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Puta que pariu que cara gato da porra. Senti um calor quando ele apertou minha cintura, meu Deus.

Estávamos na grade dançando e eu encostei mais na Carine.

- Porra Cah, onde tu arrumou esses homens. - ela solta uma risada.

- O Lipe eu encontrei na praia aquele dia que tu não quis ir, conheci ele nesse dia. Ele tava sozinho, massss eu tenho certeza que se tu tivesse lá ele teria ligado pro Gringo aparecer, pq ficamos a tarde toda trocando ideia e depois uns beijos - dá risada. - e não íamos deixar você de vela né - dou risada e reviro os olhos.

- Ele é muito gato, é muita areia pro meu caminhãozinho.

- É nada. - sorrio largamente pra ela, brindamos com as cervejas e descemos até o chão rebolando, dou uma olhada pra trás e vejo seus olhos parecendo o mar me olhando.

Vamos até a mesa onde eles estão, Carine dá um beijo rápido em Lipe e não tiro os olhos de Gringo e ele não tira os dele de mim. 

- Gi, vamos no banheiro, preciso dar uma olhada no espelho – ela se vira pra mim. 

Já estava suada, e precisava mesmo ir ver o estrago, ainda mais na frente de um gato desses. Assenti e fomos. 

Entramos na fila e tinha mais duas meninas na nossa frente e começaram a fofocar:

- Olha lá, aquele loiro é o Gringo, aquele gostoso. Ai se eu pudesse e meu juízo deixasse viu – diz a menina de cabelo black power se abanando e elas dão risada.

- Ouvi dizer que ele é bem agressivo no sexo, e que quando a mulher não o satisfaz ele castiga a mulher – disse a morena baixinha.

- Já ouvir falar sobre isso também, mas a única menina que ele pegou aqui do morro sumiu, então nunca fiquei sabendo da verdade. E ele nunca mais pegou ninguém do morro, só pega essas patricinha de merda. Talvez ele tenha dado um fim nela por não ter satisfeito el... – ela continuou falando, porém entrou no banheiro.

Viro pra Cah e digo:

- Você ouviu isso? – ela assenti com os olhos arregalados.

- Acho melhor você manter a distância dele.

- Com toda a certeza eu vou fazer isso. Mas porra, tão gato, que ódio - gargalhamos. 

Voltamos pra mesa e voltamos a dançar, agora com Lipe no nosso meio. Carine acertou em cheio, Lipe é divertido, simpático, bonito e como ela mesmo diz, leva ela ao paraíso. Até agora único defeito é ser traficante, porra.

Tentei me desligar de Gringo depois do que ouvir, e coloquei na cabeça que não podia, ainda mais por ser dono de Morro, e todos sabem que mulher de bandido não tem vida, e eu não queria essa vida pra mim. Gosto da minha liberdade, não gosto de ninguém no meu pé. Mas o problema é que comigo quando não pode, é quando eu quero. Pq eu gosto do perigo, gosto do gostinho do risco.

- Vem... - Carine me puxa pelo braço e seguimos até o bar com Lipe.

- Três doses de tequila. - Lipe diz para o cara do bar.

- Quatro - escuto uma voz grossa e rouca atrás de mim e me faz arrepiar.

'Puta que pariu, se concentra Giovana, ele é um bandidinho de merda e é gostoso pra caralho, olhas essas mãos grossas, AI PARA DE PENSAR ISSO'. 

As doses chegam e cada um pega a sua e vira, Gringo vira a sua olhando pra mim e eu quase cometo a loucura de pular no seu colo e beijá-lo. Mas pego no braço de Carine e aperto, ela entende o recado e me puxa de volta pra grade onde estávamos dançando antes.

A noite foi passando e logo vi que já estava meio ou completamente alterada. Fui no bar buscar mais uma bebida e quando ia voltando esbarrei em alguém.

- PORRA CARALHO OLHA POR ONDE ANDA DESGRAÇA – falo nervosa, eu sou meia bocuda mesmo, bêbada então nem se fala.

- Perdeu o juízo? – aquela voz grossa e rouca me faz arrepiar.

Olho pra cima e vejo que é o Gringo, engulo seco. Dou um sorriso amarelo e vou saindo. Ele então segura meu braço.

- Não acha que já ta bom de bebida, pelo seu bafo você já tem bem alterada – gargalhei alto.

- Magina Pai, eu ainda consigo me manter em pé, relaxa. – dou uns tapinhas de leve em seu ombro e ele apenas solta uma risada. Abaixa até a altura do meu ouvido e diz.

- Abusada hein, controla essa boquinha antes que eu me estresse e faça merda. – gelei na mesma hora e lembrei que tava falando com o dono do Morro. Dei um sorriso sem mostrar os dentes e sai.

Fui em direção a Carine e ao Lipe que não estavam mais no mesmo lugar, comecei a rodar o camarote inteiro e não os achei, fui pra grade ver se achava eles lá por baixo. 

'Porra Carine, aqui não caralho, não me deixa sozinha aqui buceta'.

- Não ta encontrando eles? – uma voz rouca fala em meu ouvido.

Levo um susto deixando o copo cair da minha mão e molhando todo meu pé.

- CARALHO PORRA, olha o que tu fez eu fazer buceta. – me viro e dou de cara com Gringo. Arregalo os olhos no mesmo momento e fecho a boca em uma linha reta.

- Você é bem abusada hein, tu não ta na suas redondezas pra falar assim não hein Caralho. – revirei os olhos pra ele e dei um sorriso debochado.

Eu acho que fiz a coisa errada pq ele quase me matou com os olhos.

- Eu quero ir pra casa, tem como me tirar daqui e me deixar em um táxi? – nem acabo de falar direito e ele já gargalha como se eu tivesse contado uma piada muito boa.

- Se vira filhote. – e saiu andando me deixando lá. Olho incrédula pra ele e vou atrás puxando seu braço o fazendo virar pra mim, rápido demais e perto demais.

Eu percebi agora como ele era alto, eu de salto ainda não ficava do tamanho dele. Ficava na altura de seu nariz. E pude sentir sua respiração em mim, meu coração parou na mesma hora. 

HERDEIROHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin