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Voltamos pra mesa, e antes mesmo de se sentar, Carine puxou Lipe dizendo que queria dançar. Lá vem ela fazendo isso de novo, e lá se foram eles. Minha única alternativa era beber mais pra relaxar e então conseguir conversar com Gringo. Pedi ao garçom pra que trouxesse um dose de tequila.

- Você quer? – virei pro Gringo e ele sorriu.

- Pode trazer quatro. – o garçom anotou.

- Mais alguma coisa?

- Por enquanto não. – Gringo responde e o garçom assente e sai.

- Quatro? Você vai tomar três? – ele negou com a cabeça.

- Duas pra cada Pequena, você não quer ficar bêbada, então. – engoli seco e sorri pra ele.

- É, talvez.

Alguns minutos e o garçom trouxe as tequilas.

- Umas atrás da outra em, sem amarelar. Vamo ver se você gosta de beber mesmo como diz.

- Você ta me desafiando, é isso mesmo Gringo?

- Pode ter certeza que to. – ri disso.

- Então vamos lá. 

Uns copos de chopp depois e parecia que Gringo e eu éramos melhores amigos, falamos sobre tudo e um pouco mais, espero em Deus que eu consiga lembrar disso amanhã quando acordar. Era a primeira vez que conseguíamos ficar juntos sem brigar por mais de uma hora fora da cama. 

Carine e Lipe provavelmente tinham arrumado um lugar pra transar.

- Se liga naquela mina ali ó – ele me aponta pra uma mina magra que tentava dançar.

- Porra, vou ali dar uma aulas – gargalhamos.

- Você é foda, eu só mandei você olhar, nem comentei o que era.

- Num era meio obvio, mano a mina parece que ta com a pomba gira incorporada – rimos mais ainda. – Néra ela que tava te secando até um tempo atrás?

- Tá com ciúme? Relaxa, ela não faz meu tipo. – abriu aquele sorriso lindo dele.

- Magina, vai lá guerreiro. Óh lá, ela ta olhando pra cá, ta te seduzindo – começamos a rir novamente. – Acho que bebi demais e vou parando por aqui, já quase não sinto meu lábio. – me inclinei pra ele e mordi meu lábio inferior sorrindo.

- Ah Pequena, eu pedi pra você não fazer isso. – ele passou a mão em minha nuca, entrelaçou os dedos em meus cabelos e me puxou pra ele e me beijou.

Que saudade eu estava daquele beijo, daqueles lábios, daquelas mãos em mim.

Levei minhas mãos até seu rosto, acariciando sua barba que eu tanto amava. Me inclinei mais pra ele, quase sentando em seu colo, passei minha mão para seus cabelos, bagunçando seu penteado perfeito. Ele segurava meu cabelo com força e sua outra mão estava em minha cintura e apertava com tanta força que eu quase ficava sem ar. O beijo começou um tanto calmo, com um sentimento de saudade, mas depois foi ficando mais agressivo e então lembrei que estávamos num bar e interrompi o beijo.

- Para Gringo. – me arrumei na cadeira passei as mãos pelos meus cabelos. – a gente ta num barzinho e eu... – travei na mesma hora, não consegui completas a frase.

Eu gostava de Murilo, ele era gente boa, me fazia rir, me fazia bem. Mas eu não sei, não conseguia ser completamente apaixonada por ele, isso eu já era pelo Gringo.

- Desculpa – ele passa uma mão coçando a nuca como se estivesse sem graça. – É realmente difícil de resistir você, ainda mais estando tão perto.

HERDEIRODonde viven las historias. Descúbrelo ahora