3

8.7K 588 50
                                    

Passaram-se oito meses depois da notícia. Meu pai já havia aceitado em aspas meu filho, eu estava no nono mês, já estava prestes a ganhar o meu bebê lindo, era um menino. Magrão e eu ficamos nos comunicando por cartas, graças a Rita meu anjo. Havíamos até decidido o nome do nosso menino.

Estava deitada, repousando, pois minha gravidez era de risco pelos nervosos que passei com meu pai, eu quase perdi o bebê no terceiro mês, quando contei pra ele já que não dava mais pra esconder. Ele queria me obrigar a abortar por não querer um neto filho de traficante, mas não sei como e muito menos pq ele depois de um tempo aceitou.

Sinto uma pontadas e minha cama molhada, 'MINHA BOLSA ESTOROU' penso apavorada.

- RIIITAAAAAAA. PAAAAAAAIIIIIIIII. – um dos seguranças entra rapidamente em meu quarto perguntando o que ta acontecendo. Aponto pra minha barriga já sem conseguir falar pelas dores. Ele me pega no colo e desce comigo, meu pai olha pra escada apavorado e então corremos para o carro em direção ao hospital.

Por conta do risco, meu parto teria que ser Cesário. Cheguei no hospital e já foram me anestesiando, e então dormi e não vi mais nada. Acordei já era noite, estranhei.

Olhei para o lado e não vi nenhum berço, não vi meu filho. Era pra ele estar aqui, vim para o hospital no começo da tarde. Meu coração já estava batendo fora de ritmo, minha respiração estava falha.

- ENFERMEIRA, MÉDICO, PAIIIIII, ALGUÉÉÉÉÉÉMMMMMM. – logo entra uma enfermeira e meu pai com uma cara não tão boa.

- O que aconteceu? Cadê meu filho? Pq ele não está aqui? PAI ME FALA... – ele respira fundo, pega em minha mão, olha nos meus olhos e então começa a falar.

- Ele não resistiu Elisa, eu sinto muito minha filha.

Aquilo doeu mais que um tiro no coração, comecei a chorar desesperadamente, queria levantar, queria sair dali correndo e ir direto pros braços do Magrão, só ele poderia me acalmar nessa hora era só do cheiro dele que eu precisava, mas a enfermeira me sedou de novo, me fazendo dormir.

Acordei só no dia seguinte, já acordei chorando lembrando das palavras do meu pai.

t%y

HERDEIROOnde histórias criam vida. Descubra agora