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Acordei já esticando meu braço e procurando Gringo pela cama o mesmo não se encontrava. Abri os olhos lentamente e logo me levantei para ir ao banheiro e fazer minha higiene e colocar minha roupa novamente.

Passei pela sala e não havia ninguém, logo conclui que Gringo estaria na boca, ainda mais depois de ontem. Vou até a cozinha preparar algo pra comer, já que são mais de 14h e não estou nem um pouco afim de tomar café da manhã essas horas. 

Ligo a TV que fica na cozinha e está passando uma chamada do Fantástico, falando que terá uma cobertura completa sobre a tentativa da polícia de recuperar o Complexo do Alemão. Meu estômago embrulha com essa notícia e tudo que consigo tomar é um suco de limão que preparei na mesma hora, respiro fundo e saiu indo em direção a casa ao lado buscar o carro e Carine pra decidirmos o que será da nossa vida daqui pra frente.

Quando abro o portão levo um susto e solto o grito fechando o mesmo na hora.

- Ei patroinha, sou eu o Perninha e o VG, relaxa. - minhas pernas falharam e caiu sentada no chão, no mesmo lugar onde Gringo estava a poucas horas atrás, presto atenção que o local está sujo de sangue e já sinto as lágrimas novamente. 

Depois de alguns minutos tentando me recuperar, respiro fundo, limpo o que estou das lágrimas e abro novamente o portão devagar, imaginando que eles não estariam mais lá com aquelas enormes armas. Quando era Gringo que aparecia com uma nas costas eu não me assustava, eu confiava nele, já os outros me trazia pra realidade e me deixava apavorada. 

- Ei Patroinha, desculpa a gente não quis te assustar. - Lanço um sorriso tímido pela vergonha que passei e assinto. - Depois do que aconteceu ontem Gringo quer segurança 24h no portão de casa e em você. - O olho confusa.

- Em mim? - Aponto para mim mesma. 

- Sim. Onde a madame for, eu vou atrás. - Reviro os olhos e me poupo de gastar saliva, Gringo não mudaria de ideia. 

- Vou ali no Lipe buscar o carro e Carine. 

- E você vai sair? 

- Talvez pra minha casa, vou conversar com a Carine. 

- Ok, vamos. Eu fico lá te esperando na frente.

- Cê tá falando sério que vai me acompanhar?

- Nunca falei tão sério na minha vida madame. Se você sair do morro, vou ter que sair e ir atrás. - Ele dá de ombros. - São ordens. 

Bufo e saiu andando e ele realmente vem atrás de mim.  

Chego lá em menos de 20 segundos e vejo o portão aberto, já vou entrando e Perninha fica do lado de fora. Abro a porta e vejo Lipe indo de um lado para outro.

- Ei. 

- Pequena. - Vem em minha direção me dá um abraço e um beijo na testa segura em meus ombros me olha. - Como você está?

- Estou viva, confusa, com raiva, preocupada e tantas outros sentimentos dentro de mim que eu nem sei como estou. - Desabafo.

- Ei, vai ficar tudo bem. - Concordo com ele pra não ter um mais um sermão igual ao do Gringo. 

- Carine está no quarto, vai lá. Ela quer falar com você. Só vim buscar uma anotações e já estou descendo pra boca de novo.  Qualquer coisa avisem ao Perninha que ele fala com agente. - Assinto e ele me dá outro beijo na testa e sai. 

Subo pro quarto e vejo Carine sentada na cama de frente pra TV vendo a mesma chamada que vi do Fantástico falando sobre a invasão. 

- Vadia? - A chamo. 

HERDEIROWhere stories live. Discover now