𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟻𝟸 - 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜

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— Ai que susto garoto! — Falei para o mesmo que me segurava pelo braço. Ele sorriu para mim, mostrando as covinhas nas bochechas.

Aquilo tinha sido extremamente fofo!

— Oi, sou o Jonathas. — Ele falou, beijando minha bochecha.

— Oi, não podia ter me abordado de uma outra forma? Pensei que fosse o… — Parei de falar assim que me toquei. Tinha que tirar Relíquia da minha cabeça!

— Que fosse quem? O seu namorado? — Ele perguntou direto. Jonathas era magro e tinha os cabelos negros, não me parecia ser morador do morro. Provavelmente, devia ser da pista e estava aqui procurando uma diversão com alta dose de adrenalina.

— Eu não tenho namorado, sou solteira! — Frisei, sentindo o meu sangue esquentar. Precisava urgentemente de um copo de água gelado.

— Você está bem? — Ele insistiu, me segurando pela cintura quando cambaleei para o lado.

— Acho que bebi além da conta... — Respondi. Ele voltou a dar risada da minha cara.

— Acha? — Arqueou as sobrancelhas perfeitamente grossas.

— Está bom seu chato, eu bebi pra caralho! Melhorou?  — Perguntei. Jonathas sorriu e concordou com a cabeça.

— Precisa de ajuda? — Ele ofereceu enquanto eu tentava me firmar no chão.

— Preciso de uma água. — Falei, me sentindo um pouco aérea. Por que tudo estava girando assim?

— Tudo bem, não sai daqui. Vou buscar! — Ele falou e saiu apressado. Achei bonita a atitude dele de me ajudar mesmo não sabendo quem eu era. Fiquei ali parada, sentindo minha cabeça pular igualmente as caixas de som. — Estou surpreso por você ainda estar aqui, pelo jeito é uma bêbada obediente. — Brincou, me entregando uma garrafinha de água aberta.

Virei ela na boca em questão de segundos. A minha esperança era de que aquela sensação mórbida passasse.

— Nossa, tô malzona... — Falei, mas não deixei de flagrá-lo olhando para os meus peitos através do decote revelador do meu vestido. — Ei, eu vi isso!

— Desculpa, sou um homem de carne fraca! — Ele levantou os braços, tentando se defender do meu olhar acusatório.

— V-você é um idiota! — Balbuciei, me enrolando toda para falar. Ouvi um pedido de desculpas, mas ignorei. — Quero dançar!

Comecei a dançar assim que o grave da música começou a bater, me inclinando e rebolando bem a bunda. Quem estava atrás de mim naquele momento, deve ter tido uma visão privilegiada do meu traseiro.

Fechei os olhos para a minha cabeça girar menos e voltei a dançar. Quando os abri novamente, notei que Jonathas estava bem atrás de mim, podia sentir a sua respiração quente no meu pescoço. Sorri ao mesmo tempo que percebia os olhares em cima da gente. Alguns eram de garotas que me olhavam com clara inveja, outros de homens me cobiçando.

Naquela altura da embriaguez, já nem sabia mais o que estava fazendo. Deixei com que Jonathas me abraçasse pela cintura mesmo não me sentindo nem um pouco confortável com aquilo. Queria gritar para que ele me soltasse, mas parecia que aquela função do meu cérebro estava paralisada.

Quando uma de suas mãos alcançou minha coxa por debaixo do vestido, eu me toquei do que estava prestes a acontecer.

— M-me solta! — Finalmente consegui falar, afastando suas mãos do meu corpo.

— O quê? Por quê? — Ele perguntou e voltou a me agarrar. — Eu sei que você quer, gata.

— Sai fora, cara! — Gritei quando ele tentou me beijar a força. O empurrei pelo ombro, mas o mesmo se manteve no lugar.

Dono do Morro [M]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora