Quando aquela mina metida a rainha do mundo me chamou de monstro, parece que vi vermelho na minha frente, tá ligado. Quando dei conta já tinha descido o braço e acabado com a raça da vagabunda, duvidava até se ela iria levantar o nariz pra mim de novo. Quantas vezes ela teria que apanhar na cara pra aprender que o papai aqui era que mandava em tudo? Era eu que comandava aquela porra toda do Chapadão!
Acordei na quinta feira da outra semana com uma dor do caralho na nuca e no meu braço, já quase cicatrizado.
— Bom dia, amor. — Disse uma voz melosa ao meu lado, agarrada na minha cintura. Franzi o cenho enquanto jogava ela para fora da minha cama. — Ai! — Reclamou, caindo de pernas arreganhadas no chão.
— Amor é o escambau, sua puta! — Praguejei olhando envolta do quarto, tentando me lembrar de como aquela vadia foi parar ali. As lembranças do dia anterior chegaram como um clarão, desde o momento que enchi a cara no boteco meia boca do Toninho até quando topei com aquela mina na rua, implorando para quitar a dívida do pai drogado com uma boa trepada. — Tá fazendo o que aqui ainda? Mete o pé vai, caralho! Some, bora!
A mulata catou os seus trapos no chão e saiu do quarto quase que correndo.
— E fala para o merdinha do seu pai que dessa vez ele escapou, mas que não vai ter próxima! Ouviu? Pipoco ele em dois tempos! — Gritei pela porta do quarto para ela escutar lá embaixo. Esperei a porta da rua bater para começar a me arrumar para o dia.
Antes de ir para a boca agilizar alguns corres mal resolvidos, passei no barraco da minha coroa para deixar uns trocados e bati uma xepa por lá mesmo.
Já na sexta, madruguei na boca ajudando com a venda das drogas para relaxar a mente.
— Caralho Relíquia, tá rolando desde semana passada mó boato que tu deu uma cossa na Dulce... — Poncho entrou na boca de manhã soltando fogos pelas ventas. — Tá de caô com minha cara, não é parceiro?
Revirei os olhos de saco cheio daquela história e contei até três para não estourar os miolos dele.
— Aquela piranha estava pedindo por um corretivo faz é tempo, pô! — Respondi entediado, dando de ombros.
O que ele tinha a ver com isso mesmo?
— Tá maluco, Relíquia? Tu se esqueceu da fortalecida que ela te deu na invasão? Vacilo do caralho, pô! — Disse e avançou para mesa onde eu estava jogado.
— Vai se foder, Poncho! Vai ficar defendendo aquela piranha mermo? Tá afim de foder com ela, porra? — Gritei, me levantando tão depressa que a cadeira tombou para trás, fazendo um estrondo alto que até um dos vapores que faziam a guarda entrou alarmado na sala. Poncho fez um sinal para que o vapor se mandasse e ele me olhou antes de fazer o que lhe foi mandado. — Se liga hein Poncho, se eu ficar sabendo que tu comeu aquela vadia eu te arrebento antes mesmo de tu gozar dentro dela!
YOU ARE READING
Dono do Morro [M]
Fanfiction+18| Será possível o amor nascer entre as duas pessoas mais improváveis do mundo? Dulce jamais imaginou se envolvendo com um morador de favela, ainda mais sendo ele o dono do morro. Ela não sabia explicar o porquê de se sentir atraída por uma pessoa...