Capítulo 85: Os segredos

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Me mantive focada no que estava procurando, meus pés descalços caminham sem fazer barulho sobre o piso dourado do castelo.
O teto alto era totalmente escuro, queimado como as história nas paredes.
- Luna? Indagou Sol me surpreendendo com sua chegada inesperada.
- Sim.
- Vou treinar você, mas nosso treino começa amanhã, acho que deve descansar, no seu mundo estaria de noite agora.
- Tudo bem, vou para meus aposentos.
Caminhei até o quarto ainda olhando as marcas das paredes e do teto. Meu quarto era do lado contrário a ala onde era o quarto de Sol.
No castelo era sempre dia, mas as grandes cortinas no meu quarto tapavam a luminosidade e me deixavam dormir. O mais curioso e que o quarto não tinha tantos detalhes dourados, mas para compensar isso todos os vestidos no closet de variados modelos eram dourados como se tivesse sido feitos com fios de ouro.
A decoração era branca, mas os móveis eram feitos de ouro, a cama onde poderiam se deitar mais três pessoas era coberta por uma camada de tecido fino e quase transparente.
O quarto não me incomodava, mas as criadas vinham a todo momento, queriam saber se eu precisava de algo, além disso também me incomodava o fato de elas querem me arrumar como uma boneca. Elas não comiam sendo assim ficavam em todas as refeições envolta de mim e de Sol, ele apreciava a comida mesmo que não tivesse necessidade de se alimentar, a mesa era totalmente farta tendo a cada refeição um enorme banquete.
Eu não havia treinado desde que havia chegado no castelo, mas sabia que no outro dia pagaria por esses dias.
Fechei as cortinas e acendi a luz de um abajur que estava no criado mudo, ele iluminou um pouco o quarto, caminhei até minha cama e repousei minha cabeça no travesseiro fofinho, meus pensamentos e teorias do final da história de Lua e Sol desapareceram na medida que meu sono se aproximava até que então eu adormeci.

[...]

Acordei intrigada, havia alguma coisa acontecendo, mal tive tempo para me desviar de uma espada que encontrou apenas a cama, era Sol, sua espada iluminava o quarto.
- Você poderia ter me matado.
- Mas eu não matei. Disse ele com uma voz irônica.
- Quase me matou. Gritei
Me desviei novamente de outro golpe pulei da cama abrindo as cortinas e iluminando o quarto por completo.
Sol caminhou até mim e dessa vez quase não consegui me desviar do corte de sua espada.
Ele queria uma luta, uma luta ele teria.
Lancei- me contra ele o que lhe gerou muita surpresa, me empurrando para longe ele tentou mais um ataque, o qual cortou a manga do vestido que usava.
- Luna Gladius. Gritei empunhando com rigidez minha arma, ele riu.
Ataquei antes que ele o fizesse as espadas se encontraram soltando faíscas e fazendo um barulho tão alto que as criadas se aproximaram para o ver nossa luta.
Eu estava perfeitamente ligada à minha espada, como se ela fosse a extensão de meu braço.
Girei meu corpo e o atingi com força total, desta vez sua espada o atrapalhou, ele tentou bloquear usando ela, mas sua própria espada atingiu seu ombro com o impacto da minha.
Não esperei sua melhora e o acertei com um chute na altura do estômago, ela deu um passo para trás abatido.
- Vai recuar? Indaguei indo o chutar, mas ele pegou meu pé e me jogou para o lado me fazendo cair no chão.
- Acha mesmo que conseguiu me causar algum dano. Perca de tempo.
Ele cravou a espada no chão, ela ficou colada ao meu rosto me causando um pequeno e superficial corte ao lado do meu olho.
- Você é bom nisso, podia ter me matado. Falei enquanto me levantava.
- Não, eu errei. Disse ele enquanto saía do quarto.
Ele estava brincando, eu acho.
- Quem sabe da próxima vez? Indagou ele fechando a porta.
Helga, Olga e Sarah correram até mim, a espada de Sol já havia desaparecido assim como minha própria espada.
- A senhorita está bem?
- Estou sim.
- Olha esse corte, temos que cuidar.
- Não se preocupem com isso, é apenas um pequeno corte.
Olga voltou com pedaços de pano mergulhados em água, depois de limparem umas dez vezes o pequeno corte me troquei e fui de encontro com Sol, eu precisava treinar.
Sol estava do lado de fora do castelo ele movia o dedo indicador em círculos e o que eu vi em minha frente me pareceu surreal, era um redemoinho feito de fogo crescendo bem perto de mim, ele emanava forte calor e tinha uma cor laranja muito forte.
- Controle-o. Disse Sol.
Ah claro, porque é muito fácil controlar um redemoinho de fogo.
- Ele se aquece com o seu poder, quanto mais poder usar, mas ele vai crescer, mas ele também pode ficar incontrolável e então vai sugar seu poder para se fortalecer.
Tentei me concentrar e focar no redemoinho tentei aquece-lo ainda mais, fiz os mesmo gestos que Sol e sem que eu esforçasse tanto eu o controlava.
O movi de um lado para o outro, deixei-o com meu tamanho e depois o diminui para o tamanho de uma criança, mas percebi que ele realmente emanava de muito poder, como uma criança com um brinquedo novo quis levar aquilo a um novo patamar, mas acabei me descontrolando, ele cresceu demais.
- Eu avisei.
Me senti fraca e atordoada.
Sol se aproximou e passando a mão por dentro do redemoinho ele desapareceu.
Sol me auxiliou até o lado de dentro.
- Sarah. Chamou ele.
Ela veio depressa.
- Leve Luna para seu quarto e a deixe repousar.
- Sem ataque surpresa dessa vez?
- Não com você nessa péssima condição.
Sarah me levantou apoiando meu corpo o com o dela, ela era tão forte.
Deitei na cama e apaguei, estava tão exausta após aquele redemoinho ter me tomado o poder, que demoraria um certo tempo até estar completo totalmente.
Agora já se passava uma semana junto com Sol e a cada segundo eu estava mais perto da batalha, meu plano estava saindo como esperado, mas ele pode falhar com uma maior probabilidade do que te obter sucesso.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora