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Olhei atentamente pra ela, repeti milhões de vezes aquelas duas palavras na minha cabeça. Vi a imagem da sua boca se movendo e cada vez era como se me acertassem com um tiro. E pela segunda vez, apenas pela segunda vez meu coração doeu como se tivessem pegando ele pela mão e apertando.

Isso não podia estar acontecendo, não depois de tudo. Mas não posso julga - lá, o cara a sua frente que segurava seu rosto com tanto cuidado lhe prometerá segurança, uma vida tranqüila, e o mais importante, uma ficha limpa. Coisa que comigo ela já não tinha desde que resolveu me dar o primeiro beijo.

E em um breve momento tenho nossos momentos juntos à tona de uma uma vez, todos os sorrisos que ela me deu, todas as brincadeiras, os gritos, as brigas, as lágrimas. E ali naquele momento, quando eu estava prestes a perde-lá, percebi que a amava e eu estúpido o bastante não fui capaz nem se quer de lhe dizer uma única vez, ou de simplesmente dizer o quanto era louco por essa loira do sorriso grande.

Desviei meus olhos por um momento dos seus e olhei para Murilo que já estava com sorriso de vitória estampado no rosto e quando volto meus olhos para Giovanna ela já está com seus dois botãozinhos negros pra ele quando ouvi a arma ser destravada, e o barulho do tiro ecoar pelos meus ouvidos.

- FILHA DA PUTA. – olhei para Murilo no chão com segurando seu pé que sangrava sem parar.

Meus olhos estavam arregalados, olhei para Giovanna que tinha um pequeno sorriso.

- Entra no carro Gringo. – ela me olhou e sorriu, levei algum tempo para entender a mensagem e assim fazer. – Isso é por ter me usado seu canalha. E isso por ter colocado um rastreador em meu celular. – ela mirou novamente em uma de suas pernas e atirou acertando na coxa de Murilo.

Ela se virou indo até o carro, abriu a porta e pegou seu celular que estava no banco. Jogou o mesmo no chão e atirou.

- VOCÊ VAI VER QUE FEZ A ESCOLHA ERRADA GIOVANNA, você ainda vai ser minha. – ela gargalha alto.

- SONHA COM ISSO MURILO, você nunca mais colocará suas mãos em mim. – entrou no carro batendo a porta com força. – Vamos.

- Tem geladeira em casa não caralho.

- Vai se fuder Guilherme, piadinha agora não. – sorri como uma criança quando ganha um pirulito gigante.

E pé na tabua.

Assim que nos aproximamos do carro de Murilo ela abriu a janela e mirou em um dos pneus do carro acertando um deles.

- Essa é minha garota. – ela deu uma risada.

Segui caminho para o esconderijo que meu pai havia construído, ficava um pouco distante do Rio e praticamente no meio do nada.

- Você sabe que agora você é literalmente uma criminosa que pode parar na cadeia? – olhei para ela de canto rapidamente.

- Desde a hora que eu abri fogo contra a polícia eu já estava ciente de onde eu poderia acabar. – respirou fundo e passou as mãos no rosto.

- Vai ficar tudo bem. – levei minha mão até sua coxa e a apertei, ela apenas assentiu.

- Para onde estamos indo?

- Vamos para o esconderijo que meu pai construiu e esperar até ser madrugada para voltar ao morro.

Seguimos o caminho em silêncio entre nós, apenas o rádio falava sobre as ultimas noticias. Estavam a nossa procura por todos os cantos do Rio de Janeiro, meu nome era dito a cada cinco minutos, já Giovanna não era nem citada. Provavelmente só os policiais sabiam que tinha uma mulher comigo.

Mais uma hora dirigindo na estrada no meio do nada e chegamos à cabana. Era toda de madeira, pequena, mas até que aconchegante. Abri a garagem que ficava debaixo da casa e deixei o carro e subimos.

- Hm, aqui é bem bonitinho até pra um esconderijo. – Giovanna finalmente abriu a boca pra dizer algo.

- Segundo meu padrinho, meu pai construiu pra fugir com minha mãe, mas ela faleceu antes disso. Tem umas cachoeiras perto e um rio, se não estivéssemos em fuga e não fosse noite, poderíamos ir lá. – ela sorri.

- Podemos vir outro dia, só nós dois quando tudo acalmar. – levanta do sofá onde estava e vem na minha direção me segurando pela camisa e me puxando para me beijar. – Você achou mesmo que eu te abandonaria?

- Sim, ele estava te prometendo uma vida que eu nunca vou poder te dar. – passei minhas mãos em seus cabelos e depositei um beijo em sua testa.

- Eu sou incapaz de viver longe de você. – sussurrou levantando aqueles dois botões pra mim. – Guilherme, eu... – a interrompi colocando meu dedão em seus lábios.

Precisava dizer aquilo e que soubesse que não estava dizendo só pelo fato dela falar antes, eu precisava gritar ao mundo primeiro o que eu sentia.

- Eu te amo.

Ela sorriu com o brilho nos olhos que eu nunca tinha visto, mordeu meu dedão.

- Eu te amo. – sussurrou desengonçada ainda com meu dedão em sua boca. Fechou os olhos e chupou o mesmo.

Desci minhas mãos para seus ombros e empurrei as alças do seu vestido fazendo a ficar apenas de lingerie e seus saltos. Me abaixei e peguei em suas pernas fazendo a entrelaçar em minha cintura e a beijei com desespero. A sentei na mesa ficando entre suas pernas. Ela abriu minha camisa em uma puxada só arrancando todos os botões, logo tirando em seguida e começando a arranhar toda minha barriga com suas garras afiadas. E sem mais demoras abri minhas calças e me livrei das mesmas, junto com sapatos, meias e cueca.

A fiz deitar em cima da mesa e ali fiz minha mais bela refeição entre suas pernas, até sentir seu mel.

E quando voltei aos seus lábios, olhando em seus olhos eu quis repetir aquela pequena frase diversas e diversas vezes. Eu nunca soube como era bom dizer aquilo, estava me sentindo um garotinho quando ganha seu primeiro carrinho.

- Eu te amo. - e ela deu aquilo riso gostoso. 

- Eu te amo. - ela sussurrou e voltei a beijar seus lábios.

HERDEIROWhere stories live. Discover now