013

6.2K 723 68
                                    

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Os passos rápidos de Rhaenys começavam a causar dor de cabeça nela, mas era inevitável ficar parada enquanto pensava se deveria ou não deveria fazer o que Aemond havia lhe dito

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Os passos rápidos de Rhaenys começavam a causar dor de cabeça nela, mas era inevitável ficar parada enquanto pensava se deveria ou não deveria fazer o que Aemond havia lhe dito.

Em cima da cama, tinha uma capa azul marinho que ela separou para o caso de ir, além de um par de botas courinas para ser mais fácil de se andar por aquelas ruas esburacadas. Ao mesmo tempo que ela se sentia curiosa em saber o que ele queria, ela sentia que era uma péssima idéia seguir o tio novamente pela baixada das pulgas. O lugar era o pior bairro de King's Landing, e Rhaenys não havia nenhuma adaga com ela caso precisasse se defender no trajeto.

Quando ela seguiu para o outro lado do quarto e se apoiou na janela para olhar a vista, seus olhos imediatamente foram de encontro ao portão leste para encontrar a pessoa que ela não queria ver tão cedo. Aemond estava parado com a capa sobre o corpo, olhando Rhaenys de longe como se estivesse tentando atrair ainda mais sua atenção.

E ele conseguiu, claro.

— Eu irei me arrepender amargamente por isso. — disse a si mesma e então caminhou até a cama, pegando a capa azulada e colocando sobre o corpo e ajeitando o capuz para que seu cabelo ficasse bem escondido. Esse instinto curioso de Rhaenys lhe trazia problemas, na maioria das vezes.

Quando ela olhou novamente pela janela, Aemond já não estava mais ali, ela sibilou alguns xingamentos para a pessoa dele e foi em direção ao canto de seu quarto onde tinha a entrada das passagens de Maegor para empurrar a porta escondida de pedra. Seus passos eram rápidos no meio de toda aquela poeira e ratos, o lugar era estreito e parecia que podia cair a qualquer momento.

No portão leste não havia nenhum guarda, nem do castelo e nem da patrulha da noite, o que facilitou para que ela saísse pelo portão mal usado por todos que ali moravam.

Aemond já estava a algumas milhas longe, mas ela enxergava ele. Apressou o passo na mesma medida que o homem andava mais, tentando se aproximar dele mas ao mesmo tempo manter uma distância segura do tio sorrateiro. Seu estômago logo se contraiu com o nervosismo ao entrar em um dos becos daquele lugar, não era o mesmo da última vez...não era nas ruas de seda. Essa era uma parte diferente, tinha mais construções, mais pessoas e mais guardas, também era bem mais iluminado do que a outra rua em que ela subiu da última vez que esteve ali.

Sua pequena confiança no tio já começava a baixar a medida que ele se afastava ainda mais do lugar que possuía mais movimentação, indo para becos isolados ou com o mínimo de guardas. Não que fossem guardas inteligentes, eles claramente se importavam mais com as meretrizes que os encantavam do que com o trabalho que deveriam estar fazendo.

Aemond finalmente parou, dando um olhar rápido para trás para verificar que a sobrinha ainda não tinha sido tonta o suficiente para se perder dele, e entrou em uma casa de bebidas, um bar. Ele não tinha certeza do que queria esclarecer com ela sobre o ocorrido da noite do casamento, mas não podia ser dentro do castelo, precisava ser longe para que não tivesse chances alguma de bisbilhotagem.

Ele poderia ter ido ao quarto dela através das passagens ou vice versa. Mas não, ele queria dificultar, queria que ela viesse atrás dele.

O Targaryen rapidamente foi atendido por uma mulher no momento em que fechou a porta atrás de si, mas recusou seu trabalho e subiu alguns lances de escada acima, sabendo que Rhaenys ficaria perdida naquele pequeno espaço até conseguir encontrar ele e isso seria engraçado de se observar. Enquanto a sobrinha não chegava, ele olhava ao redor tentando entender como seu irmão mais velho gostava tanto desse lugar assim como dos bordeis. Era um lugar que ele evitava ao máximo vir, desde que esteve a primeira vez na baixada das pulgas soube que tomaria repulsa pelo bairro pobre de King's Landing.

— Claro, outra casa dos prazeres?. — Rhaenys suspirou alto antes de bater as botas sujas no chão e abrir a porta do local. — Oh...é um lugar pior. — fez uma careta ao sentir o cheiro cítrico misturado com várias outras essências subir pelas narinas dela, com certeza não havia lugar melhor para uma conversa do que um bar.

Ela olhou em volta e não encontrou o tio, mas mesmo assim se sentou em uma mesa vazia que tinha alguns copos estranhos. Seu desconforto era nítido para qualquer um, qualquer que olhasse para ela saberia que é a primeira vez da garota num lugar como esse.

— Precisa de algo, linda jovem? — uma mão a tocou nas costas e ela recuou por instinto, mas se acalmou ao ver uma mulher de cabelos escuros e uma feição bela a oferecer uma bandeja com copos. Ela olhou dentro dos copos para ver um líquido na cor roxa, podendo ser possívelmente vinho. Rhaenys apenas aceitou por educação e jogou a bebida fora no momento em que a mulher deu as costas.

— Aemond, pelos sete infernos onde você está? — sua perna balançava em agonia daquilo tudo, ela tinha certeza que era uma má idéia e mesmo assim seguiu o plano do tio como uma grande idiota que é, tudo pela curiosidade de saber o que ele queria com ela.

Cansada de esperar ou procurar pelo homem, ela se levantou da mesa que estava e se enfiou entre os diversos homens e mulheres que gritavam e bebiam perto. Seu corpo magro era quase esmagado em meio todas aquelas pessoas que pareciam estar genuinamente se divertindo com alguns copos e piadas.

Quando ela estava quase chegando na porta para sair e voltar a fortaleza, seu braço foi levemente puxado por alguém e seu corpo foi parado onde estava.

Mas o homem não era Aemond.

— Como vai? Eu estava observando você, uma jovem bonita, sim. — eram sempre os mesmos; homens de meia idade que podiam facilmente ter intenções sujas. — Para onde vai? Acabou de chegar.

— Você estar me observando a um tempo é um pouco assustador, meu senhor.

— É mesmo? — e pela primeira vez ela desejou que Aemond estivesse ali com ela, o homem se aproximava rápido mesmo que ela tentasse se manter longe e não soltava do braço dela por nada. — Você me é familiar, já esteve aqui antes?

Imediatamente seu pulso acelerou e ela soube que podia ser reconhecida se ele ousasse tirar o capuz dela.

— Nunca estive, e por favor, eu agradeceria se pudesse me soltar e me deixar ir embora.

Ela forçou o braço para se soltar mas fez efeito ao contrário, pois ele apertou ainda mais e puxou seu corpo para mais perto dele. Ela estava rezando a todos os deuses para que Aemond estivesse por perto para ajudar, pelo menos uma vez.

Rhaenys usou a outra mão que estava livre para empurrar o homem e tentar tirar as mãos dele dela, mas do que adiantaria se ele era mais velho, certamente mais habilidoso e forte que ela? Ela estava se apavorando, tinha medo das atrocidades que ele podia cometer com ela, ainda mais se ele visse os cabelos platinados dela.

—  O senhor deve me soltar agora.

E ele soltou. Não porque ela pediu, mas porque Aemond puxou Rhaenys pela cintura por trás se colocou em sua frente, encarando o homem que a pertubava. Ela se agarrou nos braços dele a apertou por cima da roupa courina, não diria nada a ele mais foi extremamente grata pela intervenção.

— Príncipe Aemond, ela está com você?

— Sim, ela está. Gostaria que parasse de encostar suas mãos sujas nela, não quero ter que usar minha adaga em você, hm?

— Como você consegue as mais bonitas e melhores? Impressionante...faça bom proveito dela. — Aemond se manteve imóvel até que o homem se sentisse intimidado e saísse de perto deles. Ele segurou Rhaenys pela cintura e a levou escadas acima onde o movimento era menor.

Por algum motivo, ela não sentia que a noite acabaria bem.

𝐇𝐎𝐓 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, aemond targaryenWhere stories live. Discover now