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Fui acompanhando a mulher linda a minha frente, reparei em sua bunda redondinha e olhei de canto para Guilherme que seguia firme seu olhar acima dos ombros da mulher, dando um geral pelo local. Ele estava se arriscando demais fazendo isso.

Aperto sua mão que segurava a minha com firmeza para chamar sua atenção. Ele apenas levanta as sobrancelhas informando para que eu dissesse o que queria.

- Esse não é seu nome verdadeiro. – ele revira os olhos.

- Você acha que vou ficar por ai dando sopa infeliz?

- Cara, meu aniversário lembra? Ser romântico, não te custa. – bufo.

- É difícil quando você torra minha paciência com coisas idiotas. – reviro os olhos e quando vou responder a bonitinha me interrompe.

- Aqui a mesa, sintam se a vontade. Um garçom já virá vos servir. – ela aponta pra uma mesa com uma vista incrível e meus olhos brilham com tamanha beleza. Mas não deixei escapar que a vadia secou Gringo e lhe lançou um sorriso malicioso. VAGABUNDA.

Gringo puxa a cadeira para que eu me sente.

- Olha ai o romântico. – zombo e ele se abaixa ficando na altura de meu ouvido e sussurra.

- Vai tomar no cu. – sorriu e faço carinho em sua barba. Ele faz menção de levantar, mas volta a sussurrar. – Giovanna, você disse que o Murilo trabalhava em quê mesmo?

Estranho a pergunta e olho para o mesmo sem entender o porque daquilo a aquela hora.

- Enfermeiro, porque disso agora? – ele pigarreia.

- É, então porque ele está ali fora com um colete a prova de balas e uma arma na mão vindo em direção ao restaurante, rodeados de policial. – ele aponta com o queixo e olho pra fora incrédula, sem poder acreditar no que meus olhos estavam vendo.

Ele pega meu braço e me puxa fazendo com que levante imediatamente. Voltamos pra frente do restaurante.

- Senhorita, nos perdoe. Cancele imediatamente a reserva, temos uma emergência e não poderemos ficar. Obrigado por tudo. – ela o olho entristecida. VACA.

- Que pena senhor, espero que tudo se resolva. – sorri pra ele. EU TO AQUI SUA FILHA PUTA. A desgraçada nem se quer me olhou.

Ele apenas sorri e me puxa pra fora onde ficam os manobristas.

- FILHA DA PUTA, VACA. – grito pra mesma quando já estamos em uma certa distância.

- O que foi isso? – Gringo me olha confuso enquanto pega a chave do carro.

- Essa vaca tava dando em cima de você, vai dizer que não viu. – ele bufa.

- Temos problemas bem maiores agora Giovanna, pelo amor de Deus.

- Senhor eu vou buscar seu carro.

- NÃO, estamos com pressa só diga onde está que eu mesmo pego. – o rapaz apontou para onde o estacionamento ficava e por sorte era do outro lado onde Murilo estava vindo.

Corremos em direção ao carro e quando estava prestes a entrar ouço alguém me chamando.

- GIOVANNA NÃO ENTRA NESSE CARRO. – era ele.

- Corre Gringo, ele ta vindo. – entro e antes de fechar a porta Gringo já estava saindo do local.

Em menos de segundos escuto sirenes, demoro mais de minutos pra colocar o cinto a adrenalina já tomou conta do meu corpo, estou nervosa e minhas mãos tremem. Gringo acelera a toda velocidade.

- FILHO DA PUTA. – socou o volante. – Eu sabia que esse verme não era enfermeiro e que ele queria me ferrar, só não sabia como. INFELIZ.

Quando eu menos esperava ouvimos barulho de helicóptero, não só um, mas dois.

- Gringo para, nós vamos morrer, eu não quero ir pra cadeia. PARA, para esse carro. – as lágrimas já estavam caindo sem mesmo eu perceber.

- Nem fodendo. Você não vai ser presa, relaxa a gente vai conseguir fugir. – começamos a ouvir alguns tiros. – PUTA MERDA, será que eles não vêem que eu não estou sozinho caralho. Esse seu amigo hein, ta nem ligando pra você.

- CALA A BOCA E DIRIGI ESSA MERDA. – ele dá risada. – Como você pode rir nessas horas? – tento limpar as lágrimas.

- É ótimo ver essa sua cara de tacho percebendo que eu e Carine tínhamos razão sobre esse verme.

- VAI SE FUDER GUILHERME. – nessa mesma hora tiros são acertados no vidro de trás, por sorte não quebram logo por serem blindados. – AAAAAAAAAA – grito e escondo minha cabeça com meus braços.

- Giovanna eu preciso de você agora.

- O que? - o olho com medo do que vai sair da sua boca.

- Preciso que pegue um fuzil que tem aqui no banco de trás, abra o teto solar e atire neles. Preciso me livrar de alguns carros, tem muito carro atrás de nós. – começo a rir desesperada.

- Você é louco de achar que vou fazer isso.

- Vai logo porra, ou você quer ser presa? Ele com certeza mandou não atirarem em você.

Destravo o cinto com o maior cuidado e passo pro banco de trás. Caiu uma três vezes até conseguir me levantar, ele abre o teto solar e primeiro eu coloco a arma e depois ponho a cabeça um pouco pra fora. Esses últimos meses estava tendo aulas de tiro com Perninha, com todos os tipos de arma, até com bombas ele estava me ensinando a mexer.

Destravo a mesma e começo a atirar, começo a receber tiros de volta e me abaixo.

- AAAAA QUE MERDA, ESSES FILHO DA PUTA ESTÃO ME DEIXANDO COM RAIVA. ESTRAGARAM MEU ANIVERSÁRIO. – Gringo gargalha.

- Essa é minha garota.

Me levanto mais um vez já na fúria e volto a atirar, dessa vez tento pegar a mira certa. Até que acerto o pneu de um das viaturas, o que faz perder o controle da direção e assim atrapalha mais duas viaturas de continuar.

- ISSO PORRA. – sinto seu beijo em minha perna e parece acelerar mais.

- Três viaturas já foram, agora só falta mais duas e os helicópteros. – volto a atirar e acerto em cheio o policial que dirigia na testa.

Travo a fuzil e me agacho no banco de trás novamente.

- Puta que pariu Guilherme eu acertei na cabeça de um, meu pai do céu, eu matei um policial. JESUS. Eu não vou pro céu. – Guilherme começa a rir.

- Relaxa meu amor. – era a primeira vez que ele me chamava assim e eu simplesmente queria o esganar.

Ele saiu de uma BR e pegou uma estrada que era cheia de matos e arvores grandes.

- Isso vai servir pra despistar os helicópteros. Agora só precisamos nos livrar daquela viatura e do carro preto onde o Murilo ta. – fico o tempo todo olhando pra trás.

Ele entra em mais duas estradas e logo não tem mais nenhum carro atrás de nós.

- Guilherme. – ele murmura para que eu continue. – O carro onde o Murilo estava pegou outra estrada, acho que ele parou de nos seguir. E, aliás, pra onde estamos indo?

- Estamos indo pra um esconderijo pra pegar outro carro e voltar pra favela.

Volto ao banco da frente um pouco mais calma e pensando que eu realmente tinha virado mulher de bandido, minha vida virou de cabeça totalmente pra baixo depois que Guilherme entrou nela e olha que não faz nem um ano que nos conhecemos.

Mais alguns minutos e do nada Guilherme freia o carro com tanta brutalidade que eu quase bato a cara no vidro da frente. Quando vou reclamar, olho pra frente sem acreditar no que meus olhos estão vendo.    



É isso ai meu povo lindo.

Votem e cometem, bjkinhas.

HERDEIROWhere stories live. Discover now