninha avisou subindo as escadas correndo. Deixei minha mochila na sala e fui até a cozinha, encontrando a tia Célia, que era uma das empregadas da casa e a mulher que havia cuidado de Bruna.
— Oi tia. — Falei caminhando até ela e dando um beijo no seu rosto.
Célia sorriu e me abraçou apertado.
— Estava sumida menina! — Ela disse e voltou a atenção para as panelas a sua frente. Me sentei na bancada de mármore e balancei as pernas, olhando em volta.
— Ando muito ocupada esse dias, mas prometo que venho te ver mais vezes.
— Ocupada como? Só aprontando, não é? — Arqueou as sobrancelhas e dei risada. Mal sabia ela as confusões que eu estava me metendo.
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Dono do Morro [M]
Fanfiction+18| Será possível o amor nascer entre as duas pessoas mais improváveis do mundo? Dulce jamais imaginou se envolvendo com um morador de favela, ainda mais sendo ele o dono do morro. Ela não sabia explicar o porquê de se sentir atraída por uma pessoa...