𝐇𝐎𝐓 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, aemond targaryen

006

A noite foi péssima para ela, estava se sentindo estranha durante todo aquele tempo em que voltou para seu quarto e apenas conseguiu pregar seus olhos quando levou seus pensamentos a outros rumos distantes daquela baixada das pulgas. Não havia achado nada interessante e em troca ganhou um vestido sujo e uma perseguição pelos becos.

Ela havia aberto os olhos por alguns segundos sentindo a luz entrar pela janela, estava amanhecendo tão rápido. Fechou os olhos novamente, passando a querer dormir por mais tempo. Poderia passar o dia todo na cama sem problema algum, na verdade ela faria exatamente isso.

Mas seus planos nunca dão certo, na maioria das vezes.

Joffrey abriu a porta de seu quarto, saltitando pelo cômodo enquanto Rhaenys ignorava o fato de seu irmão mais novo invadir e atrapalhar seu sono. Joffrey começou a mexer nas coisas da irmã, pegando a escova de cabelo dela, os colares e cantarolando alto demais.

— Rhaenys? Acorda! Acorda! – Joffrey chegou na beirada da cama da irmã, tirando os lençóis de cima dela e dando leves empurrões de um lado pata o outro, querendo acorda-lá. – Rhaenys!

— Joffrey! O que foi? Não vê que estou tentando descansar? – irritada, ela empurrou ele um pouco para trás, franzindo a sobrancelha de forma que mostrasse que ela havia se irritado com o comportamento do irmão. Ele ignorou esse feitio dela e mostrou a língua, suspirando logo em seguida e continuando a falar.

— Mamãe pediu para que eu viesse chamar você porque é uma reunião importante! Deveria obedecer, estarei esperando.

– Diga a ela que irei em 10 minutos. – Rhaenys se levantou a contra gosto, as costas machucadas e as pernas doídas de tanto correr na noita passada, o cabelo embaraçado e sua cabeça latejando. Não sabia que uma simples visita a embaixada das pulgas lhe deixaria com tantas sequelas na manhã seguinte. Jamais faria isso novamente a não ser que fosse extremamente necessário. Ela estava aflita, tinha medo que seu tio a tivesse reconhecido no beco e por isso sussurrado as palavras em valiriano a qual ela passou quase metade da noite tentando lembrar.

Rhaenys pentou o cabelo, sem fazer nenhuma trança, deixou ele solto fazendo apenas um pequeno rabo atrás amarrado. Vestiu o primeiro vestido que viu em seu armário e calçou os sapatos, seguindo para o corredor do quarto de sua mãe. Não tinha certeza aonde a reunião ocorreria mas seguiu seu instinto indo até uma sala perto do trono, onde encontrou as pessoas que precisava.

Sua mãe, Daemon e seus irmãos. Baela, Rhaena e sua avó, Rhaenys também estavam na sala.

Ela sorriu fazendo uma reverência a todos na sala, vendo que seu irmão Aegon estava cismando no colo da Ama e ela se ofereceu para carregar ele.

— Todos que eram necessários já estão aqui, então podemos começar a conversa. – ela tinha um pressentimento bom sobre aquilo tudo, sua intuição era boa.

— Temos três assuntos para tratar, Rhaenyra. – Daemon começou, sempre em posição onde quer que esteja, deixando sua mão sobre a espada de aço valiriano. – Corlys Velaryon, A estadia aqui e o casamento de Jace e Baela.

— Corlys está doente, com uma febre forte, mal consegue sair da cama para afazeres. Os meistres estão cuidando dele com ervas, chás, mas receio que seja impossível que ele esteja bom o suficiente para comparecer ao casamento de seus netos. Ele teme que não consiga superar essa doença, teme a morte... – Sua avó parou a frase, conseguia ver que ela realmente o amava.

Rhaenys prestava muita atenção no assunto ao mesmo tempo que mexia Aegon em seu colo, que agora estava menos agitado.

— Então gostaria de adiar o casamento, é isto? – Rhaenyra perguntou, puxando as pontas do dedo. – Eu acredito que isso seja possível, princesa Rhaenys.

Um silêncio prevaleceu a mesa por alguns instantes.

Um silêncio desconfortável.

— Não apenas isso. Corlys teme a morte, como eu disse, portanto...seu posto como Mestre das Marés está em exposição.

Seus irmãos e ela não entendiam aonde ela estava tentando chegar, estavam perdidos e confusos.

— Você quer dizer...Por favor, diga de uma vez! – Daemon se exaltou tendo a fama de pouca paciência aparecendo. Rhaenyra puxou a mão do marido por debaixo da mesa, fazendo um sinal para que ele ficasse calmo.

— Quero dizer que Corlys colocou Lucerys Velaryon como seu sucessor no posto como Mestre das Marés em Driftmark. Mas Vaemond, o irmão, está jurando de pés juntos que o trono é dele por direito e não de Lucerys. Ele estará vindo aqui em uma semana para ter um reunião sobre isso, apenas vim para avisar isso antes para que se preparem. – Rhaenyra suspirou, estava com orgulho do filho e saberia que ele consegueria esse posto de direito dele.

Rhaenys ignorou totalmente a parte de Vaemond e focou apenas na parte do Lucerys, ele seria o possível Mestre das Marés e ela abriu o maior sorriso que pôde para ele, também estava orgulhosa do irmão pois não duvidava nem um pouco de sua capacidade.

Sua avó se despediu de todos ali na sala, sendo seguida por Baela logo em seguida. Felizes, todos foram abraçar Luke que também parecia feliz com a novidade.

Ótimo, o casamento de Baela e Jace havia sido adiado para a próxima semana e Luke poderia tomar o posto em Driftmark logo. Finalmente haviam recebido algumas boas notícias e motivos de comemoração!

— Certo, estou muito feliz por você Luke...mas qual seria o terceiro assunto, mãe? – Rhaenys se levantou da cadeira novamente, balançando o irmão que começará a chorar novamente enquanto fazia carinho em seus cabelos brancos e macios.

— Oh, claro. Bom, crianças... – Rhaenyra se enrolou nas palavras, puxando ainda mais seus dedos, uma mania comum que ela tinha quando se sentia irritada, nervosa ou ansiosa com algo.

— Queremos nos mudar para cá definitivamente, trazer nossa estadia novamente. – a notícia os pegou de surpresa.

— Como é? Por que, Daemon? – Jace exclamou, chegando mais perto deles.

— O avô de vocês está debilitado, não sabemos quanto tempo de vida ele ainda terá e quanto tempo com ele nós conseguiremos passar. Eu e a mãe de vocês decidimos que seria o melhor a fazer. Vocês cresceram aqui, quase, tem seus antigos quartos, voltarei com alguns guardas para trazer os itens de vocês e se preferirem podem ir juntos conosco no barco. – Daemon agora estava do lado de Rhaenys, pedindo para segurar o filho.

— E os dragões?

— Tratarei isso com Alicent, mas é bem provável que os dragões de vocês estejam aqui em quase 2 dias. Todos eles.

— Eu gostaria de buscar Tessarion pessoalmente, mãe. – Rhaenys protestou, ela tinha um apego enorme em seu dragão e sentia uma imensa falta dela com apenas 5 dias longe.

— Como preferir, meu amor. – beijou o topo da cabeça da filha. – Estão dispensados, podem ir as suas atividades.

Se despediram dos pais e seguiram caminhos diferentes pelo castelo. Luke foi para o fosso dos dragões, Jake e Rhaena foram a procura de Baela e Joffrey seguiu para a biblioteca empoeirada.

Rhaenys ficou andando pelos corredores, envolta em pensamentos abstratos, tão absorta em seu próprio mundo que não percebeu Aemond a encarando de longe.

Pensando se deveria seguir ela novamente e confrota-lá sobre o ocorrido da noite passada, ou atrair ela para uma amardilha.