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Não deu um minuto e Carine já estava em meu quarto.

- O que aconteceu?

- Isso aconteceu – aponto para o celular – ele é um estúpido, eu não quero o ver nunca mais na minha vida. Eu to com tanto ódio dele que poderia esmagar a cabeça dele, ai que ódio, nunca mais deixa ele entrar aqui. – suspiro forte, mais triste com a ideia de não o ver mais do que com meu celular quebrado.

Carine estava boquiaberta com os olhos arregalados.

- Mas ele te fez algo, encostou em você? – sentou na cama me olhando de cima a baixo procurando um roxo.

- Não, em mim não, eu que bati nele e pareceu um pernilongo, pq ele nem se moveu – soltei um riso nervoso. – Minha sorte é que tava tudo salvo e eu tenho o celular que ele me deu. Cah o que eu faço hein? Eu sei agora que eu to apaixonada pelo Gringo, mas desse jeito não dá, não posso ficar com uma pessoa que aponta uma arma na minha cara, quebra meu celular, chega bêbado na minha casa pedindo pra eu cantar – antes de terminar a frase algumas lágrimas já caiam pelo meu rosto.

- Vem cá – ela se aproxima de mim e me abraça, deito em seu ombro e por esse simples gesto as lágrimas que antes eram algumas, viraram uma cachoeira agora. – Se ele realmente gosta de você, ele vai mudar ao ver que te perdeu.

- Eu não vou esperar, vou ficar com quem quer ficar comigo de verdade. Sei que não é justo, mas vai que eu me apaixone por ele com o tempo né. - fungo. 

Ela fica mais um tempo me fazendo companhia e se oferece pra dormir comigo, dou risada da ideia, mas nego, prefiro ficar sozinha na minha solidão.

Troquei o chip do celular que Gringo me deu, pelo meu antigo, esse número ele não tem, melhor assim. Ligo e já mando mensagem pro Murilo.

23h37 – Gio

Desculpa Muri, acabei deixando meu celular cair quando fui te atender, peguei um reserva aqui. Amanhã se estiver livre as 13h, gostaria de almoçar comigo?

Bloqueio o celular e vou tomar um banho demorado, preciso tentar relaxar pra conseguir dormir. Entro na água mais quente que eu agüentava, mesmo naquele calor e fico pensando em tudo desde o começo com Gringo, e as lágrimas já vem. Termino meu banho, me visto e olho meu celular pra ver se tem alguma mensagem. Tem um do Murilo, confirmando nosso almoço, aquilo não me faz esboçar nenhum sorriso, se fosse mensagem do Gringo, antes mesmo de saber o que ele teria mandado eu já estaria sorrindo a toa. Respiro fundo, bloqueio a tela deito na cama e tento dormir o que foi mais difícil que o normal.

+

Já era à hora do almoço e eu infelizmente não estava animada, mas precisava ir pra tirar o infeliz da cabeça. Meu celular começou a tocar e eu já sabia quem era.

IDL

Gio: Alô?

Murilo: Oi meu anjo, estou aqui na frente da agência, já está pronta?

Gio: Estou sim, dois minutos e já estarei ai.

Murilo: Ok

FDL

Saio da minha sala e vou indo pra fora da agencia, vejo o carro que eu quase bati uns dias atrás parado na frente da mesma e já vou entrando.

- Olá – tento dar meu melhor sorriso.

- Oi meu amor – ele passa a mão dele na minha nuca e me puxa pra um beijo, que se tornou quase um nada comparado... não vou falar.

- Como foi a manhã? – me separo dele e o mesmo se ajeita e da partida.

HERDEIROOnde histórias criam vida. Descubra agora