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Giovanna

Acordo sentindo um braço familiar me rodeando com força, com o mesmo aperto de sempre como se eu fosse fugir, mas durante os meses que passei com ele aprendi a me soltar de seu aperto todas as manhãs. Como ele demorava a dormir eu sempre acordava primeiro.

Antes de me livrar de seu aperto me viro dando de cara com a coisa mais linda que já vi na vida. Guilherme dormindo poderia virar uma obra de arte, eu passaria minha vida olhando pra ele sem me cansar.

Suspiro alto e com isso tenho a mais plena certeza que nunca deixei de amar esse homem.

Passo a mão em seu cabelo que agora está curto, mas continua com o macio de sempre. Fecho meus olhos e sinto seu aroma, agora um pouco melhor.

Desenrosco-me de seu braço e me levanto o deixando dormir, vou direto pra cozinha preparar algo pra comer.

Me encosto na pia e paro pra pensar o que irá acontecer agora, como será que vamos reagir, eu realmente não sei, me sinto como se estivesse na adolescência e perdi meu bv na escola e depois não sabe como agir com o menino, se finge que nada aconteceu ou se conversa sobre.

Respiro fundo e tento relaxar a mente levo a xícara de café até minha boca e tomo um gole, sinto as borboletas em meu estomago e sinceramente só está descendo algo por ser liquido e café, a ansiedade está tomando conta de mim e estou quase saindo pra comprar um maço de cigarro colocar os vinte em minha boca e fumá-los todos de uma só vez, pra ver se me acalmo.

Estou na terceira xícara e nada dele acordar, acho que vou lá chamá-lo pra talvez ele ir embora sem falar um A e deixar essa ansiedade sair de mim. Eu só preciso saber o que vai acontecer.

Antes mesmo de pensar em largar a xícara na pia e ir para o quarto escuto seus passos, e com isso meu coração só acelera. Acho que estou com falta de ar, ou me esqueci de como respira.

- Bom dia. – ele abre aquele pequeno sorriso sonolento, com sua voz rouca de quem acabou de acordar e seus cabelos bagunçados, essa com certeza é a combinação mais perfeita que pode existir no planeta. Apenas com essas palavras e seu sorriso meu coração parece acalmar nas batidas, mas em compensação parece que minha barriga vai explodir com as borboletas que estão prontas pra sair.

- Bom... bom dia. – com ele apenas de boxer e com essa carinha de sono é difícil se concentrar.

Ele abre um sorriso maior e caminha até estar na minha frente eu apenas acompanho seus movimentos com o olhar, sou incapaz de mover um sequer músculo. Ele pega a xícara de minha mão e a coloca na pia, volta colocando suas mãos em cada lado de meu rosto, acaricia e aproxima seus lábios dos meus como se estivesse pedindo permissão para me beijar. Apenas abraço sua cintura e me perco em seus lábios.

Não sei quanto tempo se passou, mas foi muito pouco perto da saudade que ainda estou de sentir seus lábios em mim.

- Precisamos conversa, não é? – ele sorri de lado e meu coração falha por um segundo. Apenas concordo.

Ele tira suas mãos de mim e senta de um lado do balcão da cozinha e me sento a sua frente.

- Acho que primeiro de tudo eu preciso saber o que aconteceu na sua vida durante esses anos, saber de você e não dos outros, saber o que está sentindo e o que sentiu. – ele diz tudo isso e quase sou incapaz de entender.

É isso mesmo?

Em todo tempo que estive com Guilherme ele mal perguntava como havia sido meu dia, e agora quer saber o que estou sentindo.

HERDEIROUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum