No domingo, marquei de encontrar com as meninas diretamente em Copacabana. O percurso do morro até lá foi em torno de quase duas horas, e assim que desci na orla da praia fui caminhando até o cantinho que sempre ficávamos no areião.
Não foi difícil de encontrá-las no meio de tanta gente, já que fazia demasiado calor aquele dia. Abracei as duas com saudades, Bruna vivia viajando e Maite agora estava ocupada com a faculdade e tudo mais.
— Amiga queria tanto você lá comigo, acredita que só tem gente bonita na minha sala? — Maite falava empolgada enquanto eu abria a cadeira de praia que alugaram para mim. — Tem uma garota que é a sua cara!
— Ela é maravilhosa então. — Respondi dando risada. Tirei minha saída de praia amarela pela cabeça, pegando o meu protetor solar de dentro da bolsa e entregando na mão de Bruna.
Ela começou a me ajudar passando o protetor nas minhas costas, e Maite continuou a tagarelar sobre como a sua faculdade era perfeita e super animada.
— Foi no baile ontem, Dulce? — Maite indagou com interesse. Graças a Deus as duas não perceberam o hematoma no meu olho, pois fiz questão de disfarçar com bastante maquiagem.
— Não, por quê? — Perguntei, pegando o protetor solar da mão de Bruninha e me sentando na cadeira.
— Queria saber se o JC foi... — Ela falou com o rosto corado de vermelho.
— Com certeza foi Maite, ele é um baita de um vagabundo! — Bruninha respondeu. Ela era o tipo de pessoa que pegava ranço dos namorados das amigas caso eles vacilassem com nós.
— Credo Bruninha! — Ri, colocando meu óculos de sol e depois espalhei o bronzeador pelo corpo.
— O quê? Só estou falando o que eu penso! Não gosto desse cara… Muito menos do tal Relíquia. Eles não respeitam vocês, no máximo que irão conseguir com isso é viverem num relacionamento abusivo. — Bruna revirou os olhos. — Estou tentando abrir os olhos de vocês, mas está difícil porque não querem ver a verdade!
— Não vou viver um relacionamento abusivo, Bruna. Eu estou bem. — Falei. Relíquia estava mudando… — Ele está diferente.
— Não está porcaria nenhuma, Dulce! Acha que não percebi esse seu olho roxo aí? — Ela cuspiu as palavras com ódio.
— Não foi ele! — Rapidamente respondi.
— Não fica defendendo aquele babaca Dulce, ele sequer pensa em você quando levanta a mão para socar sua cara! Eu sei que ele te bate, ok?!
— Já falei que não foi ele! — Voltei a repetir duramente.
Bruninha bufou, mas se calou.
— Depois não diga que eu não avisei. — Ela murmurou de braços cruzados.
— Não fica brava comigo Bru, eu só quero viver em paz. — Pedi, me virando para ela. — Eu acho que amo ele.
— Ai amor é muito clichê, Dulce... — Bruna voltou a rolar os olhos, banalizando minhas palavras.
— Mas mesmo assim continua sendo o clichê mais lindo que existe. — Suspirei.
— Você está carente, isso sim! — Ela balançou a cabeça e saiu para comprar água de coco.
— Bruna exagera demais, não é? Eu não consigo imaginar o Relíquia mudando o jeito dele, mas se você está dizendo eu acredito. — Maite sorriu e me deu a mão.
— Bate uma foto minha? — Pedi, entregando-a meu celular e me levantando.
Ficamos um tempão só tirando fotos para no final só gostarmos de quatro ou cinco delas. Bruninha apareceu logo depois e nos entregou o coco.
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Dono do Morro [M]
Fanfiction+18| Será possível o amor nascer entre as duas pessoas mais improváveis do mundo? Dulce jamais imaginou se envolvendo com um morador de favela, ainda mais sendo ele o dono do morro. Ela não sabia explicar o porquê de se sentir atraída por uma pessoa...