Capítulo 21

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- Eu não quero Gadriel.
Estava em uma longa discussão com um lobo muito teimoso.
- Tenta mais uma vez se não conseguir não precisa tentar novamente.
Estava distraída não tinha conseguido dormir na noite anterior pensando em Dastan e vendo e revendo aquela cena dos dois se beijando, meu rosto estava inchado resultado de uma noite de choro.
- Tá bom é a última vez, eu não vou conseguir mesmo eu sei disso.
Passou novamente em minha mente me deixando enfurecida com raiva.
- Olha para sua mão o que você disse?
- Eu consegui. Gritei
Nas palmas de minhas mãos estava um pequeno e muito brilhante raio do sol ele era quente e não podia olhar direito para ele, pois, os olhos falhavam por causa do brilho.
- Isso pode cegar alguém então tome cuidado.
- Como minha mãe sabia desse feitiço?
- Quando o livro do Sol foi encontrado Sun o abriu e o deixou desprotegido sua mãe anotou alguns dos feitiços Sun era uma criança ainda.
- Mas como minha mãe sabia que eu teria que usar esses feitiços.
- Ela sabia da segunda lenda dos filhos do Sol e da Lua sabia que quem perdesse herdaria os poderes do outro e quis assegurar que estaria pelo menos com uma parcela do conhecimento necessário para que pudesse derrotar Sol e Lua.
- Gadriel por que ninguém nunca me contou isso?
- Sua mãe era muito boa em guardar segredos e não queria que ninguém a não ser eu, seu pai e ela soubessem disso, era mais seguro pra você.
- Eu queria tanto que ela estivesse aqui. Meus olhos encheram de lágrimas.
- Sei que ela estaria muito orgulhosa de quem você se tornou os dois estariam.
O abracei.
- Você é agora tudo o que tenho.
- Eu demorei a te encontrar Luna, mas agora não vou te perder de vista.
- Obrigado.
- E agora que tal irmos caçar?
- Não sou boa nisso.
Não conseguiria me imaginar ferindo um animal.
- Vamos eu vi que consegue.
- Tudo bem.
Estávamos do lado de fora da cabana peguei o arco e fomos até o meio da floresta.
- Está escutando alguma coisa?
- Ainda não, mas faça silêncio.
- Desculpa.
- Olha ali.
Ergui o arco era um cervo.
- Eu não posso Gadriel.
- Pode sim.
- Não eu não posso.
Abaixei o arco.
- Vá... Saía logo daqui. Gritei e o cervo começou a correr.
- Luna...
- Eu sei e peço desculpas eu não consigo tirar a vida desse pobre animal.
- Tudo bem... Só ia dizer que não precisava matar ele.
- Que tal eu ir ao mercado e comprar algo?
- Só não chame atenção.
- Vou ir e voltar caminhando.
- Então chegará aqui amanhã.
Sorri aquilo realmente era uma péssima ideia.
- Seus pais tinham uma snowmobile antiga que guardavam atrás da cabana não sei se ainda está lá.
- Vou ir até lá ver se encontro.
- Tudo bem vou para a cabana.
Fui até os fundos da cabana e lá estava ela abaixo de uma grande lona.
A tirei e vi que estava em ótimo estado de conservação só teria um problema, aquilo estava funcionando? E se estivesse eu saberia andar? Se fosse como uma moto comum seria fácil já que Cam havia roubado durante à noite a moto de Bob.
Me lembrei então de Bob e de Helena como os dois estariam? Ainda procuravam por Cam?
Tirei os pensamentos da cabeça.
Olhei para a snowmobile e precisava da chave tinha visto uma sobre um armário.
Corri para dentro da cabana e peguei a chave que havia guardado na gaveta, vesti a capa, peguei dinheiro e fui até a snowmobile e liguei.
Gadriel chegou perto.
- A cidade é naquela direção. Ele apontou para o norte.
- Siga sempre reto e em algumas horas chegará.
- Tudo bem.
- Vai conseguir?
- O máximo que vai acontecer é eu cair. Gritei
Dei a partida.
Aquilo era um bom sinal havia funcionado.
- Afinal o que mais pode me acontecer eu não morro mesmo. Disse e parti na direção que Gadriel falará que era a cidade.
O vento batia contra meu rosto e meus cabelos voavam com o vento ao meu redor aquela sensação era libertadora.
Podia ouvir os pássaros cantando os passos de animais o uivar do vento em torno das árvores totalmente cobertas pela neve.
Estava andando naquele caminho a bastante tempo nele pude ver lagos congelados, quedas d'água que formavam jóias de gelo, vi também os flocos de neve caindo sobre minha roupa e meu rosto e congelando a ponta do meu nariz a cada vez que um floco ali tocava.
Era tão bom ficar sozinha, mas ainda assim ansiava pela presença de alguém.
O caminho não era difícil tinha apenas que desviar ás vezes de árvores, mas tirando isso o caminho foi fácil de ser percorrido, a snowmobile era como uma moto e foi fácil de controlar.
Pude ver de longe a fumaça ao longe de uma chaminé e assim vi que me aproximava da cidade.
Chegando na cidade pude ver os olhares me analisando e em cada um deles se perguntando que era eu?
Parei na frente de um pequeno e pela sujeira abandonado posto de gasolina.
Um homem sorridente veio me atender.
- O que deseja senhorita?
- Pode encher o tanque para mim?
- Posso sim.
- Venho acertar daqui a pouco vou até o mercado.
- Tudo bem senhorita.
Fui até o mercado, as prateleiras empoeiradas davam até medo de comprar algo para comer e acabar pegando tétano ou algo pior.
Peguei várias carnes para que não fosse nem um pouco necessário que Gadriel caçasse nenhum animal.
Peguei todos os tipos de porcarias que encontrei e fui até o caixa.
- Boa tarde.
- Boa tarde. Respondi
A moça com cara de sono passava as compras com menos velocidade do que mascava aquele chiclete com a boca aberta fazendo um barulho irritante.
Depois de quem sabe um século ela terminou de passar ás compras.
- Mas alguma coisa. Ela disse com aquele chiclete na ponta da língua.
Com um estalo de dedos inaudível e um sorriso macabro fiz o chiclete pegar fogo ela cuspiu na hora passou a mão na língua e pisou no chiclete assustada.
- Não preciso de mais nada. Sorri paguei as compras e depois as peguei, caminhei em direção a porta.
- Seria bom que de vez de fazer esforço mascando esse chiclete você limpasse as prateleiras, seria de maior proveito do seu tempo já que seu uso está sendo inútil.
Fechei a porta.
Caminhei tranquilamente até o posto o homem baixinho e sorridente veio até mim.
- Pronto senhorita, aqui estão suas chaves.
- Muito obrigado.
Entreguei o dinheiro ao homem e subi na snowmobile.
Parti em direção a cabana...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now