Guilherme.
Estou olhando a cidade pela vidraça do meu escritório, o andar mais alto do prédio. O prédio que agora é meu. Após a morte de meu avô, descobrimos que ele deixou a empresa em meu nome, e que apenas eu poderia ser o presidente.
O começo confesso que foi difícil, mais ainda pelos outros não confiarem em mim e os funcionários terem medo, mal podia me movimentar que via gente se tremer. Era engraçado, mas também chato, tentei ao máximo me aproximar e parecer ser simpático, mas parecia que não funcionava. Mas hoje em dia está tudo melhor, alguns ainda sentem medo e todos tremem quando estou nervoso.
Ouço baterem na porta.
- Entre.
- O senhor irá precisar de mais alguma coisa? – Laís a minha secretária aparece colocando apenas a cabeça para dentro da sala.
Me viro pra ela, abro um pequeno sorriso.
- Não, pode ir já, inclusive já estou indo também. – ela apenas concorda.
- Então tenha uma boa noite. – sorriu novamente.
- Você também.
Assim espero ter mesmo, Giovanna disse que tem uma surpresa pra mim quando voltasse pra casa.
Em falar nela, estamos casados, apenas no papel, ainda não fizemos cerimônia, a mesma disse que quer algo especial e não era o momento ainda. Nem imagino o que se passa naquela cabecinha, mas do jeito que é exagerada ou vai querer algo fora do país ou vai fazer a favela parar para nosso casamento. Continuamos indo lá, poucas vezes, mas vamos.
Volto meu olhar para o pôr do sol pela vidraça, é realmente minha parte favorita do dia. Tanto pela vista que tenho como por saber que logo estarei em casa, mas dessa vez me vem lembranças de Rita.
Vou até o mini bar que há dentro da minha sala, desde que virei de fato presidente nunca mudei nada na sala, até os Whiskys que meu avô tomava continuo comprando e tomando os mesmo. Me sirvo de pelo menos uma dose dupla, arrasto uma das poltronas até perto da vidraça, me sento e dou a primeira golada no Whisky.
...
- Guilherme, Guilherme. – posso escutar de longe sua voz, lá vem ela. Escuto seus passos ficando cada mais perto. – Terceira e ultima vez Guilherme. – ela abre a porta do meu quarto e me encara com uma cara engraçada.
- Caraca Rita, me deixa em paz. – volto a minha atenção para o vídeo game.
Escuto seus passos e mais uma vez já sei o que irá fazer e não demora muito pra ela desligar tudo da tomada. Apenas reviro os olhos pra ela.
- Sério isso?
- Seu professor já está ai. Vamos se apresse. – ela cruza os braços.
Não tenho como lutar com essa mulher, então faço suas vontades. Me levanto indo em direção a sala, onde provavelmente meu professor de francês se encontra.
- Bon après-midi ami. – sorriu pra ele.
- Bon après midi. – seguimos para minha sala de estudos, onde irei passar uma hora e meia trancada com um carinha que fica fazendo biquinho ao falar e me faz fazer biquinho também.
Uma hora e meia passadas estou eu na cozinha preparando algo pra comer.
- Como foi a aula ? – Rita pergunta entrando na cozinha.
- O de sempre, Juliano é bem legal. Amanhã ele vai me dar prova de Inglês. – dou de ombros. – Eu juro que não sei pra quê você e o Luís.
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HERDEIRO
Teen FictionHerdeiro de um dos tronos mais temidos do Rio de Janeiro, herdeiro do tráfico, herdeiro querendo ou não do Morro do Alemão. Mas o que ele não sabia é que esse não era seu único trono. Filhinha única, mimada, teimosa e um tanto rebelde. Procurava pe...